ii. hawks, o herói número 3.

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Hawks, vinte e quatro anos, sua individualidade lhe dá duas asas vermelhas e consegue manipular suas penas mentalmente. Nome verdadeiro desconhecido.

Já faz um mês desde o meu encontro com o herói e eu não consigo tirá-lo da minha cabeça. O que há de errado comigo? Ele foi só mais uma pessoa passageira, oh céus...

Talvez eu esteja me sentindo mal por tê-lo tratado de forma inadequada. Eu agi de má fé, confesso, mas são atitudes que eu não consigo controlar, eu fui ensinada desde pequena que não vale a pena criar vínculos com desconhecidos porque eles só vão atrasar minha vida... Então eu crio uma barreira invisível que me impede de ser uma pessoa sociável e gentil com os outros. Não me considero tímida nem nada, é apenas um instinto ─ o qual eu enxergo que preciso mudar seriamente porque sei que não fará bem para mim. Não posso viver achando que tudo é uma competição e me afastar das pessoas que gostam de mim de fato.

─ [Nome], com licença- ─ Meu irmão havia entrado no quarto sem bater antes e na tela do meu computador estava uma foto em tela cheia de Hawks. ─ O-o que você está olhando aí?..

─ Koji! N-não... ─ De forma rápida, e disfarçada, tentei desligar a janela da web que estava aberta. ─ Por favor, não conta pra mamãe... ─ Comprimi os lábios de forma tensa e cruzei os dedos de ambas as mãos em forma de súplica.

─ Não contarei, pra isso precisaria ter visto... Mas saiba que, na minha opinião, você está muito velha pra sentir romances platônicos por pessoas famosas, sem contar que não seria bem visto pelos nossos pais, já que um relacionamento com um rapaz com uma vida distinta da sua lhe prejudicaria... - Revirei os olhos com o seu sermão e murmurei um blá blá blá baixo. Pelo menos ele escolheu se fazer de sonso para com a nossa mãe, já é o suficiente. ─ ... Mas enfim, não era sobre isso que eu queria conversar. A mamãe me disse que você foi à biblioteca mês passado e eu gostaria de pegar alguns livros emprestados, eram sobre o quê mesmo? ─ Ele perguntou pensativo.

Este questionamento havia me pego de surpresa, eu não fui à biblioteca naquele dia há um mês atrás, eu estava na ponte, muito ocupada sendo não-salva. Eu me encontrava encurralada agora, sinto que qualquer palavra que eu disser ele irá desconfiar de mim. Vamos, pense, pense... Você é mais inteligente que isso.

─ Eu os devolvi! ─ Não era bem isso que eu estava planejando responder. ─ Mas se você quiser eu posso ir buscar novamente, digo, não será nenhum problema eu preciso de alguns livros mesmo...

Ele me encarou por alguns segundos, como se estivesse processando o que eu havia acabado de dizer; Ele estava na porta do meu quarto, ainda com uma cara de paisagem.

─ Hm... Posso te fazer uma lista de livros que eu preciso? Prometo te compensar depois.

─ Claro, pode mandar. ─ Fiz um sinal positivo com o dedão e o vi sair do quarto. Assim que a porta se fechou, eu relaxei as costas na cadeira de rodinhas da minha escrivaninha e subi a janela que havia a foto do rapaz loiro.

Amor platônico?...

Não posso dizer que sinto algo romântico por ele, acredito que eu esteja apenas interessada no seu físico e um pouco atraída pelo seu caráter difícil com um contraste gentil... Ou talvez seja um sentimento de carência, consequência de uma criação em um ambiente familiar tóxico.

Bom, todas as hipóteses são válidas, acredito eu.

Além do mais, li em algum canto que a carência pode nos fazer criar alusões amorosas, então posso estar apenas confundindo as coisas.

De todas as hipóteses, esta é a que mais se destaca em questão de validez.

Desliguei meu computador e me estiquei na cadeira da escrivaninha, sentindo todos os músculos do meu corpo relaxarem após o alongamento e suspirei pesadamente pelo nariz. Eu tinha que me organizar para ir ─ de verdade agora ─ até a biblioteca pegar uma penca de livros. Eu realmente estava precisando de alguns para estudar e me preparar para a vida na faculdade.

✔| 𝕬 𝐖𝐇𝐎𝐋𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃 ‹𝟹 hawks.Onde histórias criam vida. Descubra agora