8. Alguém que não deveria

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As nossas risadas cessaram e, antes que o silêncio quase constrangedor tomasse o espaço, ouvimos um barulho relativamente alto vindo do andar debaixo e vozes falando juntas.

— Será que tá tudo bem?

— Espero que sim — Digo me remexendo no lugar. — É melhor descermos.

Alec assentiu e abriu a portinhola suspensa novamente. Desci primeiro e seguimos pelo corredor até a escada que levava ao primeiro andar.

— Essa é a hora que a gente corre? — Perguntei sorrindo de lado e apontando com a cabeça para onde os primos de Alec e Benjamin estavam.

Eles estavam todos rindo e aparentemente distraídos, então esse era o momento perfeito para aparecer sem o Benjamin perceber.

— Com certeza é essa a hora — Ele concordou sorrindo de lado e me puxou pela mão escada a baixo, assim como fazia quando éramos crianças.

Chegamos até onde os outros estavam reunidos e conseguimos dizer nossos nomes, o que nos "salvou" na brincadeira.

— De onde vocês vieram? — O irmão de Carolina, que estava ao lado de Julie, perguntou.

— Lá se cima.

— Eu não acredito que vocês se esconderam no sótão — Natalie se aproximou de nós.

— O que você acha, priminha? — Alec questionou ainda com o sorriso no rosto e com a mão segurando a minha.

— Na próxima vez eu já sei onde me esconder — Jeremy disse.

— Agora todo mundo já sabe onde você vai estar, bobão — Beatrice provocou.

— Bobona é você que não chegou na parede antes do Benjamin — O garoto rebateu e uma discussão começou entre as crianças.

Benjamin e Julie se abaixaram na altura dos dois, tentando acalmar os mais novos, e Natalie soltou alguns comentários, mas se limitou a revirar os olhos e resmungar alguma coisa.

— Senti falta disso, sabia? — Disse apoiando a cabeça no ombro do meu amigo.

— Dessa confusão?

— Não exatamente da briga, claro. Mas de todos vocês juntos — Respiro fundo. — A minha família não é tão grande, então é como se vocês fossem minha outra família, sabe?

— Você é parte da nossa família sim, Valentina. Sempre será parte dela.

Sorri com o comentário e fiquei observando as crianças, que agora estavam de braços cruzados e caras amarradas, uma em cada canto do sofá. Benjamin e Julie ainda tentavam falar com eles, um falando com cada um.

Eu me sentia bem de estar ali. De estar naquela casa, com a família Lautner em volta, e principalmente de estar ao lado de Alec.

Meu olhar seguiu até a árvore de natal. Os presentes, inevitavelmente me fizeram lembrar de quando os comprei e pensei que Alec — antes de eu saber que era Alec — fosse meu amor de natal. Era claro que a ideia era absurda, ao menos foi o que me ocorreu na hora. Mas ali, abraçada com ele na noite de natal, era tão ruim assim pensar e até querer que meu melhor amigo fosse mais que isso?

— Crianças? — Claire Lautner chegou na sala. — Vamos comer?

Aquilo foi o suficiente para acabar de vez a birra das crianças, alegrar Benjamin, Natalie e Julie e me tirar dos meus pensamentos.

Seguimos até a grande mesa de jantar da família, que estava posta com as maravilhas que Claire fazia, além de alguns pratos que os outros haviam trago.

— Primeiro as damas — Ouvi Benjamin dizendo enquanto deixava Julie e Natalie passarem na frente dele para chegar até a mesa, e depois o vi puxar a cadeira para Julie, que sorriu.

Talvez esse ano não seria eu quem me apaixonaria no natal.

— Acho que entendi porque você não teve nenhum amor de natal esse ano — Alec falou quando nos sentamos lado a lado.

Porque possivelmente eu me apaixonei pelo meu melhor amigo, e não por alguém que conheci no natal.

— Por quê? — Me limitei a perguntar.

— Essa coisa passou pra Julie — Ele apontou com a cabeça para ela e para Benjamin.

— Sabe, acho que concordo. E não nego que eles seriam um belo casal.

— É, acho que sim — Ele concordou se servindo de arroz e depois mudando o rumo da conversa.

— Alec... — Não pude conter a fala.

— Sim?

— Se... Se você percebesse que está gostando... Deixa, melhor deixar para lá.

— Agora você vai terminar, Valen.

— Se você percebesse que está gostando de alguém, mas que não deveria, o que você faria? — Ele me olhou por alguns segundos, depois olhou para o outro lado da mesa e baixou a cabeça.

— Acho que nada, Valentina — Ele assumiu uma postura séria e voltou a comer.

— Você deve ter razão — Disse baixo e me concentrei no meu prato. Será que ele tinha entendido o que eu queria dizer com alguém que não deveria?

 Será que ele tinha entendido o que eu queria dizer com alguém que não deveria?

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Oi, gente! Capítulo novo saindo!

A previsão é que a história termine nas primeiras semanas de janeiro, se tudo correr bem.

Mas, enquanto não acaba... O que estão achando da história? A Valentina tá quase falando pro Alec, mas depois desse final... Será que ela vai falar alguma coisa? E o Alec ficando todo sério no final, o que foi isso?

Em breve teremos todas essas respostas! Caso não tenha capítulo antes disso, desejo pra vocês um bom ano novo! Que vocês aproveitem muito a virada e que seja um ano lindo para todos nós.

Fiquem bem, beijos e até mais ❤️✨



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