Capítulo 22: A Zona Haaru.

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Após os acontecimentos da nossa pequena reunião na sorveteria, meus amigos voltaram para suas casas, eu, porém levei Evelyn para a sua casa. Pegamos então um ônibus e ficamos conversando. Perguntei:

- Evelyn, você me desculpou mesmo por eu ter escondido aquilo de você de do pessoal?

- Sim! Por que a pergunta?

- Ah, só perguntando mesmo, fiquei sem graça.

- Águas passadas, chuchu. E falando em água... acho que choverá no final da tarde, olhe para o céu.

- Nuvens escuras... Evy, eu me sinto exatamente assim alguns dias...

- Ben, eu queria tanto que isso tudo acabasse logo. Fico triste em te ver assim, eu me coloco no seu lugar e vejo que você não tem culpa alguma de nascer assim e agora esse monstro e essa seita querem você. Eu não vou deixar te pegarem, jamais deixarei. Desde o primeiro dia que nos conhecemos você foi diferente de tudo que já conheci e agora que namoramos penso eu que devemos lutar ou fugir disso juntos. – disse Evelyn com a cabeça repousada em meus ombros no banco do ônibus.

- Evy, não se preocupe, vamos vencer essa. Eles não podem me achar se eu não me revelar ou usar meus poderes, a menos que aquele mascarado que eu vi naquele dia conte tudo.

- Espero que ele continue em silêncio, Ben...

- Nunca me senti tão ameaçado como agora, o pior é que não posso contar nada à polícia porque eu me tornaria um alvo mundial. Evy, eu dependo muito dessa Zona Haaru, mas não sei como alcançá-la, não temos Buttzki e nem Marana mais.

- Sim, mas você tem seus amigos e tem a mim também. Juntos vamos te ajudar, começando por hoje. Lá em casa, eu vou tentar de alguma forma ajudar em algo.

E assim que chegamos no ponto de ônibus perto da casa dela, inesperadamente, um marginal puxa a bolsa de uma senhora que desceu junto com a gente e a derruba no chão e saiu correndo muito rápido, porém enquanto Evelyn a levantava do chão eu reagi e corri atrás dele sem pensar duas vezes.

- Cuidado! – gritou Evelyn levantando a senhora do chão.

Ao perceber que ele estava distante de mim, me concentrei e comecei a correr como nunca antes, naquele momento, ele entrou em um beco e se escondeu atrás de uma lixeira e, nesse momento, começou a cair uma chuva muito forte e, antes de entrar no beco que ele estava, coloquei minha camisa no rosto para que ele não visse meu rosto.

- Garoto, sai daqui não quero te machucar!

- Só devolva a bolsa, cara. Você poderia ter matado aquela senhora a empurrando daquele jeito, agora entregue-a!

Então, o homem saiu de trás da lixeira com um canivete na mão e disse:

- Vocês pirralhos de hoje em dia veem muito filme de super heróis, saia daqui senão vai virar picadinho!

- Tente! – respondi sem medo algum.

E o homem veio em minha direção para me atingir, no entanto, eu desviei do corte que pegaria no meu ombro e, em seguida, dei um soco fortíssimo em sua barriga, entretanto não foi um soco qualquer, pois eu senti e vi pequenas faíscas elétricas em minha mão o fazendo então cair em meus pés.

Mais uma vez senti a adrenalina fluir em mim, uma sensação estranha, logo tirei o canivete de suas mãos e cogitei deixar nele o mesmo sinal que deixei no padrasto de Alice, porém resisti ao desejo e Evelyn veio ao meu encontro, pegou em minha mão e disse:

- Amor, pare! Esse não é você, apenas pegue a bolsa e vamos embora, a chuva está ficando forte.

E ao retomar à verdadeira consciência, peguei o canivete e a bolsa da senhora, coloquei a camisa de novo e a devolvemos para a senhora que estava lá no ponto de ônibus nos esperando a pedido de Evy.

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