Aviso: não deixe que eles façam isso com vocês.
Felícia, dia X1 do ano XIC.
-Nossa, que ódio. Sério mesmo, quem esses caras pensam que são? Eu sou independente, não preciso de nenhum deles, NENHUM! Ah, me poupe. Posso muito bem fazer as coisas sozinha.
-Não precisa ficar com essa cara de ódio pra cima da gente, Felícia. -Diz o desgraçado do Antenor, que está com suas bochechas avermelhadas por causa do sol. Esse cabelo vermelho tá muito bagunçado, ele devia arrumar isso. Suas roupas velhas estão fedendo com seu suor, argh, quero ele longe de mim!
-Cara, sai daqui. Eu já tô me estressando com tu. Bora, sai! -Digo rapidamente, enquanto aponto para longe.
O Elder se aproxima e põe a mão em meu ombro. Se esse infeliz ousar dirigir uma palavra a mim, ele vai ver...
Viro meu rosto em direção ao seu, forçando o olhar mais ameaçador que tenho.
-É... -Ele tira a mão do meu ombro e dá um sorriso de canto. Que raiva desses dois.
-Vocês podem sair agora? Já falei que consigo fazer isso sozinha. -Digo, cética.
-Ai, que chata. Sabia que devia ter ficado na casa do meu namorado ao invés de vir aqui, você me odeia. Oh, por que tanto ódio em cima de uma pessoa dócil como eu? -Elder começa a fazer uma falsa atuação. -Eu não mereço isso, não mereço!
Mas uma coisa eu posso afirmar: o que esse cara tem de chato, ele tem de bonito. Seus cabelos possuem uma tonalidade cinza azulado, os olhos com a mesma cor. Sua pele é escura, sempre a comparo com a noite. Seu estilo é muito legal, usa roupas folgadas e coloridas. O Antenor também é gato, sua pele é clara como a neve, seu cabelo é vermelho, ondulado, muito lindo e sedoso.
Eles são meus melhores amigos, e, apesar de não parecer, os considero família. Porém, eles sabem que eu odeio quando tentam fazer algo que é MINHA função, mas, mesmo assim, ainda me provocaram e tentaram fazer. POR ISSO ESTOU COM TANTA RAIVA NESSE MOMENTO!
-Ok, chega. Amo vocês, mas vão embora! Tenho que terminar isso logo. -Forço um sorriso e finjo que não estou estressada.
-Tá, tá. -Bufa Antenor. -Mas de noite a gente vem te buscar pra irmos jantar, ok? -Ele sorri de orelha a orelha, empolgado.
-Ok, TCHAU! -Digo uma última vez.
Ambos saem sem dizer mais nada, então continuo a minha costura. Todos em nossa vila possuem uma função: alguns caçam, alguns costuram, outros plantam e colhem, enfim. À noite, as pessoas se juntam no centro da vila, acendem uma fogueira e todos jantamos juntos. Eu só faço isso pela tradição mesmo, porque vai muita gente chata. Chata não, INSUPORTÁVEL. A parte boa é a comida. Ah! E também poder falar mal dessa galera com o Antenor e o Elder. Ai ai...
12:00
Música, comida, amigos e fogueira. Tirando os inconvenientes, está tudo perfeito. Encho o meu prato com a sopa de bideira e acompanho com um pão delicioso de alho. Ah, hoje eu me encho.
-Se tu passar mal, vou fingir que não te conheço. -Diz Antenor, sorrindo. Agora sim ele está apresentável. Cheiroso, com roupas mais bonitas.
-Meh. Está duvidando do meu potencial, cara? Me respeita. -Estiro a língua pra ele.
-Depois não vem chorar nos nossos pés e implorar por remédio pra dor de barriga. Essa semana as plantas medicinais estão em falta, então coloca juízo nessa sua cabeça. -Diz Elder, passando a mão no cabelo e alternando seu olhar entre a fogueira e eu.
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Meu nome é Felícia (lembre-se).
FantasyFelícia está tendo um dia normal e agradável em sua vila, até um acontecimento absurdo afetar sua sanidade.