Ótimo. Já não gostava de ir à psicóloga uma vez por semana, agora tinha que ir duas vezes. Sua mãe insistia que seria o melhor para ela, que lhe faria bem. Mas Cecilia só queria desaparecer.
Seu aniversário de quinze anos havia quase passado em branco. A viagem programada para as Bahamas com alguns amigos mais íntimos havia sido cancelada como castigo pelo comportamento, junto com o aumento de suas sessões de terapia, e eles haviam cantado parabéns com um bolo em casa e sem convidados.
O castigo de Melanie já havia acabado, ou mal tinha sido posto em prática na realidade, e a garota estava sempre com tempo livre para fazer o que quisesse, enquanto Cecilia tivera a agenda completamente programada para ficar ocupada todas as tardes com aulas de francês, pilates e biologia avançada. Sentia-se exausta e solitária, sem poder sair de casa para nada além dos compromissos marcados pelos pais.
Edward desistira de tentar se comunicar com ela, permanecendo calado quando se viam à sós e deixando para Lynn todas as conversas sobre seu comportamento errático. Ele sequer fazia questão de lhe passar sermão como sempre parecera gostar de fazer.
Para piorar as coisas, era obrigada a passar uma hora brincando com Adam todos os dias para "reafirmar seus laços de fraternidade". Sessenta minutos inteiros com o irmão, um garoto tímido e fracote, completamente o oposto dela. Era tortura.
— E agora vamos fazer o quê? — perguntou Adam, com as bochechas rosadas após ter corrido dez voltas ao redor do jardim dos fundos.
Ceci suspirou e desviou o olhar do celular.
— Cinquenta polichinelos — disse ela.
— Mas eu não sei contar até cinquenta, você conta pra mim?
Ela revirou os olhos.
— Claro, eu te aviso quando der cinquenta. Vai, começa — incentivou Cecilia.
O garoto começou a pular e balançar os braços de maneira desajeitada, realizando a ordem que Ceci havia dado na "brincadeira" dos dois.
— Eu adoro brincar de O Mestre Mandou com você, Ceci — disse Adam, com um sorriso largo.
— Eu também — volveu Ceci, forçando um sorriso — Tenho certeza que da próxima vez você vai ganhar no cara ou coroa e será sua vez de ser o Mestre...
O garoto sorriu e Ceci voltou o olhar para o celular novamente, planejando deixar o irmão fazendo polichinelos até se cansar.
Ela trocava mensagens com Melanie enquanto acompanhava o grupo de conversa da sala. Não tinha muitas amizades naquela turma, mas gostava de saber do que falavam pois a maioria dos alunos da escola eram filhos de celebridades, como ela, ou donos de empresas multimilionárias.
O pedaço de uma conversa chamou-lhe atenção.
"O irmão da Mel".
A frase fez com que ela quase saltasse da grama.
— Já deu cinquenta? — perguntou Adam.
— Não! — disparou Ceci, com o foco completamente voltado para o celular, tentando rolar a conversa para cima e descobrir a pergunta que havia gerado aquela resposta enquanto mais e mais mensagens inundavam o grupo.
"Quem?" foi o que encontrou.
Ela revirou os olhos, passando rapidamente por mensagens sem sentido até achar "o babaca quase me deu um soco por causa dessas fotos".
Cecilia sentiu o ar escapando-lhe. Estavam falando das suas fotos? O furor da rave já havia se extinguindo há muito tempo, fotos haviam circulado e ela não aparecia em nenhuma. Por que alguém se importaria com aquilo tanto tempo depois?
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Garota Inconsequente
Roman pour AdolescentsLEIA A SINOPSE APÓS O AVISO: Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o Wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta história em seu formulár...