3. Serotonina

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Serotonina: hormônio da felicidade.

Serotonina: hormônio da felicidade

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"Então, amanhã?" 

Desde ontem, a voz perfeitamente rouca de Frank repetia na minha mente. Uma, duas, três…  cinquenta vezes seguidas. Após as 4 horas encarando o telefone e amaldiçoando todas as regras sociais envolvidas em flertes – ligar? Mandar mensagem? Enviar emojis? Impossível saber. Finalmente tomei coragem, disquei o número e marquei o encontro que seria daqui a poucos minutos.

Eu me sentia um garoto na puberdade, dando pulinhos contidos enquanto escolhia a melhor roupa para ocasião. Rapidamente, liguei para Mikey, que apareceu do outro lado da tela, com uma cara confusa.

– Essa ou essa? – Apontei a câmera para as roupas posicionadas na cama. 

A dúvida cruel entre a camisa de botão vermelha ou azul. 

– Meu deus, você vai pra um encontro, não uma reunião de trabalho. – Ele resmungou. – Cadê aquelas que você usava quando a gente ia sair?

Revirei meu armário, desesperado. Tirei os últimos dois cabides, achando as únicas camisetas "normais" que restaram: uma de Star Wars e outra com o nome "Misfits" estampado, lembranças da minha fase jovem rebelde que achava cult ouvir bandas antigas e assistir filmes praticamente pré-históricos.

– Ok, eu ainda tenho essas. – Falei, não tão confiante.

– Não sei qual vai te fazer parecer menos virgem, Gerard. – Ele brincou.

– Vai com a de banda! – Ray gritou, no fundo.

– Eu não sei, e se ele não gostar? – Questionei, analisando as estampas escuras. – Faz tempo que eu não escuto algo.

– Aí vocês vão ter assunto do mesmo jeito. Só não coloca um blazer. – Ray acrescentou, agora entrando no enquadramento, ao lado de Mikey.

– Tá bom, tá bom. 

– Não acredito que você já tá querendo se casar, tão novo. – Mikey juntou as sobrancelhas em uma expressão de pena.

– Vai se fuder, é só um encontro. – Respondi, já nervoso.

– Tudo bem, nós podemos ser os padrinhos – Ray disse. – E se precisarem de testemunhas no divórc-

– Ok, já deu. – Desliguei rapidamente.

Coloquei de volta no armário a camiseta do R2D2, pensando em como era arriscado apostar todas minhas fichas em um conselho de Ray. Me analisei no espelho da cabeça aos pés. A camiseta, ainda que apertada, havia me deixado bem. 

Espantei meu nervosismo e segui para o local.


– Então você é do tipo que chega adiantado? – Eu disse com a voz mais trêmula que o esperado.

Allign [FRERARD]Onde histórias criam vida. Descubra agora