Capítulo 7 - Amigos

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Eu estou correndo em uma floresta, é uma floresta cinza e sem vida... Porque tudo aqui nessa cidade é assim. Não tem verde.

Me sinto triste, me sinto sozinha...

Ao olhar pra trás, percebo alguém vindo em minha direção, e agora não me sinto mais triste, nem sozinha...

- Você não me pega dessa vez, Green!! - Grito com uma voz infantil.

O garoto de olhos azuis sorri e corre ainda mais rápido na minha direção.

Ele consegue agarrar minha cintura e rolamos no chão.

Sua boca está perto da minha e nossa respiração ofegante.

- Green, se você pudesse falar... O que diria agora? - Queria muito saber se ele quer fazer comigo aquilo que os adultos fazem. Como chama mesmo?  Ah! Beijar...

O garoto se levanta se afastando e eu fico triste novamente.

- Green! GREEN!

Ele apenas olha pra trás mais uma vez, e de repente o garoto virou um homem... O homem que eu amo e sei muito bem quem é.

Nicolas...

Acordo em um sobressalto e Nicolas como sempre está comigo me abraçando.

- Amor? - Ele pergunta tenso.

Eu tento  calmar minha respiração... Isso não foi um sonho, foi uma memória! Tenho certeza.

- Você... Você é...

Sinto as mãos de Nicolas se fecharem ao meu redor como uma prisão. Quase não consigo me mexer.

- O que, Amor? O que eu sou? - Sua voz sai quase sinistra.

- Eu costumava te chamar de Green na infância? - Pergunto apenas para confirmar minha teoria.

A boca de Nicolas se torna uma linha fina.

Depois de alguns segundos e pareceram minutos, ele responde.

- Sim.

Ofego de surpresa.

- Eu estou me lembrando de você! - Digo quase sorrindo. - Lembrei da nossa infância! Deveríamos ter por volta de 11 ou 12 anos... Não tenho certeza... Estávamos brincando de pique-pega e... Você me pegou.

Nicolas relaxa um pouco e eu fico confusa com a sua reação às vezes... Quase parece que ele não quer que eu me lembre.

- Eu sempre pegava você... Você não é rápida.

- Porquê você não falava? Na lembrança eu pensava que você não podia falar.

- Não era muito de falar...

- Você fala muito hoje...

- Naquela época eu não...

Suspiro. Eu não quero pensar nessa possibilidade, mas acho que tem algo que ele está escondendo.

- Nicolas... Meu amor... Você sabe que pode confiar em mim para falar qualquer coisa, seja o que for... Eu não vou te deixar... Eu te amo!

Ele balança a cabeça de forma negativa.

- Não tem nada que precise saber, amor. Até porque o que importa é o presente e nosso futuro.

- Sim. Mas lembranças são importantes e com elas vem aprendizados... E sentimentos.

- Lissara, apenas entenda que agora, estamos na nossa melhor versão, na versão mais feliz, mais unida e mais fácil pra nós dois. Agora volte a dormir.

Amor Sombrio IIOnde histórias criam vida. Descubra agora