Did I Forget?

Family Meeting

Casa. 15:00.
Lauren.

Eu ainda não conseguia entender o que Sinuhe estava fazendo aqui, Ally esta sentada no chão, eu estou quieta, sentada no sofá desde que ela chegou, Camila sentada entre a gente.
Essa mulher parece um cavalo, eu não posso abraçar a Camz que ela bufa, se eu segurar a mão da camz ela bufa, se eu falar amor ela bufa, eu não posso nem me mexer no sofá que ela reclama... Isso por que está na MINHA casa!

-Então mãe...-Camila quebrou o silêncio automaticamente fazendo todos olharem pra ela.-o que a senhora veio fazer em Miami?
-Você já saberá, Hija!- ela disse calmamente.
-Sinceramente. O que estamos esperando pra você começar a reclamar?- eu explodi e ao mesmo tempo alguém bate a porta.

Todos de repente olharam pra mim. Eu me levantei e fui ver quem era.

-Mãe?

Ela me deu um longo abraço, e logo entrou. Camila se levantou.

-Clara!- ela abraçou minha mãe.- Quanto tempo.- disse Camz.
-Camila, querida, está a mesma fofura de sempre.- minha mãe apertou as bochechas de Camila.- Sinu!

As duas se abraçaram, mas, não pareciam surpresas em se encontrar.
Minha mãe virou para mim.

-Lauren?- ela disse.- Vai ficar em pé ai? E fecha essa boca, menina!

Eu não podia acreditar no que estava acontecendo ali. Primeiro Sinuhe, e agora minha mãe? Ela não estava nem em Miami.

-Eu disse a você, Clara.- disse Sinuhe.- Eu chegaria primeiro.
-Verdade.- minha mãe fez um gesto pra que Camila chegasse um pouco mais para o lado para que ela pudesse se sentar ao lado de Sinuhe.- Mas o Chris insistiu para que deixássemos ele em casa antes de vir para cá. Coitado! O voo de Nova York pra cá o deixou cansado.

Eu me sentei ao lado de Camila que estava sentada no outro sofá. Ela me olhava como se dissesse "Está entendendo alguma coisa?"

-Então, Senhoras.- Ally se levantou do chão.- Acho que vocês tem muito o que conversar, agora que a Clara chegou, eu já vou indo.
-Obrigada pela ajuda, Allyson.- disse minha mãe.

Eu e Camila lançamos um olhar fuzilante para Ally. E quando ela saiu o silêncio dominou a sala. Minha mãe e Sinuhe se entre olharam, eu e Camz fizemos o mesmo.

-Okay, eu começo.-disse Sinuhe, me coração parecia estar querendo fugir.- Como não é novidade pra ninguém, eu não gostei nem um pouco da Camila ter voltado pra cá. Assim que ela me disse eu liguei para Clara, e então combinamos de vir conversar com vocês.

Mais uma vez o silêncio reinou. Troca de olhares entre eu e Camila era inevitável, mas logo Sinuhe continuou:

-Camz, querida! Tem certeza que é isso o que você quer?
-Sim, mama!

Sinuhe bufou de novo, não contente com a resposta da filha. Minha mãe abriu um sorriso.
-Eu sempre soube que você tinham que ficar juntas- ela disse.- No momento certo, as coisas que realmente são verdadeiras, mas que por algum motivo deixamos escapar, voltam.
-Mãe... Sra. Cabello... Eu não to entendendo nada.- eu disse, Camila teve que segurar o riso.
-Eu vim buscar a Camila, Lauren!- disse Sinuhe.
-O que?
-Eu amo a minha filha, mas essa não é a vida que eu quero que ela tenha!- Sinuhe falava com a maior calma do mundo.- Eu respeito sua mãe, e sei que ela só quer te ver feliz. Mas essa não é a vida que eu quero pra MINHA hija!

Nesse momento minha raiva chegou ao ápice. Eu não estava mais no controle. Eu levantei do sofá.

-A minha mãe, ao contrario de você, tem orgulho da filha que ela tem.- acho que eu estava falando um pouco alto de mais, pois Camila segurou uma de minhas mãos.- A minha mãe não tem vergonha de mim, e nem da vida que eu escolhi, por que o que uma mãe de verdade quer é ver o filho feliz, não importa as escolhas que ele faça. A minha mãe me apoia nas minhas escolhas, por que ela sabe que eu tenho que aprender com meus próprios erros.
-Lauren.- disse Camila, que já estava segurando-me pelo braço.- Senta!

Eu me sentei ao seu lado. Ela me olhava, mas eu não conseguia tirar os olhos de Sinuhe, eu estava com tanta raiva... Camila pegou em minha mão e entrelaçou nossos dedos, foi quando eu voltei pra terra e olhei pra nossas mãos, depois pra Camila, depois pra Sinuhe, e pra minha mãe e de volta pra Sinuhe.

-Mama!- disse Camila.-Se a senhora achou que ia simplesmente chegar aqui e me levar de volta a senhora achou errado.
-Camila, não seja tola.-

Sinuhe falou com um sorriso no rosto o que fez minha raiva voltar e minha respiração ficar pesada de novo, mas, Camila ainda segurava minha mão, o que me deixava um pouco mais sã.

-Eu sabia que você não iria voltar.- Sinuhe prosseguiu.- por isso eu trouxe a mala. São as suas coisas que estão ali.
-O que?- Camila disse não acreditando.
-Você não volta mais pra casa, Camila.

Sinuhe simplesmente disse isso se levantou e saiu. Camila ficou chocada, tão chocada que ela queria chorar mas não conseguia, pois não acreditava que isso estava acontecendo. Eu não podia vê-la daquele jeito. Olhei para minha mãe. Ela não sabia o que dizer. Eu me levantei e fui atrás de Sinuhe, que já estava entrando em uma taxi.

-Ei!- gritei.- Você não pode fazer isso com ela.
-Com ela?- ela abriu a porta do taxi mas não entrou, virou-se para mim e disse.- Estou fazendo isso com você! Ela vai voltar pra casa. Eu vou infernizar a SUA vida, Jauregui, até ela voltar.- Sinuhe colocou os óculos de sol que estavam pendurados em sua blusa e entrou no taxi.