Super Bonus

110 20 19
                                    

Anos atrás
Primeiro dia das mães

Para mim, ser mãe foi muito mais que a simples realização de um sonho, pois mesmo que eu tivesse desenhado durante anos a minha família perfeita sempre tive medo, sim, medo de nunca conseguir me casar, medo de não ter a felicidade de ter um esposo que acima de tudo fosse companheiro.

O sonho que eu tinha e o caminho agora realizar ele foi muito longo, durante anos lutei contra o preconceito que sofri por ser uma mulher trans. Durante os anos tive vários relacionamentos alguns não duravam mais do que uma semana, pois eram poucos os homens héteros que aceitavam ter o relacionamento com uma transexual, e os relacionamentos mais longos acabavam sendo desgastando com o preconceito.

Mas nós últimos anos isso mudou naquele exato dia que voltei para está que agora seria minha antiga casa e um mar de rosas me esperava, junto ao homem que tanto amava, naquele dia foi o meu primeiro sim a um pedido feito a ele, e um dos mais importantes de minha vida.

Mesmo sabendo o quando ele me amava, o quanto ele dizia me desejar para sempre ao seu lado, levou mais alguns meses para não somente Eu mas Ele também tomar coragem para nossa primeira noite de amor, Arthur de algum modo se preparou para nossa primeira noite, e ouvir de seus lábios que minha "genitália" não definia o seu amor por mim, soube ali que aquela seria a primeira de tantas outras noites de carinho, amor e cumplicidade.

Minha sonhada família que eu tanto desejava, em fim estava completa, no dia que contei ao meu paizinho sobre eles, primeiro vi um brilho enorme em seu olhar, depois foi as suas mãos tremendo de tal modo que achava que seu coração não iria aguentar, ele me abraçava e chorava de tanta felicidade que eu mesma não conseguia conter minhas lágrimas junto a ele. Eu não teria conseguido descrever o melhor cenário, de tão perfeito que minha vida estava sendo, Deus me deu muito mais do que eu merecia ou imaginava algum dia merecer.

Lembro até hoje das palavras ditas pelo meu paizinho após se acalmar, após entender tudo o que havia dito.

— Minha filha, quando vou poder conhecer meus netinho?

— Pai, não sei se seu coração vai aguentar, mais vamos ter dois filhos. _o Vi levar novamente a mão a boca tentando silencia sua empolgação.

— Não Brinca com este homem, o coração dele não aguenta minha filha, o dia que falei com meu genro pela primeira vez ele me garantiu, que só iria ver minha linda filha chorando de felicidade.

A quase um ano os meninos passaram a morar com nós dois, a me chamar de mãe e Arthur de pai, tivemos dores de cabeça e algumas dificuldades como pais de primeira viajem, a primeira vez que fomos chamados na escola, por conta de uma briga que o meu mais velho havia se metido, não para defender seu irmãozinho de alguma confusão.

Ramon havia batido em outra duas crianças, é se negava a contar a verdade do porque daquela atitude dele, mesmo levando cinco longos dias de suspensão das aulas, é do primeiro castigo, ele não disse nada.

Mas foi no segundo dia que encontrei Lui chorando dentro do seu quarto que descobri toda a verdade daquela confusão, ainda não conseguia conversar tão bem com através de libras, contudo mesmo com aquela dificuldade Eu entendi o motivo de seu pequeno coração andar tão aflito.

Mãe não manda a gente de volta pro orfanato... _Meu coração ficou toa pequeno que acabei chorando com o que havia entendido de seus gestos.

PARA SEMPRE - VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora