Amor de Natal

Prólogo

Mais um ano se passou, com um turbilhão de coisas nele, mas o conforto de sempre que dezembro traz está aqui. O ar da cidade fica completamente diferente nessa época do ano, cheirando a biscoitos de gengibre, chocolate quente e embrulhos de presente. A vista de qualquer janela é completamente diferente dos outros meses: luzes piscando nas sacadas dos prédios e bonecos de neve na frente das casas com quintal.

Dezembro é um mês único, completamente diferente dos outros e definitivamente o meu favorito. É impossível dizer se gosto mais das árvores de natal ou dos enfeites dourados e vermelhos nas casas da minha vizinhança. Música de natal favorita? Não tem como ter uma só. Assim como comida. É tudo mágico demais nessa época. Uma magia que deixa tudo mais leve, alegre e colorido. Essa mesma magia parece fazer as horas voarem. Mesmo sabendo que os dias do último mês do ano têm a mesma quantidade de horas dos dias do restante dos meses, poderia quase jurar que as horas passam apressadas.

A magia do natal sempre foi algo em que acreditei. A diferença é que, quando criança, ela se manifestava de uma maneira bem mais comum: papai noel. Tenho lembranças de, no auge da minha infância, acreditar que os presentes que eu ansiava todo o ano eram trazidos pelo bom velhinho na noite de natal. Entre essas lembranças, está uma das minhas favoritas. Eu devia ter uns seis anos quando o tio Richard se vestiu com uma roupa vermelha, um gorro da mesma cor e uma barba branca falsa e se levantou da lareira — como se tivesse vindo da chaminé — trazendo os presentes de Alec, meu melhor amigo desde essa época, e o meu. Desde então, a magia do natal parecia algo ainda mais especial e belo. Acho que sempre será assim, independente da minha idade.

Hoje em dia, com a infância e a adolescência já passadas para trás, a mágica natalina se manifesta de outra forma. Os amores de natal — uma espécie de nome carinhoso que eu e Alec demos para algo que, não sabíamos se era benção ou maldição, mas que acontece, há alguns anos, todo ano comigo.

O nome — amor de natal — é um tanto auto explicativo. O motivo disso é que eu e Alec não conseguimos pensar em nenhum nome melhor para os relacionamentos que começam antes do natal e quase sempre acabam no ano novo. Nunca muito antes disso e nunca até muito depois da virada de ano. Acontece que, sabe-se lá porquê ou como, eu sempre conheço algum cara legal nas primeiras semanas de dezembro, nós saímos algumas vezes ao algo do tipo e, antes que o ano acabe ou logo no início do ano seguinte, não há mais nada entre nós.

Isso nunca chegou a resultar em um coração partido — essa era a benção de já saber que isso não duraria muito — mas com certeza rendeu muitas risadas minhas e de Alec. Meu melhor amigo sempre sabia quando o amor de natal da vez havia começado apenas de me olhar e, da mesma forma quase também mágica, ele sabia quando tinha chegado ao fim apenas de ouvir a minha voz. Mas, eu acreditava — torcia para isso com todas as forças — que esse ano seria diferente. Alguma hora esses amores de natal precisavam ter um basta, certo?

Nem que eu tivesse que, assim como Ariana Grande em "Santa Tell Me", pedir ao papai Noel ajuda para isso. Com certeza uma mãozinha do bom velhinho seria de grande ajuda nessa situação. Então… Querido papai noel, se puder me ouvir, me diga que o próximo amor de natal não será por alguém que não estará aqui no próximo ano. Apenas deixe acontecer se for algo mais duradouro, forte e bonito como o natal; que me faça sentir além das borboletas no estômago e dos arrepios na pele; e que seja mágico como o natal.

Oi, gente! Tudo bem com vocês?

Esse foi nosso primeiro contato com a Valentina, o que acharam dela? Me contem tudo e deixem a estrelinha aqui também. Vamos conversando durante a história, sim?

É provável que na semana que vem as postagens ocorram com mais frequência.

Fiquem bem, beijos e até mais ❤️✨