O protetor da montanha (parte 2)

45 13 38
                                    


-Onde está...Kael...?

-Ele não pôde vir, teve que levar umas mercadorias até outra vila, vai passar uns dias fora.

A mulher tentou se aproximar para ver o rosto daquele rapaz.

-Por favor não se aproxime! - disse Calebe um pouco assustado.

-Não se preocupe, não vou lhe fazer mal. Olha, vou até a cidade pegar umas roupas do Kael e trago para você, está bem?

-Bem...- respondeu Calebe.

A mulher então trouxe algumas das melhores roupas que Kael tinha em sua casa, e as deu para Calebe usar.

-Temos que cortar esse seu cabelo.

A mulher cortou o cabelo de Calebe até que parecesse um homem comum da cidade, porém era quase impossível, pois a cor de sua pele e sua grande beleza, faziam que parecesse um estrangeiro. Logo um rumor se espalhou pela cidade que a mulher de Kael hospedava um índio em sua casa enquanto seu marido viajava a trabalho.

Ao saber da notícia Kael correu até sua casa e desesperadamente abriu a porta, encontrando realmente um homem comendo vários pães ao mesmo tempo como um animal.

-Não acredito que é verdade...

-Kael, não é o que você está pensando! - exclamou Elizabeth.

-Kael! - Calebe pulou em alegria para abraçar o amigo.

-Mas como? Você se tornou um homem! -Kael o abraçou de volta, mas logo o afastou para dar uma boa olhada se o que estava acontecendo diante de seus olhos era real.

-Eu querer esposa como você, mas agora não conseguir virar lobo de novo. - Fez uma expressão triste.

-Não se preocupe, vamos achar uma noiva para você, que o ame, e que você a ame. - disse Elizabeth, sorrindo para ele, e logo depois para seu marido.

Kael respondeu com um sorriso um pouco inseguro, e Elizabeth notou.

Com o passar do tempo as brigas entre Kael e Elizabeth foram aumentando, e não demorou muito para Calebe perceber que ele era a causa, por isso em um dado momento resolveu voltar para a montanha, sem avisá-los. O que fez com que os dois procurassem por Calebe juntos, até que o encontraram sob a chuva diante do túmulo de Maria.

-Calebe.

-Kael, eu tenho que te contar algo...

-Se é por causa de nossas brigas?

-Não é isso, fui em que matei sua irmã.

-O quê?

Kael sentiu seu mundo desabar, como se uma grande verdade estivesse diante dele todo o tempo e ele apenas não quis aceitar, no fundo, ele já sabia.

-O que você disse? - Cambaleou.

-Eu matei...- Antes que entre choro e soluço Calebe pudesse terminar sua frase, Kael o socou e partiu para cima dele desferindo vários socos seguidos.

-Kael, pare! Vai matá-lo! - gritou Elizabeth, segurando-o.

-Por Deus Elizabeth, ele é imortal! Infelizmente não há como matá-lo. Você mesma viu, quando ele pulou daquele precipício e voltou como se não tivesse nada.

Calebe continuou deitado, apenas deixando-se ser socado.

-Mas eu lhe imploro meu amor, deixe-o!

Kael completamente cego de ódio virou-se contra Elizabeth, e disse:

-Você o ama, não é? Sempre o amou! Pois fique com ele! Estou farto de ser enganado por todos a minha volta!

Aqueles que UivamOnde histórias criam vida. Descubra agora