13° Capítulo

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É difícil mensurar para qual das envolvidas a manhã e o começo de tarde daquela terça feira comum passou mais devagar; Lisa se esforçou ao máximo para não transparecer qualquer nervosismo, mantendo o mesmo sorriso amigável de sempre e sendo o mais gentil que conseguia, impressionando algumas pessoas com sua incrível habilidade de empilhar copos em uma bandeja ou com sua facilidade surpreendente em fazer amizade com crianças pequenas, além de, claro, surpreender todos seus colegas de trabalho e clientela frequente com a brusca mudança de visual; Jennie, por outro lado, demorou quase 2 horas dentro do próprio guarda roupa, tentando decidir qual era a combinação mais adequada para o momento, mas, sempre acabava achando elas simples demais, coloridas demais, sempre demais, no fim, optou por algo confortável, que, lá no fundo, sabia que a loira gostaria.

Quando a hora combinada se aproximou, a coreana se despediu dos poucos funcionários que estavam por ali, com uma desculpa qualquer que precisava resolver detalhes da festa com uma pessoa especial, e saiu com seu carro em direção ao tão famoso restaurante. Ela estava nervosa, cada músculo do seu corpo parecia tenso e não conseguia explicar a sensação do coração batendo cada vez mais perto da garganta quanto mais seu destino se aproximava, um quarteirão após o outro, ultrapassados pelo Ômega cor da noite, sua belíssima motorista e " Don't Stop Believin' " tocando no rádio.

A coreana ficou alguns minutos do lado de fora do restaurante até ouvir a tão conhecida voz se despedindo de alguém logo atrás de si. Ela havia aproveitado esses minutos de silêncio tentando decidir o que falaria assim que seus olhos colidissem contra os da loira mais uma vez, depois de tudo que tinha acontecido. Jennie só não tinha parado para considerar que pregar peças nela era o jogo favorito do destino e, assim que girou sobre os calcanhares, se deparou com uma Lisa ainda mais bonita do que estava esperando. A ex-loira agora tinha os cabelos negros e brilhantes, cortados pouco acima dos ombros, e, Jenn conseguia ver uma faixa na altura das orelhas, de ambos os lados, ainda da antiga cor loira, mas, um pouco mais clara. Kim estava encarando a mulher a sua frente sem nem tentar disfarçar - ela não conseguiria nem se quisesse. Antes, era difícil imaginar uma versão ainda melhor da tailandesa, mas, aparentemente, ela conseguia constantemente ficar ainda melhor

Lalisa, por outro lado, não podia ter imaginado uma reação melhor à sua mudança. Quando a cabelereira a ofereceu, no dia anterior, uma mudança muito mais brusca do que pretendia, ficou devidamente nervosa e com medo de não se adaptar, mas, decidiu confiar na amiga de longa data e não poderia ter ficado tão satisfeita.

Os olhinhos brilhantes e fixos de Jennie eram a melhor prova disso.

Assim que a mais baixa percebeu que estava-a encarando descaradamente, imediatamente fechou os olhos e e riu baixinho, torcendo para que a outra não notasse suas bochechas levemente coradas

── Você gostou? ─ Lisa perguntou, sorrindo, e chacoalhando a cabeça para que os fios agora muito mais curtos esvoaçassem pelo seu rosto. ── Foi minha mini aventura de ontem...

── Você está simplesmente magnífica. ─ Kim disse, num impulso de sinceridade genuína. Foi a vez da tailandesa sentir rir de modo envergonhado e colocar uma pequena mecha do cabelo atrás da orelha, desviando o olbae ── Sério. Não dá pra descrever de outro jeito.

A nova morena sentia o coração acelerar e os músculos do seu rosto insistirem em um sorriso tímido e levemente abobado, mas, extremamente adorável. Ela havia recebido uma grande quantidade de elogios nos últimos dois dias, mas ninguém conseguirá mexer com seu psicológico a ponto de lhe dar vontade de sair gritando pelos quatro cantos do mundo que Jennie Kim havia a chamado de magnífica
Finalmente ergueu seus olhos para encarar sua companheira de almoço e dessa vez não conseguiu segurar o sorriso idiota. Jennie era absurdamente adorável a todo o tempo; o vestidinho rosa bebê justo, na altura dos joelhos, combinava perfeitamente com a faixa que adornava seus cabelos e também com a bolsinha branca - com o chamativo símbolo da Chanel - que carregava contra o corpo. Ela estava balançando o corpo suavemente para frente e para trás, como uma criancinha morrendo de vontade de dizer algo, mas meio envergonhada.

Paradise  - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora