Capítulo 3: É por isso que o brinquedo se chama Kamikaze?

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Adrenalina: hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais, cuja excreção é aumentada em situações de estresse, ansiedade, perigo ou alerta ou qualquer outra que faça o corpo entrar em estado de alerta e reagir. Pois é, esta noite o significado dessa palavra permanecerá comigo; sim, na minha memória pelo resto da minha vida.

Após eu voltar para casa meio cabisbaixo e faminto por causa do decorrido, resolvi fazer um almoço, mas o que esperar de um garoto de quinze anos que só sabe fazer arroz e omelete? Então fiz ambos e também achocolatado, não era a melhor combinação; mas como dizia minha avó Sônia, "o maior tempero é a fome", de fato; aquilo era verdade, comi e, logo em seguida, tentei forçar um bom sono, então peguei meu celular e coloquei para despertar às 18 horas, tempo suficiente para eu descansar e parar de pensar nas loucuras que me ocorreram, porém o sono não veio.

Então, já que estava complicado dormir naquela tarde, minha mente me trouxe algumas lembranças, pode até parecer que lembrei do incidente lá na ponte, mas não. Meu órgão pensador fantástico me lembrou justamente da música que Evelyn, a novata da escola, me indicou quando estávamos no ônibus, então resolvi escutá-la para ver se era boa mesmo. A música realmente era muito boa e, aparentemente, fazia-me pensar ainda mais nela, então ouvi só mais algumas vezes.

Subitamente, surge um grupo de conversa no meu celular e adivinha quem também estava? Sim, a mesma! No grupo, Noah disse que me buscaria aqui em casa, gostei muito da ideia, provavelmente o irmão mais velho dele nos levará para o parque. Pareço muito bobo, mas olhei a foto de perfil dela umas cinco vezes até que reparei no status dela, acredite, estava em alemão, então fui traduzir e assim dizia: "Todo fim traz um breve recomeço". Será que ela sabe alemão ou traduziu na internet que nem eu fiz agora? Benjamin Bennington, não se apaixone de novo por favor, pensava eu todo revoltado. Tenho quase certeza que se alguém pesquisasse no meu cérebro, nas minhas memórias o porquê de eu ser pessimista, esse alguém chegaria à conclusão que sou um cético amoroso, ou talvez um coração de gelo, como Violet sempre diz. Certamente, essa pessoa iria me entender, porque tentei ser o melhor que pude, mas, porém, no entanto, entretanto e, todavia, não valorizaram muito meu jeito de amar demais as pessoas, então melhorei isso em mim, se é que pode ser considerado como uma melhoria...

Na verdade, eu sei que o amor é bom e sou totalmente à favor, pois tenho meus avós como molde e espelho de vida. Que engraçado... há poucos segundos eu parecia um adolescente revoltado com o amor e agora... quanta bipolaridade! Será que estou ficando louco? Talvez quando eu fui ver o meteorito na beira do rio alguma coisa acertou minha cabeça e agora estou em coma, ou então alguma droga nova que me afetou por muito tempo; pode ser uma resposta válida porque eu estou regenerando feridas e até fraturas...isso não é normal, é um sonho, só um sonho. Ora, o melhor a se fazer é deitar e esperar dar o horário para eu me arrumar, senão enlouqueço. E aconteceu que consegui dormir depois de uns minutos.

Até que consegui, dormi por duas horas, porém antes de tomar banho fui ver o movimento na rua, já que eu ainda tinha bastante tempo para me arrumar, então sentei na calçada e vi o Luke, filho do meu vizinho, brincando com uma bola e que do nada parou e disse:

- Oi, Ben! Um velhinho com uma voz estranha me perguntou sobre você hoje mais cedo.

- Olá, Luke! Que velhinho?

- Um que passou aqui com um carro antigo, tipo aqueles antigos dos filmes. Ele disse que se chamava James alguma coisa, não entendi direito, custei entender. Ele me entregou essa caixinha e disse que você é um afortunado de bom coração.

- Sei... James Buttzki?

- Isto!

- Luke, por acaso ele disse algo a respeito de algum incidente ou algo do tipo?

A Lenda de HaaruOnde histórias criam vida. Descubra agora