A Lua e o Lobo

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Clarice acordou meio tonta e então olhou para os olhos preocupados de Calebe, e ao fundo Arthur andando de um lado para o outro.

- Nossa eu por um instante achei que o Arthur tinha um focinho de cachorro. – Disse ela. Arthur imediatamente a interrompeu e com as mãos na cintura disse:

- Especificamente, lobo.

- Clarice, escuta. O que você acabou de ver foi real, Arthur e eu somos lobisomens. – Disse Calebe. Foi quando Clarice percebeu que estava sendo segurada por seus braços longos e firmes, ficou um pouco sem jeito e tentou se levantar.

- Não é possível que isso tudo seja real. – Disse ela enquanto se levantava ainda cambaleado, mas conseguiu se apoiar na maçaneta da porta.

- É sim! – Disse o Arthur animadamente, houve uma ligeira impressão de que ele iria se transformar novamente, mas dessa vez foi impedido pelo olhar de Calebe.

- Que tal irmos com calma em? – Disse Calebe - Vamos a caminho da escola e lá te explicamos tudo com mais detalhes.

Clarice assentiu com a cabeça, então saíram para a frente da casa e Clarice ainda confusa perguntou.

- Não estamos atrasados? Talvez devêssemos pedir um táxi, sei lá.

- Me desculpe Clarice, mas eu não tenho o costume de me atrasar. Tudo bem se eu me transformar e você subir nas minhas costas?

- Vão se transformar novamente? – Disse ela preocupada.

- Sim. Mas se ainda não estiver confortável pode ficar em casa. – Disse Calebe com um tom de preocupação. Enquanto Clarice gaspeou.

- Você é bem grosso as vezes, não é mesmo? –Disse ela

- Não fui grosso...

- Tudo bem, pode se transformar. Mas nem pense em tentar me comer, sou faixa verde de karatê!

- Prometo que não vou.

Calebe fechou os olhos e lentamente um vento soprou. Seus cabelos balançaram e seu corpo foi se desfazendo como poeira, e como uma reorganização dos átomos de repente estava presente ali um lobo de dois metros, no entanto seu olhar continuava gentil. Seus pelos eram alvos e brilharam como a luz da lua.

- Suba. – Disse ele. Clarice subiu nas costas do lobo, então ele correu juntamente com o Arthur também transformado para a Escola.

Enquanto cavalgava nas costas de Calebe, Clarice foi atormentada por algumas questões e revolver externalizá-las.

- É muita coisa para assimilar. Como por exemplo, onde foram parar suas roupas? E porque você se transforma em um lobo e não naquele monstro das histórias de terror? E por que o Arthur tem chifres?

- São muitas perguntas, mas todas possuem respostas. – Disse Calebe – As criaturas no geral estão há muitas eras sobre a terra. Era só uma questão de tempo até que elas burlassem suas maldições. Atualmente existem produtos mágicocientíficos que compramos em mercados específicos que nos permitem certas coisas como se transformar sem perder as roupas.

Clarice ficou bastante interessada no assunto, mas não ousou aprofundar-se mais para não ficar ainda mais confusa. Enquanto isso observava as casas do alto aproveitando a vista, de cima do lobo.

- Você ainda não me respondeu as outras perguntas. – Disse ela.

- Pode deixar que eu respondo a segunda. – Disse Arthur. – Aquela é uma transformação de batalha, só temos permissão para nos transformarmos assim em caso de guerra ou quando nossas vidas estão em perigo. Não é isso, professor?

Aqueles que UivamOnde histórias criam vida. Descubra agora