Rosa dos ventos

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- Já que não temos o rastro da magia, melhor usarmos nossas cabeças, vamos pegar um desses elevadores e ir para cima. - Jhonata alegou.

- Porque para cima?

- É onde geralmente ficam os chefões, não é?

- Hum, verdade. - Clarice lembrou-se de um dos jogos que jogava que realmente era assim.

Clarice e Jhonata se preparavam para caminhar até o elevador sem que ninguém os notasse, quando sentiram uma presença atrás deles.

- Se eu fosse vocês não iriam por esse caminho. - Uma velha senhora de pele clara, cabelo alvacento, que usava um véu branco sobre a cabeça e um pedaço de um galho com uma jóia dourada brilhante em sua ponta superior. E este mesmo galho era usado para manter seu corpo curvado em de pé, como uma espécie de bengala ou cajado. Então a velha senhora pousou atrás dos dois.

Em um salto, assustada, Clarice foi para trás de Jhonata por reflexo.

- Garotinha, vejo que sua personalidade mudou bastante. - A velha tocou na macia pele do rosto de Clarice. - Sinal de que fiz um bom trabalho - disse a velha.

- Está falando comigo?

- Você é a única garotinha por aqui, querida. - Encaminhou um olhar compreensivo, que ao mesmo tempo que confortava Clarice, no fundo, incomodava-a.

Jhonata com muita educação, segurou a mão enrugada da senhora e a moveu para longe do rosto de Clarice.

- Senhora, não quero parecer mal educado, mas dada a situação que nos encontramos, acho melhor não agir com tanta intimidade.

- Não há necessidade disso, ó divino cão dos céus. - sorriu para ele. - Vejo que mesmo sem reconhecê-la, seus velhos hábitos de proteção continuam. -Jhonata repentinamente sentiu um toque em seu peito. - Será que é porque seu coração ainda deseja protegê-la?

Assustado, Jhonata recuou segurando Clarice pela mão, e juntos entraram no elevador. Clarice o encarou, e ele, ofegante, colocou a mão na parede do elevador, segurando no centro do seu tórax, exatamente onde a velha havia tocado.

- Você está machucado? Ela te fez algo? - Clarice perguntou preocupada.

- Não é isso, eu não senti a presença dela. Essa senhora me tocou antes mesmo que eu notasse que ela havia se movido. - tentou se acalmar. - Isso significa que ela é extremamente poderosa. - seu corpo inteiro suava de tensão.

- Mas se ela quisesse nos matar, já estaríamos mortos. - disse Clarice numa tentativa falha de acalmá-lo.

- Você tem um ponto, no entanto, o que uma senhora bondosa estaria fazendo em um lugar como esse, sendo tão poderosa?

- Quer dizer...

- Exato, ela que pode ter usado a magia para sequestrar a garota Kitsune.

- Sophia.

- Isso.

Conforme o elevador subia, Clarice se sentia um pouco tonta, como se estivesse prestes a perder a consciência.

- Você está bem? - segurou Clarice em seus braços.

- Sim, só estou um pouco tonta. - afastou-se educadamente.

- Deve ser porque o elevador está usando nossa energia mágica para subir, e isso pode estar causando alguma reação em você.

Então o elevador para, e sua bela porta de madeira se abre. Mas para a surpresa dos dois a senhora que eles haviam acabado de ver no andar inferior estava os aguardando em frente.

Aqueles que UivamOnde histórias criam vida. Descubra agora