Capítulo 16: O tesouro de James Buttzki.

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Mixórdia, tem como significado uma mistura confusa de coisas variadas; confusão e também bagunça. No entanto, eu bem poderia dizer que essa palavra poderia se encaixar também em tudo que sei relacionado a pessoa de James Buttzki até então.

Após ter um aniversário majestoso ontem, acordei feliz, porém ao olhar para a gaveta do armário em frente minha cama eu sabia que nela tinha uma espada singular e misteriosa. Não sei ao certo como segurei a ansiedade até agora, então tranquei a porta do quarto e tirei a caixa da minha maior gaveta.

Em minhas mãos estava pela primeira vez a espada que ganhei de James Buttzki. Quando toquei em seu gume ele ficou com a aparência de um metal quente que saíra de uma forja, fiquei admirado com essa peculiaridade, ele não emitia calor como eu tinha deduzido, era como se esse aspecto fosse algo surreal. Ela não era pesada, medi seu tamanho e dava exatamente 72 centímetros e em sua bainha e cabo tinham marcas que não consegui entender, ao empunhá-la eu me senti valente e cheio de vigor, ela era linda...

Confesso que eu estava muito curioso para saber o poder de seu corte, porém algo estranho aconteceu, na medida que eu a segurava, seu brilho alaranjado ficava mais forte e majestoso e misteriosamente meu coração começou a disparar e minha respiração ficou ofegante até que a coloquei de volta na bainha e voltei ao normal.

O que é isso? Fiquei com esse pensamento em minha mente, essa foi a arma que cortou Abat-Iót ao meio aquele dia e com certeza aquela garota que trouxe a espada até mim é uma forte candidata a ter feito aquilo.

Fiz o café para meus avós e liguei a televisão, o jornal que passava de manhã não dizia nada de novo sobre a criatura morta, somente mostrava as cenas dos fogos de artifícios e tiros em homenagem aos soldados mortos, logo troquei de canal novamente e nesse outro jornal a reportagem dizia que o corpo da criatura se dissolveu no laboratório da universidade durante essa madrugada. No mesmo instante, meu celular recebe uma mensagem de texto de um número desconhecido que dizia: "Encontre-me na praça do bairro às oito horas debaixo de uma árvore com flores azuis. Vá sozinho e sem a espada". É ela! Com certeza é a garota de ontem.

Saí de casa e fui à praça, no caminho, fiquei pensando sobre quem seria essa garota. Quando cheguei no local e horário marcado vi uma garota com uma roupa preta e de capuz e ao aproximar-me vi que não a conhecia.

- Benjamin Bennington, obrigada por vir! Prazer, sou a filha adotiva do falecido James Buttzki e estou te observando há algum tempo, assim como ele fazia quando te encontrou pela primeira vez. Estou aqui para te dar algumas respostas.

- Oi, você é filha do senhor Buttzki?

- Sim, sente-se aí na grama! Vou lhe contar tudo. – respondeu-me a jovem. Ela aparentava ser um pouco mais velha do que eu, e tinha traços indígenas. Eu, porém, nem sabia que Buttzki tinha filhos.

- Como você já sabe, James Buttzki não era uma pessoa comum, antes de partir ele me pediu para te entregar essa espada, é um artefato lendário dos Uguha, a imponente Bergomotto! Essa espada como você já sabe não é comum, mas o que a torna especial é composição química em seu metal, antes ela tinha a forma de uma lança, e foi essa quem selou Abat-Iót e também foi a causa da morte do guerreiro uguha, ele foi transpassado pela outra ponta da lança no selamento. Então seu metal foi moldado em formato de espada pelo meu pai quando ele a ganhou do ancião e líder da tribo, e como aliança entre os uguha e ele, James Buttzki e sua esposa me receberam como filha na última viagem que fizeram até lá, pois eles nunca poderiam ter filhos e meus pais tinham falecido na guerra das tribos quando eu era apenas um bebê. Desde então, tornei-me filha deles; ambos tinham a missão de esperar o cumprimento da profecia que dizia que Abat-Iót voltaria em algum lugar do planeta e agora essa espada seria a única forma de parar a entidade novamente.

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