"Diga com quem tu andas, que direi quem tu és"

93 20 18
                                    

Numa sexta-feira, nas aulas do noturno, o diretor notificou a todos os alunos durante a aula, pela caixa-som, que tomassem cuidado no final de semana, pois haviam pessoas perigosas caçando lobisomens, em especial, os híbridos. Os alunos de sangue puro não se preocuparam tanto, todavia, os híbridos ficaram um bastante assustados. Ao final das aulas, Arthur procurou por Calebe afim de esclarecer algumas coisas, e o encontrou em frente ao colégio.

- Nós investigamos e acreditamos que a Igreja esteja atrás de uma coisa que só um tipo raro de híbrido pode ter. Por isso, peço evite sair de casa no final de semana. – alertou Calebe.

- Mas eu marquei com meus amigos, faz tempo que não os vejo. – A expressão do rosto de Arthur tornou-se triste.

- Você é quem sabe, se quiser morrer e levar seus amigos juntos, fique à vontade. – Calebe demonstrou não ter muita preocupação externamente, apesar de, interiormente ficar receoso de que Arthur fosse tentar algo idiota.

- Não vamos caber os três na cabeça de lobo. – Arthur tentou fazer uma piada de humor negro, como Calebe constantemente fazia.

- Sobre isso, descobrimos que os alunos foram mortos em locais diferentes do colégio, e de alguma forma a cabeça de lobo os transportou para a sua boca. –Calebe olhou na direção onde a cabeça do lobo se encontrava.

- Então quer dizer que quando um aluno morre no colégio, o lobo transporta para sua boca? – colocou a mão sobre o queixo, disse Arthur pensativo.

- Quase isso, acho que o espirito do lobo quer que descubramos quem está fazendo isso logo.

- Espirito do lobo? – coçou a cabeça.

- Essa escola foi construída aqui porque antigamente era aqui que viviam alcateias de lobos, e as tribos indígenas, antes que os europeus viessem e destruíssem tudo. Não prestou atenção nas aulas? Já falei sobre isso.

- Claro que sim, só tinha me esquecido. – Arthur não fazia ideia.

SÁBADO 8:00 AM

Como de costume, Arthur acordou quando seu despertador tocou pela quinta vez.

Não demorou alguns minutos, sua irmãzinha Rebecca, apareceu na mesa para comer os ovos com torrada que ele havia preparado.

- Coma isso, para crescer forte. – deixou um prato de comida em frente à sua irmã, que estava sentada na mesa.

- Fez neuscau? – respondeu ela, embolando as palavras.

- Claro que fiz, conheço minha irmãzinha. – Sorriu.

Logo depois aparece coçando a bunda, Teodoro, pai de Arthur. Teodoro era um homem por volta dos quarenta e cinco anos, contudo possuía uma aparência juvenil, e mais preguiçosa que de seu próprio filho.

- hm..., que delícia de desjejum meu filhão preparou hoje! – Levou a mão até uma torrada.

- Ei, isso é meu e de Rebecca. – Arthur deu um tapinha na mão do pai.

- E papai, não come nada? – Teodoro fez cara de cachorrinho sem dono.

- Não, velho inútil. – disparou um olhar de frieza.

- Haha, velho inútil! – Rebecca apontou para o pai, e caiu em gargalhadas.

- Ninguém me ama nessa casa. – Teodoro fingiu chorar, mas logo lembrou-se de seu compromisso. – Essa não, tenho que ir trabalhar! Até mais crianças, cuide da sua irmã!

- Papai trabalha dia de hoje? - Como seu pai já havia saído, Arthur perguntou para Rebecca.

- Sim, ele disse que o Senhor cara bolacha o mandou trabalhar aos sábados. – respondeu ela, enquanto levantava seu dedinho apontando para qualquer lugar.

Aqueles que UivamOnde histórias criam vida. Descubra agora