4. Ocitocina

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Ocitocina: hormônio do amor

A primeira coisa que eu captei foram os raios de sol invadindo o quarto pelas frestas da janela

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A primeira coisa que eu captei foram os raios de sol invadindo o quarto pelas frestas da janela. Me espreguicei amplamente na cama, indo de encontro com o corpo de quem praticamente já fazia morada permanente no lado direito do meu colchão. Frank dormia com os lábios entreabertos e a testa franzida, como se estivesse muito concentrado em descansar. Era a visão perfeita.

Desvencilhei-me dos lençóis lentamente, me esforçando para não atrapalhar seu sono; das coisas que aprendi sobre Iero, uma das mais importantes era a regra de não o acordar sob nenhuma circunstância. E assim segui. 

Enquanto preparava o café preto, o preferido dele, pensei em como talvez eu estivesse me precipitando com toda a coisa de não desgrudar do mais novo depois de tão pouco tempo. No entanto, era inegável o quanto nós nos conectávamos: o jeito que ele sabia sobre meus filmes favoritos, como ele sempre acertava o que eu queria, como prestava atenção em mim. Parecia que ele tinha me encontrado no momento exato – tínhamos os mesmos ideais, gostos e planejamentos. 

Por fim, para terminar de afastar aquelas inseguranças, dois braços enlaçaram minha cintura por trás. O hálito quente que batia no meu pescoço tinha cheiro da minha pasta de dente, o que me fez sorrir largamente e deixar a cafeteira fazer seu trabalho sozinha enquanto eu depositava beijos rápidos no rosto inteiro de Frank.

– Não vai trabalhar hoje? – Ele disse quando finalmente conseguiu me fazer afastar alguns milímetros.

– Hoje é feriado, Frank – sorri, feliz por ter mais um dia livre com ele, que me olhou com um olhar indecifrável.

– Ah, é? Os remédios não vão se pagar sozinhos – riu, descontraído, enquanto pegava a caneca branca.

– Remédios? Como você sabia que eu tomava? – Observei-o, curioso. Mais uma prova de que ele sabia tudo sobre mim.

– Ah, eu vi uma caixa no lixo do banheiro. Tá tudo bem, quem não toma hoje em dia, né? – Deu de ombros.

– Sim, sim. Na verdade, eu decidi parar tipo… semana passada – sentei-me ao seu lado, agora bebendo meu próprio café. – Mas não é como se você odiasse ficar fazendo nada comigo o final de semana inteiro.

– Sobre isso… – ele se endireitou no banco e me encarou com os olhos grandes, como se quisesse me pedir algo – eu, na verdade, estava planejando fazer uma coisa contigo.

– Envolvendo sair de casa? – Gemi, fingindo dor.

– É que minha amiga tem essa casa de praia e chamou o grupo pra lá – explicou.

Engasguei. Frank e eu nos conhecíamos há apenas uma semana. Soava muito apressado aparecer nos encontros dos amigos dele. Ou será que esse era meu lado aterrorizado por compromissos falando mais alto?

– Você acha que ela iria me querer lá também? – Perguntei enquanto ele bebia o café, tranquilo.

– Claro! Tá todo mundo ansioso pra te conhecer. 

Allign [FRERARD]Onde histórias criam vida. Descubra agora