Quatro

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Oi, gente! Aqui está, mais um.

Boa leitura!

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Point Of View Mirella Fernandez


Itapecerica da Serra, Grande São Paulo

Acordei com as luzes fortes no meu rosto, não conseguia abrir os olhos e minha cabeça doía um pouco, assim como o meu corpo. Tentei me mexer um pouco e me esticar na cama, mas senti pernas entre as minhas. Me virei um pouco confusa tentando identificar quem havia dormido comigo, pois eu não conseguia me lembrar de boa parte da noite passada. Quando minhas costas, finalmente, encontraram o colchão a outra pessoa também se mexeu, adquirindo uma pequena, porém significante distância entre nós. E foi só então que eu consegui identificar o tom claro dos cabelos e lábios tão marcantes. Era a Stéfani. Uma sensação reconfortante atingiu o meu peito imediatamente. Eu não entendi, mas era muito bom acordar com ela.

A mulher se remexeu com o braço sob os olhos, tentando tapar a claridade, o que ao meu ver era uma perda de tempo, pois não funcionaria. Instintivamente, deixei que minha cabeça pendesse sob seu ombro, achando quase impossível mantê-la em pé, mas, na verdade, gostando de toda aquela proximidade. Nós havíamos acabado de nos conhecer, éramos simplesmente duas estranhas dividindo a mesma cama, mas por algum motivo eu não enxergava desta forma. Depois de tudo que eu havia passado lá fora, ela era a primeira pessoa a me fazer tão bem e era muito bom. Tão bom que me assustava, mas era um medo tão reconfortante. Um frio na barriga tão gostoso que eu não gostaria que acabasse.

Stéfani encostou o rosto no topo da minha cabeça e respirou fundo, tão fundo que pude ver seu peito subindo e descendo por baixo do pijama vermelho e felpudo. Quase não consigo conter a vontade de tocar e sentir o quão macio aquele tecido deve ser.

– Bom dia. – Disse ela com a voz levemente rouca muito próxima a minha orelha, me fazendo sorrir com os arrepios que me causou. – Você está cheirando a cachaça.

Grunhi me afastando um pouco e ela sorrio, achando engraçado por eu ter ficado sem graça. Forcei meus músculos para tentar me levantar, parecia que eu havia levado uma surra ou caído de alguma escada, estava toda dolorida. Mas com um pouquinho de esforço eu conseguiu me sentar.

– Bom dia. – Respondi suavemente, tentando manter os olhos abertos.

Alguns estavam levantando e os outros já haviam levantado para fazer suas atividades, um pouco acabados pela festa de ontem, mas principalmente meio tensos. Hoje era noite de votação e ninguém parecia pronto para o que viria, ainda mais depois de uma noite como a que tivemos. A festa deveria ter sido para deixar todos relaxados, mas acabou ficando todo mundo bêbado e agora com dificuldades para levantar. Quer dizer, eu fiquei bêbada e muito bêbada. Também me lembrava um pouco do Lucas e da Jojo que pareciam alterados, e da Lidi também, mas tirando esses poucos flashes não me lembrava de absolutamente nada.

Levantei com certa dificuldade, peguei minhas coisas e fui tomar um banho, pois de acordo com a Stéfani eu estava fedendo. Assim que terminei me troquei e coloquei um óculos para ir dar comida para as galinhas, pois era a minha função. Nós tomamos punição porque o Lucas fez xixi no box do chuveiro e a regra é bem clara sobre fazer necessidades fisiológicas fora dos reservados, então ficamos sem ovos até a próxima reposição. E esse tudo ocorreu só pela manhã.

O resto da tarde nós acabamos ficando confabulando votos, pensando em quem votaria em quem e tentar adivinhar em quem a Jakelyne vai votar, pois ela se da bem com todo mundo e imagino que seja uma decisão difícil. Alguns casais também começaram a se desenvolver depois da festa, pelo que as meninas disseram o Cartolouco queria ficar com a Luiza, mas ela dispensou e agora ele estava focando na Tays. O Lucas e Raissa pareciam bem mais próximos também, o que era estranho porque eu nunca pensei que essa junção poderia vir a acontecer e muito menos que daria certo, mas eles parecem estar se dando bem. O Mariano e a Jakelyne eram outros que as vezes sumiam e quando nós encontrávamos estavam juntos, então acho que não seria surpresa se eles estivessem se pegando. Só tinha aproximação repentina que estava me encomendando um pouco, e era o JP que estava começando a investir um pouco demais na Stéfani. Sei lá, eles não combinavam, não tinham nada haver. Do meu ponto de vista ele estava forçando algo que não iria acontecer. E nós também acabamos levando outra punição por causa do JP, ficando vinte e quatro horas sem carne, porque ele resolveu levar umas das garrafas de tomar vitamina para baia, o que, obviamente, era proibido.

The Reality - StérellaOnde histórias criam vida. Descubra agora