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Oi oi vidass, eu coloquei muito sentimento meu nesse capítulo, principalmente da Julie falando sobre perder a mãe já que eu entendo bem como é isso, então espero que gostem e não esqueçam de votar e comentar!

xoxo, gigi
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P.O.V Julie Molina

Eu estava em uma enorme crise existencial a 1 ano, me sentindo deslocada, sem saber se queria continuar ou não, desenvolvi ansiedade e tinha picos de depressão, e tudo isso era reflexo da perda dela.

Faz 1 ano que minha mãe morreu em um acidente trágico, não me lembro ao certo todos os detalhes já que forcei minha mente a esquecer tudo relacionado aquele dia, pensava que lembrar de tudo me faria mal, mas hoje sei que é pior não me lembrar, é como se eu a tivesse esquecido e isso eu nunca quis.

Eu sofria todo dia com a morte da mamãe e me sentia sozinha, tendo que lidar com a dor sem ajuda, mesmo sabendo que tinha pessoas ali comigo, eu não me sentia assim. Era horrível pensar em apenas sumir todos os dias e eu só não fiz isso ainda pelas pessoas ao meu redor, eu tinha o papai, Carlos, Flynn e Willie e eu não queria que eles sofressem, então era por eles que eu aguentava tudo.

Em uma crise sai de casa sem rumo e acabei encontrando uma praia que não era muito longe da minha casa; eu sempre amei praia e ali eu me sentia em casa, mas de um jeito diferente, como se eu pudesse me abrir comigo mesma e colocar tudo o que eu estava sentindo para fora, eu podia conversar com a minha mãe, sem ninguém achar que eu era maluca por falar sozinha olhando para o céu, mas eu sei que ela me ouve, eu sinto ela comigo sempre e é a melhor sensação do dia ter ela tão perto de mim.

Ainda era 5:10 da manhã, nem me preocupei em estar sozinha de madrugada, apenas me concentrei em ficar ali e aproveitar meu momento com a mamãe. Me sentei na areia e agarrei minhas pernas enterrando minha cabeça ali, e então chorei, chorei até não aguentar mais.

- Mamãe... hoje eu achei esse lugar e tenho certeza de que você amaria estar aqui, sei que eu andei afastada, quase não conversei com você, me perdoa por isso, eu ando tão sobrecarregada. Papai queria que eu fosse pra um psiquiatra, será que ele me acha louca? Eu sinto sua falta... não tem um dia sequer em que eu não pense em você e no quanto eu era feliz nos seus braços, sinto falta das nossas noites das meninas, sinto muito que tenha acabado assim, tão rápido e sem chance de adeus. Eu sei que você sempre vai estar olhando por mim e me protegendo de todo o mal... eu prometo nunca mais tentar te esquecer, prometo que vou lembrar com alegria da mulher mais incrível que eu já tive a honra de conhecer. Me desculpe por ser fraca, mamãe, mas eu vou melhorar.

Continuei ali, com a cabeça enterrada entre as pernas torcendo para congelar no tempo e ficar pra sempre ali com ela. Eu sentia uma paz tão grande quando conversava com a mamãe, me sentia bem, como se tivesse tirado um peso enorme de cima dos meus ombros e agora eu não carregasse mais toda a dor e a culpa de perder alguém importante.

Sinto que passei horas ali e sinto também que não estou só, levantei minha cabeça agora sem qualquer resquício de lágrimas em meu rosto e encarei aquele mar infinito, calmo e lindo; o sol já estava nascendo e agora a luz dele invadia meu rosto, fechei os olhos e sorri. Olhei para o lado como um impulso, não sei o que esperava encontrar ali, mas o que achei foi bem melhor.

Um garoto mais ou menos da minha idade estava ali, ele estava exatamente na mesma posição que eu, mas ele não parecia chorar. Ele era lindo, tinha os cabelos um pouco mais comprido e uma pose de badboy, mesmo que seu rosto não me dissesse isso. Ele me encarava tanto que quase lhe joguei um balde para deixar sua baba cair dentro, era estranho e bom? Sei que não o conheço, mas gostei de ter a atenção daquele estranho em específico. Eu acabei ficando sem graça e sorri tímida logo desviando meu olhar do dele e encarando o céu, já devia ser mais de 6:00.

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