5.go: a fuga.

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Hoje.

Chegou o dia.

Encaro meu reflexo no espelho do banheiro. Não dá pra voltar atrás.

Seu besta. 

Lavo meu rosto para tentar me acalmar, já estou ficando nervoso. Agora são quatro e meia da manhã. Faltam quase três horas para o plano entrar em prática. 

Seco meu rosto na toalha e saio do banheiro, vestindo uma blusa cinza de manga e uma calça jeans preta, com os tênis da mesma cor. Preparo um bom café da manhã e me alimento aproveitando bem o sabor do bolo. 

Escovo meus dentes e me preparo para sair de casa, dando uma última olhada no interior da residência e sorrindo triste. Aceno para qualquer móvel que esteja lá, me despedindo. Tranco a porta e vou para o meu carro, que também nunca mais poderei usar. 

A viagem até a prisão é tranquila, sem muito movimento por causa do Sol que ainda não nasceu. Quando chego, estaciono o automóvel no estacionamento e permaneço sentado no banco. Acabo lembrando do que minha sobrinha disse ontem: "Eu gosto do tio Ggukie porque mesmo ele estando no meio de muitos homens maus, ele não é um homem mau. O tio Ggukie é muito bonzinho e não faria nada de ruim".

Sinto vontade de chorar. 

E acabo chorando.

Eu vou abandonar minha casa, minha família, meus amigos e tudo que eu conquistei com muita luta e dificuldade pra ajudar um homem que quer roubar o dinheiro do inimigo e que já foi meu amigo...

E que já foi o primeiro garoto que eu gostei.

Você é uma anta, Jeongguk.

Ouço batidas na janela e vejo Jisung forçando a vista para tentar me ver, já que meu vidro é escuro. Seco as lágrimas e respiro fundo, antes de abaixar o vidro.

— O que tá fazendo parado? Estranhei que seu carro estava ligado aqui.

— Nada, eu só... só estava me preparando psicologicamente pra viajar.— rio soprado.

— Vem logo, fera. Quanto mais cedo vocês saírem daqui, mais cedo voltarão.— ele abre minha porta.— Não me obrigue a te puxar daí.

Sorrio com sua fala. Saio do carro com minha mochila nas costas e entro no presídio.


{...}

Entro na cela de Kim e o vejo sentado na cama, encarando a parede. Mas quando nota minha presença, me encara.

— É daqui a pouco, dentuço.

— Policial Jeon, detento.—o corrijo.— E sim, é daqui a pouco.

Ele se levanta e vem até mim.

— Você se arrependeu, né?

— Eu prefiro não responder.

— Eu sei que sim, eu te conheço.

 Pego em seu braço e saio puxando-o.

— E se Bogum descobrir?

— O que tem se o filho da puta descobrir?

— Ele vai vir atrás de você.

— Nós, Jeon. Atrás de nós.

Reviro os olhos.

— Certo. Ele vai vir atrás de nós. E aí?

— "E aí" o quê? Jeon, ele vai vir atrás de nós, isso é fato.

[LEIAM A ÚLTIMA NOTA] imprevisível; kth + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora