Sob a mesma estrela

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Calebe saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e sobre a cabeça enxugando o cabelo que agora não estava mais cor de prata, e sim, de uma cor castanha escura.

-Como removeu a tinta do seu cabelo tão rápido? - Clarice não pode deixar de reparar o abdominal divido dele, apesar de ter um rosto sedentário, Calebe possuía um corpo bastante saudável.

Calebe segurou uma parte de seu longo cabelo e reparou que realmente estava castanho.

-Sobre isso? Costuma acontecer quando fico ansioso. – sorriu.

Clarice o fitou por um tempo.

- O que foi? – deu um passo para trás.

- Você fica mais bonito assim. – tentou alcançar uma mecha de cabelo dele, mas no mesmo momento Calebe se afastou fazendo com que ela perdesse o equilíbrio, e quase caísse da cama.

- Ainda não acredito que só tinha um quarto para os dois nessa viagem. – disse ela, enquanto se virava para que ele se trocasse.

- Foi o que deu para pagar com o nosso dinheiro.

- Você viveu por tanto tempo e não tem dinheiro? – Clarice virou-se automaticamente por um instante, pode ver Calebe de costas pelado. Inicialmente reparou naquela bunda bem durinha, mas quando foi subindo não pode deixar de notar várias cicatrizes nas costas, mas apenas se virou novamente e fingiu que nada aconteceu.

- Não é bem assim, na verdade ficaria impressionada do quanto eu juntei. Mas temos regras. – bateu uma palma. – Pronto, pode se virar. – estava belo como sempre, com sua camisa social azul por baixo de um colete branco, e usando uma gravata prateada.

Quando estavam prontos para sair, o estomago de Clarice roncou, mas ela se afastou e fingiu procurando alguma coisa, Calebe sorriu, e a fitou com os olhos encantado. Lembrou-se da noite que passara com ela, e das coisas que disse enquanto dormia, "não mãe, quero ser forte. Não serei igual a você", "sinto muito", ela também chegou a mencionar "Calebe", o que o deixou preocupado, mas seguido de "idiota arrogante" e "maluco do café", o que o fez dar risada, mas ficou um pouco chateado por ela ter essa visão dele.

- Vocês humanos, costumam ficar com fome toda hora... venha comigo. – pegou na mão dela.

Ãnh???

Clarice ficou confusa a princípio, e já estava se preparando para discutir, mas logo notou que ele a estava levando para tomar o café da manhã numa padaria um pouco mais a frente. Era um local incrível, com os mais diversos pães, comuns e recheados.

- Você anda como se já estivesse morado aqui.

- Já morei. – tossiu como se tivesse vergonha do que estava prestes a ser dito. – Já trabalhei para igreja, durante a guerra.

Os dois procuraram uma mesa para se sentarem e logo um atendente apareceu.

- Bom dia, como posso servi-los?

Antes que pudessem dar uma resposta um outro homem apareceu.

- Aí está você!

- Geraldo! Faz tanto tempo! - Em um ímpeto de alegria, Calebe se levantou e abraçou o velho amigo.

- Eu estou sempre aqui, você que nunca fez questão de aparecer.

Aqueles que UivamOnde histórias criam vida. Descubra agora