-TAEHYUNG-
Enquanto fumo sentado na varanda do quarto de Jimin com as pernas para fora da cerquinha, paro para pensar no passado.
Olho para o cigarro e sorrio fraco ao lembrar de Jeongguk que sempre briga comigo por fumar.
Jimin se senta ao meu lado.
— E aí?— ele me pergunta.
— O quê?
— Você tá com "mó" cara de pateta... tá pensando no quê?
— Em antigamente.
— Hmm... O que exatamente? No que você fez durante esses 15 anos?— ele me pergunta olhando pro chão.
— Estive por aí.
— "Por aí" onde?
— Pela rua, pela gangue, prisão...
Jimin continua me olhando, esperando que eu fale mais alguma coisa.
— Minha vida foi muito complicada, mas logo quando a gente pegar o dinheiro todo, acho que tudo vai mudar.
— E sua família?
Fico meio nervoso ao ouvir a palavra "família".
— Eu não tenho mais família.
— O que aconteceu com seus pais?
Permaneço quieto olhando pra absolutamente nada.
— Taehyung, você nunca me contou sobre seus pais, sendo que a gente é bem próximo. Acho que você podia se abrir um pouco mais pra mim.
— Fui expulso de casa aos dezesseis anos, pela minha mãe.
— O quê? Mas por quê?
— Ela tem TEI.
— E isso seria...?
— Transtorno Explosivo Intermitente. Isso começou quando eu tinha, bem... acho que doze... sim, doze anos. Ela me batia sem motivo aparente e tinha surtos de raiva, depois ficava triste por ter feito, mas voltava a fazer logo depois.
Dou uma pausa, lembrando da minha mãe.
— Um dia ela não aguentou mais e me expulsou. Disse que nunca mais queria saber de mim, e eu, idiota, fiquei tendo a esperança de que ela iria me ligar algum dia... mas isso nunca aconteceu.— sinto meus olhos enchendo de água.— E o pior é que eu ainda me preocupo com ela.— as lágrimas descem sem fazer barulho.
Jimin me abraça de lado.
— E seu pai? Ele não fez nada sabendo disso?
— Sim. Ele era uma pessoa boa, mas nunca me ajudou...
— O que ele fez quando sua mãe te expulsou?
— Ele nem chegou a saber disso.— seco as lágrimas com as costas da mão esquerda.— Ele morreu quando eu tinha quinze anos. Me pergunto o que ele faria se tivesse vivo.
— Entendi... Tae, tudo que precisar falar, conte pra mim, por favor.
Sorrio triste.
— Eu sei, e eu quem agradeço, Minie... de verdade.
Ficamos abraçados por um tempo, quando ele me pergunta:
— E Jeon?
— O que tem o dentuço?
— Eu te disse que você pode me falar a verdade.
O solto.
— Fico feliz que vocês tenham se encontrado.— meu melhor amigo diz.
— É...— digo arrastado, com os olhos fixos em qualquer ponto.
Sinto Jimin me olhar.
— Kim Taehyung.
Sorrio.
— Ah, não.— ele diz.— Eu sabia...
— Cara, você nem sabe o que é.
— Mas eu já imagino o que seja, filho da puta.— ele me dá um soco forte no braço, se irritando.— Se for o que eu tô pensando, você tá muito fodido comigo.
— Ei, ei, ei, cabeção, calma!— o olho.— Não fica nervoso.
Ele respira fundo.
— Me diz, então, quais são seus reais planos com Jeon.
Encaramo-nos.
— Eu tô usando ele pra pegar o dinheiro.
Jimin me bate no rosto, mais forte do que o normal.
— AI, QUAL FOI?
— Eu só não quebro seu nariz AINDA porque eu quero te bater muito mais, seu idiota!
Ocultar a verdade para meu melhor amigo é impossível.
— No início, eu achava que só precisava da ajuda dele pra sair da prisão, mas quando saímos, percebi que ele é inteligente. Sempre foi, na verdade. Mas quando ele chegava a conclusões incríveis nas buscas pelo dinheiro, eu fiquei mais fascinado ainda.
— Onde quer chegar com isso?
— Lugar nenhum.
— Kim Taeh-
— No final eu vou fugir.
Quando não ouço nenhum som vindo dele, o olho.
— Fugir dele?— ele pergunta.
— Sim.
— E de Hoseok?
— Também.
— Do seu primo?
— Aham.
— Sana?
— Yep.
— De Yoongi?
— Preciso responder?
— E de mim?
Fico quieto.
— Tae?
— Sim, Minie. De você também.
Ouço Jimin engolir em seco.
Ele funga, depois balança a cabeça.
— Entendi.
— Eu amo você de uma forma inexplicável, mas eu levei um tapa na cara da vida muito cedo. Percebi que nada é tão fácil, e que se você não for esperto, os outros sempre vão passar por cima de você. Meu medo é ser usado pelos outros e ter o papel de idiota. Não quero isso pra mim. Você entende?
— Eu entendo que você não tem confiança em ninguém, Taehyung. E entendo que você só quer usar as pessoas pra não ser usado por elas.
— Jimin...
— Eu vou até o fim com você nessa busca pelo dinheiro. Mas se você não mudar até pegarmos a última quantia, eu juro que vou quebrar seu nariz e afundar seus olhos, depois eu vou sumir.
Park se levanta e sai da varanda, batendo forte a porta do quarto.
"Você só quer usar as pessoas para não ser usado por elas". Essa frase se repete na minha mente, fazendo com que a imagem de Jeongguk apareça também.
ressurgi de 2020.
feliz ano novo atrasado.
perdão por ter dito que iria atualizar, mas não atualizei.
aconteceram umas coisas, mas aqui está outro capítulo.
podem ficar com raiva do tae, eu e a outra autora deixamos.
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[LEIAM A ÚLTIMA NOTA] imprevisível; kth + jjk
FanfictionJeongguk é um policial da penitenciária de segurança máxima de Donghae. Um dia, ele recebe como missão transferir o presidiário Kim Taehyung, seu "amigo" de anos, para a careceria mais segura dos Estados Unidos: ADX Florence . Jeongguk tem duas opç...