Gabriella | Reticências.

CAPITULO 35

Uma semana depois.

Karine.

Eu já não aguentava mais ficar na minha mãe, estava com saudades da favela, dos bailes e do embuste também.

Acordei cedo para colocar a Sofia pela primeira vez na van e ela ficou toda feliz, eu fiquei feliz também, minha filha me fazia sentir a melhor mulher do mundo.

— Já vai? – Minha mãe perguntou enquanto eu arrumava minha bolsa.

— Já, to me sentindo melhor agora.

— Vê se não fica próxima daquele cara em Karine, por favor! – Ela pede e eu assenti sem falar nada.

Terminei de arrumar minha bolsa e sai da casa da minha, fiquei na calçada e enquanto esperava o Uber uma mensagem vibrou meu celular.

Dinho:  Tá na favela? Quero falar com vc.
- To indo agora!
Dinho: Vem aqui em casa, quero falar com você.

O Uber chegou e eu fui o caminho sem entender absolutamente nada, Dinho querendo falar comigo, sem ser grosso, não estou acostumada mais.

Logo cheguei no morro e subi direto para casa de Dinho, assim que abri a porta vi Dinho sentado mexendo no celular.

— E então, que milagre é esse? – Falo me sentando no sofá.

— Pensei melhor no que conversamos, e.. mudei de ideia.

— Não estou entendendo! – Falo negando.

— A gente pode tentar.. – Ele diz e eu sorri sem acreditar no que ele dizia.

— Sério? Você quer?

— Você não?

— Claro né Dinho! – Falo pulando seu colo.

Não que eu estivesse planejando algo porém eu sabia que passar um tempo fora daqui ia mostrar pra ele que ele me ama, ou ao menos sente algo por mim.

Nosso relacionamento começou errado sim, porém não quer dizer que termine errado. Erramos mas todos merecem uma segunda chance, e quando se trata dele eu sempre arrumo mais uma.

Dinho.

Mandei uma mensagem para Karine e enviei recebendo a resposta poucos minutos depois.

Esses dias andei pensando muito, ao invés de ficar remoendo coisas sobre a Gabriella pensei em quem realmente da valor a certas coisas. Eu insisti em não aceitar que Gabriella já não era a mesma pessoa que eu me apaixonei, a menina que eu amava a meses atrás.

Ela já não se comportava como antes, nem deve pensar como antes e tudo isso ficou num passado que não vai voltar. Agora o que se faz presente é uma Gabriella que se acha superior porque abriu um negócio, e tá com outro macho "seguindo em frente". E tudo bem, já não vou me importar mais!

— E então, que milagre é esse? – Ela pergunta se sentando ao meu lado.

Conversamos e joguei um verde pra ela que logo se rendeu, dava pra ver que ela estava feliz por ouvir apenas umas palavras minhas, enquanto outras pessoas desprezavam atitudes.

Depois da nossa conversa sai de casa, ela disse que ia resolver as coisas delas e eu fui resolver as minhas na boca.

Enquanto passava de moto na rua da Gabriella avistei ela saindo de casa toda arrumada com o Davi, ela não me viu e entrou no carro saindo dali. Neguei e continuei meu rumo.

Não vou perder meu tempo mais!

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