Estou terminando de trocar o curativo da minha orelha no vestiário. Ontem, depois que Taehyung fez minha orelha sangrar até quase arrancar um pedaço, acabei o enforcando e fazendo com que ele batesse o nariz na grade várias vezes. Não me culpe, foi legítima defesa.
O conheço há anos, desde o no Ensino Médio. Taehyung estava na minha turma por ter repetido de ano duas vezes. Ele se aproximou de mim logo no primeiro dia, e acabamos nos tornando grandes amigos. Ele me apresentou a seu melhor amigo daquela época, Park Jimin, e consequentemente, me tornei amigo deste também.
Jimin tinha a idade de Taehyung, sendo apenas uns meses mais velho. Ele também tinha repetido de ano, mas só uma vez, porque ele e Kim prometeram que se um deles repetisse de ano, o outro teria de repetir também. E no caso, Jimin teve de repetir propositalmente.
Nunca mais soube de Park. Ele nunca veio visitar Taehyung, e nunca ouço Kim falando sobre ele.
Dylan surge ao meu lado.
— Ei, Jeon, tá melhor?
— Mais ou menos.— faço uma careta.— Ainda está sensível e vai demorar um tempo para cicatrizar.
— Você deu mole, sério. Esqueceu que uma das maiores famas de Kim é por ele saber usar muito bem a boca? Os dentes, quero dizer.
— Pois é, cara.— jogo o antigo curativo no lixo e pego minha rifle, checando a munição.— Ele soube que a gente ouviu a conversa dele com Seokjin. Talvez ele nos denuncie por invadir sua privacidade.
— Não sei, acho que não. Taehyung é esperto, mas não acho que nos denunciaria
— Pode ser.
Espero Dylan se trocar e checar sua arma, depois sigo com ele até o pavilhão. A sirene toca e todos os presos vão para fora de suas celas, encostando na parede.
Alguns policiais e eu subimos para o andar de cima do pavilhão, indo fazer revista em cada prisioneiro.
Na última cela do lado esquerdo daquele andar, estão apenas Jackson e Jinyoung.
— Onde está Taehyung?— Yugyeom pergunta, enquanto passa as mãos pelo corpo de Jinyoung.
— Dormindo ainda.— Jackson responde.
Se Kim Taehyung pensa que vou deixá-lo ileso, está muito enganado.
Jackson vai andar junto com os outros presos em direção ao banheiro do andar debaixo para tomar banho depois que o revisto. Eu entro na cela de Kim e o vejo deitado no beliche de cima.
— Levante-se, Kim.
Ele vira seu corpo para poder me ver.
— Dentuço.— ele sorri.— É uma honra recebê-lo em minha humilde residência, quer alguma coisa?
— Desça da cama e venha para a revista. E me chame de Policial Jeon, detento.
Taehyung se senta e fica balançando as pernas.
— Olha, eu não tô muito a fim de ser revistado hoje, não. Estou muito bravo com você, dentuço.
Calma, Jeongguk. Calma.
— Não quero saber. Desça, agora.
— Você quase quebrou meu nariz.— ele aponta para seu curativo e depois desce.— E não imaginei que fosse tão forte, Jeon. Ainda estou com a marca das suas mãos no pescoço.
Ficamos encarando um ao outro.
— Mãos na parede.— digo, sério.
Ele vai até a a parede que seu beliche está encostado e se apoia lá.
Solto minha rifle e a deixo pendurada pelo meu pescoço, revistando aquele detento baderneiro.
— Vá tomar banho.
Ele se vira para mim.
— Não precisa me dizer o que eu tenho que fazer, policial.— ele pega uma toalha enrolada.— Eu sei toda a rotina de uma prisão há mais de onze anos.
Taehyung sai da cela mantendo um olhar intimidador comigo.
Vou logo atrás dele, mas passo reto pelo banheiro e dirijo-me até a sala do diretor Mark.
{...}
— Agora, vamos discutir sobre a transferência de Kim Taehyung.— Mark anuncia.— Jeongguk e Dylan vão na mesma viatura que Kim, e os outros policiais vão se dividir em mais quatro viaturas. Duas na frente e duas atrás.
Concordamos com nosso superior.
— Vocês terão de ter muito cuidado na hora de embarcar no avião. Não tirem os olhos de Taehyung e em hipótese nenhuma: não o deixem sozinho, nem mesmo acorrentado. Ele é capaz de cortar os próprios pés para ter sua liberdade.
Isso não é exagero. Taehyung é tão obcecado em fugir que uma vez já esfregou pimenta nos próprios olhos só para poder ir ao oftalmologista no centro da cidade e tentar escapar.
Ele é louco e não tem medo de nada.
Taehyung pratica crimes desde sua adolescência, mas foi pego só com dezenove anos e desde então dedica sua vida à fugir da prisão sem descartar nenhuma oportunidade.
— Vamos ficar de olho nele, diretor.— Dylan assegura.
— Assim espero. Tenho certeza que vai dar tudo certo.
Mark nos alerta sobre todas as possíveis fugas que Kim poderia tentar fazer sozinho e acompanhado. Não me surpreendo com os absurdos que ele fala.
— Vocês irão das viaturas até o aeroporto daqui de Donghae e seguirão para Seul. De Seul, vão para os Estados Unidos. Vão ter policiais por todos os lados, então se Kim escapar, com certeza vai ser porque alguém da equipe o ajudou.
Não acho que algum policial ajudaria Kim a fugir, não tem lógica.
De qualquer forma, ficarei de olhos abertos para ver se teremos um traidor entre nós.
então, né, jeon.
rs.
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[LEIAM A ÚLTIMA NOTA] imprevisível; kth + jjk
Fiksi PenggemarJeongguk é um policial da penitenciária de segurança máxima de Donghae. Um dia, ele recebe como missão transferir o presidiário Kim Taehyung, seu "amigo" de anos, para a careceria mais segura dos Estados Unidos: ADX Florence . Jeongguk tem duas opç...