Prólogo

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Hoje oficialmente seria meu primeiro dia de trabalho, não que os últimos trinta dias de treinamento não contassem como dia trabalhados, mas hoje estava sozinho, minha rotina havia mudado. Eu era o primeiro a chegar na empresa as seis horas da manhã.

Estava terminando de verificar com um dos seguranças noturno se teve alguma intercorrência, mas ele negará dizendo que estava tudo dentro do normal, e isso era bom já que eu particularmente não saberia resolve algum problema.

Eu já tinha verificado os email da recepção e a agenda do setor, e tudo dava entender que aquela seria uma manhã tranquila, estava sozinho a mais de meia hora ali sem ter nada para fazer, que resolvi mexer no meu celular. Acabei me distraindo um pouco e não notei que um homem de pele negra havia passado pela recepção, somente o percebi quando ouvi o barulho da catraca sendo liberada, ele me olhou sem dizer nada e somente segui seu caminho.

- Droga, Droga, Droga!

Gritava para mim mesmo como fui dar uma destas logo no primeiro dia, mas uma coisa ainda não saia da minha cabeça era aquele homem, ele deveria ter seus vinte e cinco anos, com cabelos trançados e amarrado em um rabo de cavalo que passava do seus ombros, fiquei algum tempo com aquela imagem fixa a minha cabeça, não lembrava de telo visto nenhuma vez nós últimos dias, e ainda mais alguém com uma presença tão marcante quanto a dele.

Fiquei quase a manhã inteira com um único pensamento, quando Hellen chegou ficou me encarando me perguntando porque eu estava com a cara fechada.

- Sério que você consegue notar toda minha expressão mesmo eu usando máscara?

- Olhos são a porta da alma!

- Vamos dizer que acredito.

Quando pensei em começar a explicar o ocorrido daquela manhã, sobre a provável besteira que eu havia feito, ele surgiu novamente, só que desta vez ele passou pela recepção e fez um sinal com a mão para Hellen que também gesticulou para ele que saiu sem dizer uma só palavra.

Olhei para minha colega que sorriu e não me disse nada, a pouca coragem que havia tomado sumiu, é por conta do movimento que começamos a ter com pessoa saindo para o almoço, achei melhor não comentar nada com ela por tempo.

Sai para almoçar sozinho, não tinha muita amizade com pessoal do serviço, amigos que trabalhasse próximos, estes não existiam, morava sozinho no extremo Oeste de São Paulo, em uma casa de dois cômodos, que por muita sorte e bondade da minha senhoria o valor de r$600,00 ao mês cabia dentro do meu orçamento que vivia apertado, foi com muito esforço que consegui este emprego, mas também, só me foi possível com a promessa que eu teria seis meses para aprender libras.

Para uma empresa na área de publicidade era uma exigência incomum, mas pelo "desespero" por conta de esta desemprego a quase longos sete meses, por morar sozinho, sem ter família em São Paulo para me ajudar, está oportunidade realmente caiu do céus, o salário estava acima do oferecido no mercado de trabalho, pagavam um bom vale refeição e alimentação, além de outros benefícios, eu não seria nenhum bobo de recusar o que me foi oferecido.

Eu ainda tinha noventa minutos de almoço, então iria comer em um barzinho que fica a quase dez minutos andando, mas pelo menos iria economizar o pouco que tinha comendo um PF*. Sai em passos rápidos até o local que iria comer, não poderia perder nenhum minuto, já que eu queria ainda descansar um pouco após comer.

Olhei para a tela do meu celular e vi que ainda sobrava um pouco mais de quarenta minutos, então não seria preciso correr de volta, no meio do caminho aproveitei e comprei um sorvete, sei que não deveria gastar atoa, mas um doce gelado de vez em quando não seria nenhum problema, era o que eu pensei quando o comprei.

PARA SEMPRE - VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora