Dez

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Oi, oi! Voltei! Uma década depois rsrsrsrsrs

Ai, gente... Gostei desse capitulo e espero que vocês também gostem.

Boa leitura!

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Point Of View Mirella Fernandez


Itapecerica da Serra, Grande São Paulo

O sábado estava sendo calmo, já que estávamos todos de ressaca, mas, pela lentidão, acabamos tomando punição por infringir regras e ficamos sem água encanada. Então, para tomar banho, para lavar o cabelo e até mesmo usar o banheiro, precisávamos encher um balde, esquentar a água e blá, blá, blá. Era um saco. Stéfani queria tomar banho para lavar o cabelo e eu não pensei duas vezes, antes de ir esquentar a água para ela e me oferecer a ajudá-la. Eu não entendia, mas, qualquer coisa, por mínima que fosse, que a ajudasse de alguma forma eu estava fazendo. Estava adquirindo uma necessidade absurda de agrada-la a qualquer momento e não era algo forçado, para recompensar o quanto ela me fazia bem, era de coração. Pura e simplesmente de coração.

Estávamos na cozinha, fervendo a água, varias e varias vezes, pois a panela não era muito grande. Estava tão concentrada que nem percebi quando Juliano chegou, mas não deixei de notar suas gracinhas com a Stéfani. Suas risadas soltas, as tentativas de se aproximar a qualquer custo. Eu não sabia se ela não percebia ou se fazia de proposito, pois duvidava que ela estivesse interessada. Bom, não era o que parecia e ele ficar forçando algo que não tem a menor chance de acontecer me irritava. Por que os homens dessa casa estavam sempre investindo nela? Que coisa chata. Nunca a vi dando brecha pra ninguém, mas já ouvi até o Lipe dizendo que ela estava dando mole pra ele. Agora, pronto. Mole pra ele. Será que eles não se tocam?

Juliano se aproximou um pouco e vi nitidamente quando Stéfani, sutilmente, deu um passo ao meu lado, mantendo a mesma distância entre eles. Precisei fazer um grande esforço para não rir e continuar focada na água que estava no fogo, mas estava começando a ficar um pouco difícil.

– O que vocês estão fazendo? – Indagou ele.

Jogando xadrez. O que ele achava que estávamos fazendo? Brincando pra ver quantas bolhas sobem quando a água começa a ferver? Pelo amor de Deus!

– Fervendo água pra tomar banho. – Respondeu Stéfani, toda educadinha.

– Quer ajuda pra tomar banho? – Minha cabeça, automaticamente, se virou em direção a ele.

Seus lábios estavam retraídos, revelando caninos afiados demais para um adulto de quase oitenta anos. Não era um sorriso complacente, era malicioso. Não estava acreditando no que estava ouvindo, ele só podia estar de brincadeira, certo? Ele não estava falando sério, estava? Porque, para eu jogar toda essa água no rosto dele eram dois palitos. Velho abusado!

– Não precisa, não. Obrigada. – Stéfani respondeu sorrindo gentilmente e eu revirei tanto os olhos de forma tediosa que, possivelmente, ficaria cega.

Quando ele deu de ombros sorridentemente, finalmente, se afastando de nós, meu olhar caiu sob Stéfani. Meus olhos ferviam de incredulidade e revolta, enquanto ela permanecia como se nada tivesse acontecido. Pressionei os lábios contendo os vários palavrões, que já batiam a porta, lutando para escorregarem para fora. Só de imagina-lo tocando seu corpo embrulhava o meu estomago.

Precisei passar um tempo a encarando antes que ela, finalmente, percebesse o meu desconforto.

– O que foi? – Indagou confusa.

Não era possível que ela não havia percebido que ele estava, claramente, dando em cima dela, aquilo estava muito nítido, tanto que eu poderia afoga-lo sem remorso algum há minutos atrás.

The Reality - StérellaOnde histórias criam vida. Descubra agora