Capítulo 16 - Últimas Palavras

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Eu estou uma bagunça... Meu coração está em pedaços.

Isso porque eu não apenas me lembro de tudo que o Nicolas fez, mas também porque lembro do que eu fiz.

Eu lembro de todos os nossos momentos felizes, lembro de todas as promessas que fiz... O pacto de sangue, a história sobre não importar o que ele é...

Meu coração está dividido... Entre minha antiga eu que o repudia e a minha eu atual que está louca e desesperadamente apaixonada por ele.

Seria possível escolher ficar ao seu lado após tudo que ele fez?

Parte de mim grita desesperadamente que sim, mas a minha parte mais racional, minha parte justa, sabe que não...

Nicolas precisa pagar pelos seus pecados, pra ser digno de me ter...

Ele claramente é alguém com problemas mentais, mesmo que tenha feito tudo por vontade própria, podemos julgar que suas vontades vieram de um cérebro em bom funcionamento?

Claro que não...

Ele fez e quer fazer tudo isso, causar todas essas mortes porque seu cérebro não é normal! Ele está doente e precisa de ajuda, sempre precisou...

Porque não me toquei disso antes?!

Eu me levanto decidida.

- Edward, você não pode me entregar ao Nicolas. Eu não posso ficar com ele.

Edward me observa atentamente, seus olhos procurando qualquer sinal de mentira ou fingimento.

- Descobriu o monstro que ele é e agora quer larga-lo? - Ele diz em um tom provocativo.

- Isso mesmo! Lembrei de todo mal que ele me fez e que fez aos meus amigos também. Eu jamais ficaria com ele lembrando de todas essas coisas! - Digo convicta. Eu sempre farei o certo... Essa sou eu.

- Interessante... Daqui a pouco ele está chegando... Como será que vai reagir ao término? - Diz pensativo é depois sorri empolgado. - Pena que não tenho pipoca.

- Como você fugiu do hospital? - Questiono.

- Eu tenho os contatos certos... - Diz ele simplesmente.

- Mas depois alguém sempre te vê e liga pra 190?

- Não, né sua lerdinha. Ligam pro 192...

- Você é muito doido... - Digo indignada com tamanha idiotice.

- Você não viu nada ainda. - Diz ameaçador.

- Eu gostaria de não ver. - Retruco.

Ele gargalha alto como um louco.

- Vamos ver se o jogo vai continuar interessante depois de você dar um chute na bunda daquele energúmeno.

Ele me puxa para seu peito e segura minha nuca, quase nos beijamos se não fosse pela minha resistência.

- Você quer parar de me agarrar!? Seu tarado!! - Começo a bater em seu braço, mas claro que ele não sente nada. Ao invés de reclamar da dor, ele começa a rir feito um imbecil que é.

- Por que será que eu não me apaixono por você? Parece fácil...

- Por que você sabe que eu não te quero, sai fora.

- Eu não sou o assassino certo pra você ou o que? Prefere os morenos? - Ele diz segurando meus braços me mantendo presa a ele.

- Prefiro os que não são doentes! - Grito exasperada.

Amor Sombrio IIOnde histórias criam vida. Descubra agora