Após todos aqueles acontecimentos fui acordado por alguém muito familiar, Vitor Vaz, meu cunhado e que também era policial. Estava chovendo e as luzes do parque já estavam voltando ao normal.
- Ben? O que está fazendo jogado aqui todo rasgado e sujo? – indagou-me.
- Vitor? O que aconteceu? Onde está Evelyn?
- Benjamin, você me deve explicações, você deixou sua irmã preocupada. Por acaso você estava se envolvendo com gente que não presta?
- Não! De jeito nenhum! Na verdade, é uma longa história. Vitor, como me encontrou aqui? – Perguntei.
- Noah me encontrou na entrada do parque apavorado me dizendo que vocês foram atacados aqui na apresentação do centenário da cidade e que você estava aqui. Porém pedi para que fossem com os pais de Evelyn até o hospital.
- Entendo, e quanto à Evelyn, sabe de alguma coisa?
- Apenas sei que eles foram todos juntos com os pais de Evelyn em um helicóptero para o hospital municipal, seu amigo me disse que era foi envenenada.
- Onde eles estão? Preciso vê-la! Vitor, me leva até lá por favor!
- Ei, acalma! Primeiro preciso saber a verdade. Meus parceiros estão resgatando as pessoas que desmaiaram no palco, inclusive o prefeito, porém eles não se lembram de nada, só disseram algo sobre um apagão e um gás azul. Ben... somos parceiros, não minta pra mim, você se lembra de algo? Essa sua aparência precária está muito estranha, aconteceu algo, você brigou com alguém? – perguntou Vitor desconfiado de alguma coisa.
Então contei tudo que tinha acontecido naquela noite, no entanto ele não acreditou em nada que eu disse e pensou que eu estava com efeitos de alucinógenos de alguma droga ou veneno. E antes que ele me levasse pra longe daquele lugar isolado percebi que a Bergomotto tinha desaparecido, então perguntei indiscretamente:
- Vitor, onde está minha mochila que estava aqui?
- Que mochila? Quando cheguei só vi você aqui jogado, Ben.
Naquele momento, percebi que alguém tinha furtado a espada enquanto eu estava inconsciente e o maior suspeito que eu podia pensar era o mascarado. E na viatura que Vitor me levava fiquei pensando em tudo o que tinha acontecido na noite mais sombria da minha vida, lembrei-me das últimas palavras de Abat-Iót. Será que a pessoa de quem ele estava falando era o mascarado? E porque Abat-Iót se apresentou como Albert Bennington? Ele nem ao menos sabia quem eu era. Tudo aquilo me parecia muito confuso; entretanto, pelo menos dei um fim naquele monstro horrendo. O que mais me preocupava era o fato de eu não saber nada sobre Evelyn, meu celular estava dentro da minha mochila que infelizmente tinha sido furtada, não saber como Evy estava me doía na alma e saber que a Bergomotto poderia estar em mãos erradas me preocupava ainda mais. Derrotar Abat-Iót não tinha me dado a paz que eu tanto queria...
- Vou te levar para casa agora e depois que tomar um banho prometo te levar ao hospital que eles estão. – disse-me Vitor me olhando pelo retrovisor central.
- Tudo bem, obrigado Vitor... e quando chegarmos em casa me ajuda com a Bruna por favor, você sabe como ela é...
- Tá bom! – respondeu Vitor.
Ao chegar em casa, usei o telefone da minha irmã para avisar os meus amigos que eu estava bem, logo depois tomei um banho gelado para tirar toda aquela sujeira e desânimo, percebi que não havia mais vestígios de ferroada em meu braço e nem paralisia, ademais, Vitor me ajudou conversando com minha irmã mais velha. Em seguida, nós três fomos para o hospital e, chegando lá, avistei meus amigos e os pais de Evelyn. Já eram quase duas da manhã.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Lenda de Haaru
Teen FictionBenjamin Bennington é um adolescente que é atraído por um meteorito que caiu perto de um rio e misteriosamente acaba perdendo os sentidos. Ao acordar, ele percebe que não é mais o mesmo e a partir de agora passará pela experiência de lidar com a per...