Capítulo 1 - Primeiro Encontro Sombrio

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Olho o cadáver do meu "pai" no chão e não sinto remorso. Na verdade, tenho uma satisfação enorme ao ver seu corpo todo machucado e sem vida.

Mas ainda não é suficiente. Eu o esquartejo e depois penduro seus restos mortais nas árvores da floresta para que os urubus comam sua carne podre.

A tia Rhoddy estava me esperando no salão principal da mansão quando retornei. Ela me olhava com seus olhos assustadoramente cansados, mas sua expressão era serena. Claro... Agora que me livrei de seu marido, meu pai biológico, ela está mais tranquila.

- Venha cá, meu pequeno Demônio. - Ela diz com sua voz cansada. - Go Tell Aunt Rhoddy.

A encaro franzindo o cenho. "Go Tell Aunt Rhoddy" ? Isso significa "Vá contar a tia Rhoddy..." se não estou enganado. Tive aulas de inglês com a mamãe, mas não tenho certeza se essa frase faz sentido.

- Go Tell Aunt Rhoddy, that everybody is dead.

Vou até ela. Não tenho medo, nem dela nem de ninguém. Só sinto um vazio dentro de mim e a sede por mais sangue derramado.

Eu quero matar mais.

- Todos estão mortos, tia Rhoddy. - Digo.

- Ótimo meu adorável Demônio... Deixe sair o que está dentro de você agora... Deixe te dominar, se torne um só com ele.

Não entendo de imediato o que ela quer dizer, mas depois, quando cometi meu terceiro assassinato, eu descobri...

Vejo um menino andando de mãos dadas com seu pai. Ele está feliz, não está triste como eu era. Parece que ele gosta do seu pai.

Isso me dá raiva.

Mate-os!

Me viro para trás ouvindo uma voz familiar... Lembro-me de tê-la ouvido algumas vezes, mas era mais baixa e foram poucas as vezes.

Geralmente era quando eu pensava em matar o desgraçado do meu pai.

Não encontro nada nem ninguém.

- Quem está aí? - Pergunto desconfiado, mas não tenho medo. Perdi esse sentimento a muito tempo junto com muitos outros.

Eu não estou , estou aqui.

- Como assim? - Pergunto confuso.

Dentro da sua cabeça, Nicolas. Eu sou o seu outro eu. Sou a pior versão de você.

- Foda-se. - Digo repetindo a palavra que o meu pai costumava falar com frequência. - por que quer que eu os mate?

Você vai se sentir melhor, vai gostar e eles merecem, porque estão felizes... Eles tem a felicidade que você nunca teve a oportunidade de ter. De um fim nisso.

Sem pensar mais sobre o assunto espero até que o pai de afaste de seu filho e o chamo para o mato comigo. Ele achou que era uma brincadeira.

- Você gosta do seu pai? - Pergunto a ele.

- Eu amo meu papai.

Fecho os punhos com força. Observo uma pedra pontuda no chão e me abaixo pra pegar. Então viro lentamente para o pirralho.

- O Amor é uma besteira. Não existe essa coisa de amor.

Sem esperar a resposta do menino, perfuro seu olho com a pedra. Antes que ele berre eu retiro a pedra que sai junto com seu olho e enfio várias e várias vezes em sua cabeça.

Sem me contentar, pego uma pedra maior, com dificuldade, e jogo sobre sua cabeça, fazendo a mesma explodir em um "ploc" que é música para meus ouvidos.

Amor Sombrio IIOnde histórias criam vida. Descubra agora