CAPITULO 27

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Dinho.

Acordei de manhã sentindo os braços da Karine na minha cintura, tentei me mexer e senti um outro corpo do meu lado e abri os olhos vendo Davi. Por incrível que parece os dois têm se dado bem, percebo que ele ainda fica com um pouco de receio em relação a ela, talvez por não entender o porque dela estar no lugar da mãe dele.

— Para de se mexer Dinho! – Karine diz baixo.

— Já está de manhã, vamos levantar.

— Quase nem dormi essa noite!

— Porque? – Pergunto e a gente se senta na cama.

— Vomitei a noite toda, tudo que a gente comeu!

— Ta melhor?

— To sim! – Ela diz.

Ficamos conversando por um tempo até nos levantarmos, tomamos banho juntos e depois descemos para tomar café, Batoré e Isabel já estavam na mesa e não demorou muito para Davi acordar também.

— Maior solzeira hoje, tá bom pra gente pegar aquele barco em? – Batoré diz enquanto comíamos.

— Pode crer, vou falar com o cara! – Falo pegando o celular.

— Vida me dá dinheiro para comprar meu biquíni, quero tirar varias fotos hoje! – Karine diz animada e eu assenti sem ligar muito.

Depois que a gente comeu descemos para praia a pé mesmo, o dia tava lindo, praia lotada.

— Pai, quero ir embora! – Davi diz do nada me pegando de surpresa.

— Porque o que aconteceu? – Pergunto sem entender.

— Quero minha mãe, to com saudade dela! – Ele diz e percebo seus olhos encherem de lágrimas.

Imagina se ele soubesse que a gente compartilha da mesma saudade da mãe dele, imagina.

— Quer ligar pra ela? – Pergunto e ele assente.

Batoré, Isabel e Karine estavam andando na nossa frente e eu fiz um sinal para eles irem, eu e Davi nos sentamos em um banco e eu peguei o celular para ligar para Gabriella, no mesmo instante me lembrei da mensagem que eu mandei para tentar reverter a situação porém não adiantou, ela se quer se deu ao trabalho de me responder.

Entreguei o celular para Davi e coloquei no viva voz, logo ela atendeu e fiquei quieto apenas ouvindo a conversa dos dois. Ouvir a voz dela agora me soava até diferente, parecia que ela bateu a cabeça e esqueceu de tudo que vivemos, pra mim não tinha outra opção para ela estar tão resistente assim, do nada.

— To com saudade mãe, eu pedi até pra ir embora! – Davi dizia e eu ri ouvindo suas palavras.

— Que isso cara, aproveita pra mim essa praia aí que quando você voltar a gente vai ficar juntinho, tá bom? – Gabriella dizia.

— Ta bom mãe.

— Amo muito você, não esquece de passar protetor e cuidado com a água! –Ela diz cuidadosa como sempre e Davi me olhou rindo e sabendo que eu tinha esquecido totalmente o protetor.

— Te amo também!

Eles logo se despediram e fomos para onde o povo estava, Batoré acabou acertando com o cara sobre o barco e ficamos esperando ele chegar.

— To com uma azia fudida cara, sério. Não sei se quero andar nesse barco aí! – Karine diz prendendo o cabelo e eu reviro os olhos.

— Deixa de frescura, vou comprar umas água pra você e vai ficar tranquila! – Falo e ela ri irônica.

— Você não entende nada mesmo! – Ela diz virando a cara.

O barco logo chegou e entramos apenas os cinco mesmo, comprei algumas coisas para o Davi antes de subirmos pois pra mim o que valia era ele se divertir, como eu sei que a saudade da mãe dele tá grande eu não iria ficar mais tempo, amanhã mesmo iria arrumar as malas e no outro iria embora.

Também nem sei porque inventei de passar tanto tempo, essa viajem não tem sentido algum, parece que eu estou até comemorando algo quando na verdade eu estou mal pra caralho.

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Capítulo está pequeno porém, amanhã à noite tem mais.
(Os capítulos sempre saírem por volta das 21:00, não esqueçam!)

Gabriella | Reticências.Onde histórias criam vida. Descubra agora