11. Esperar o natal que vem

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O restante da noite se passou as mil maravilhas. Me permiti dizer a mim mesma que eu estava sim apaixonada pelo meu melhor amigo, que ele era meu amor de natal.

Ao mesmo tempo que tudo isso era belo, era preocupante. Eu estava apaixonada por Alec agora, mas e depois? Quando todos os presentes forem entregues, quando as luzes forem apagadas e as árvores desmontadas, tudo ainda será como agora?

— No que você tanto pensa, hein? — Alec me perguntou enquanto pegávamos alguns lençóis e cobertores no armário.

Todos que vieram para o natal passariam a noite aqui, por já ser tarde para pegar as estradas da cidade. Natalie, Julie, Alec e eu dormiriamos no mesmo quarto, mas por só ter uma cama de solteiro, estávamos arrumando alguma colchões e cobertas pelo chão enquanto as gêmeas ajudavam a arrumar a sala.

— No natal — Respondi vagamente. — Já passou da meia-noite, já é dia vinte e cinco e...

— E?

— E parte da magia está indo embora.

— Como assim? — Ele se abaixou para forrar um dos colchões.

— Você sabe o quanto eu gosto desse clima de natal — O moreno fez que sim com a cabeça. — As músicas, as decorações, as comidas... Todo o sentimento e todas as coisas envolvendo o natal.

— Com sentimentos você quer dizer os amores de natal, certo? No caso, eu e você?

— Certo — Peguei um travesseiro e abracei-o enquanto me encostava na parede. — Eu só... Não quero que isso acabe. Eu sei que a decoração vai ser desfeita, as comidas não são as do ano todo... Mas eu não quero que isso entre nós acabe.

— É a tradição, não é? — Suspiro. — O natal chega, as coisas de natal vem, o natal acaba, as coisas de natal se vão.

Aquela frase significava muito. Não era apenas as coisas de natal que Alec se referia. Ele se referia aos sentimentos de natal, os tais amores de natal que eu nunca odiei tanto quando agora.

— Não precisa ser a mesma tradição sempre.

— Não mesmo, Valentina? — Ele levantou o olhar e me encarou. Vi o que menos queria ali, expectativa e medo.

Eu não gostava da perspectiva de encerrar o que mal havia começado e ele também não. Mas, no fim das contas, o que trazia esse ar de fim eram nós mesmos e o tom dessas conversa. E não precisava ser assim. Do mesmo jeito que essa tradição um dia começou, ela pode ter um fim. E ela iria ter um fim.

— Se lembra uma vez — Comecei. —, no halloween, nós tínhamos uns nove anos na época... Combinamos nossas fantasias mas, minutos antes de sairmos pra pedir doces, a minha roupa prendeu no vão da porta e rasgou?

— Claro que lembro. Foi no ano que nos vestimos de piratas — Confirmei com a cabeça.

— Você lembra o que você fez quando a minha fantasia rasgou?

— Não, acho que não — Ele franziu a testa tentando lembrar.

— Eu chorei porque não iria com uma fantasia igual a sua, assim como fazíamos em todos os anos. Então você e sua mãe conseguiram outra fantasia pra mim, e nós saímos pra pegar doces. Você disse que desde que fôssemos juntos, tudo estaria bem.

— Eu era um filósofo em potencial, não acha?

— Talvez — Reprimi uma risada. — O que eu quero dizer, é que a mesma coisa se encaixa agora. A tal tradição pode ser quebrada, desde que eu esteja com você.

— Tudo bem, tudo bem — Alec levantou as mãos em sinal de rendição. — A filósofa da amizade é você.

— Eu digo tudo isso e você faz piada? — Tento parecer indignada, mas solto uma risada no final.

— É porque eu quero que seja tudo assim, Valen. Quero sempre tenham risadas entre nós e que, apesar de tudo, seja leve.

— Alec... — Minha risada havia se transformado em sorriso.

— Nós vamos fazer dar certo — Ele pegou minha mão. — Juntos.

— Com roupas iguais? — Pergunto enquanto ele me puxa para um abraço.

— A gente decide isso no halloween — Assentiu e ele sorriu. — Sabe, eu realmente acho que isso de amor de natal era tipo uma maldição, sabe?

— É?

— Vai ver você é como aquelas princesas de conto de fadas — Alec dá de ombros.

— E você seria o príncipe que me salvou? — A porta do quarto se abriu nesse momento.

— Está mais pra sapo, você não acha? — Julie entrou falando com Natalie ao seu lado. Ri do comentário e Alec jogou um travesseiro nela.

— Eu acho que a maldição passou pra outra pessoa — Comento lançando um olhar significativo na direção de Julie.

— Então a próxima tem que ser a Natalie — Ela respondeu, fugindo do foco.

— Teremos que esperar até o natal que vem, não é?

— Teremos que esperar até o natal que vem, não é?

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Oi, gente! Tudo bem com vocês?

Cheguei com o último capítulo dessa história. Mas calma! Ainda teremos o epílogo, então não me abandonem.

Amor de Natal foi uma história muito gostosa de desenvolver e eu espero muito que vocês tenham gostado. Foi legal tentar escrever algo diferente dos romances de época que eu tanto gosto. Então agora me digam vocês, o que acharam do capítulo?

Ah, depois do fim da história eu vou revisá-la, então se vocês encontraram algum erro ou tiverem uma sugestão, podem fazer!

Em breve eu chego com o epilogo. Fiquem bem, beijos e até mais ❤️✨

Amor de NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora