Gabriella | Reticências.

CAPITULO 30

Gabriella.

— Valeu por hoje, foi muito bom! – Falo quando ele estaciona em frente de casa.

— Pode melhorar.. – Ele diz colocando as mãos na minha perna.

— Desculpa, mas.. não da. Preciso de um tempo sozinha Leonardo! – Falo sincera e ele assentiu.

— Ta bom, mas você não precisa ficar sozinha, eu to aqui.

— Obrigado por isso, você já ajudou muito, mas agora eu preciso me encarar sozinha. Fiquei muito tempo com alguém e ficar sozinha agora vai me ajudar!

— Tudo bem, faz o que você acha melhor gata! – Ele diz alisando meu rosto.

Dei um selinho rápido nele e sai do carro, entrei em casa e me sentei no sofá olhando para as paredes. Será que ele me odeia agora?

Respirei fundo tentando não pensar nisso, já pensei demais em outras pessoas e agora não posso fazer isso. Preciso fazer por mim, superar e viver sozinha, nem que seja por um tempo só preciso saber como é a vida a só, depois de anos com Dinho do meu lado eu cheguei a pensar que eu não consigo ficar só, porém essas duas semanas saindo com meus amigos, cuidando do meu filho, indo no Studio me fez entender muita coisa.

É uma delas é que eu não preciso de alguém do meu lado para viver, e se algum dia acontecer de novo.. tudo bem que seja diferente e eu não esqueça o quanto eu sou dependente, de mim mesma!

Karine.

Entreguei os papéis na mão da minha mãe e me sentei na cadeira chorando, eu me sentia envergonhada, péssima e acabada. Eu não posso ter errado, de novo eu não mereço isso!

— Eu te avisei tanto pra tomar cuidado Karine, de novo? Como eu vou cuidar de outra criança agora? – Minha mãe dizia e eu não conseguia nem olhar em sua cara.

Eu já havia prometido a ela que isso não iria acontecer de novo, eu prometi pra mim mesma e logo de quem vai ser essa criança.. de uma cara que é apaixonado pela ex e se ela estalar os dedos volta igual um cachorrinho.

— Vamos embora! – Falo me levantando.

Limpei minhas lágrimas e saímos em silêncio, pedi um Uber pra ela e um pra mim, eu precisava falar com Dinho e quem sabe eu posso me surpreender, ele tem vários defeitos mas como pai ele é ótimo.

Durante o caminho no Uber fiquei em silêncio, ele me deixou na entrada da favela e eu fui subindo tentando controlar minhas lágrimas. De longe avistei Batoré num bar conversando um outro traficante e fui até ele.

— Oi Batoré, preciso falar com o Dinho! – Falo parando em sua frente.

— Vish agora ele tá ocupado!

— Fala pra ele que é importante, caso de vida ou morte! – Exagero.

Ele pegou o radinho e coloquei as mãos na cintura com pressa.

— Fala mane! – Dinho atende.

— Ai chefe, tua mulher tá aqui querendo falar com você.

— Gabriella tá aí? – Ele diz rápido e eu pressionei meus lábios, se fosse em outro momento eu até poderia não ligar, mas agora isso me doeu.

— Não cara, é a Karine. Disse que é caso de vida ou morte! – Batoré diz e ouço ele bufar.

— Manda ela subir, no rápido que to ocupado! – Ele diz e desliga em seguida.

— Sobe lá na boca 01, ele tá lá! – Batoré diz e eu assenti.

Subi até a boca que ele falou e os traficantes que estavam em frente me deram passagem ser falar nada, abri a porta e avistei Dinho mexendo no celular.

— Assim que está ocupado? – Pergunto parando em sua frente.

— Veio aqui pra encher minha cabeça?

— Não idiota, vim te dar isso! – Falo jogando o teste em sua frente e ele me olha sem entender.

— Que isso Karine?

— Lê, anta! – Falo nervosa.

— Anta é tu, me respeita! – Ele diz e eu reviro os olhos.

Fiquei tentando ler suas expressões enquanto ele lia o papel que confirmava minha gravidez.

— Grávida? De quase dois meses Karine? – Ele diz ainda olhando o papel.

— Sim, tá aí, quer mais prova que isso?

— A dois meses a gente nem..

— A gente nem o que Dinho? Você tava lá com a outra mas qualquer briguinha de vocês, você ia atrás de mim. Tá aí o resultado!

— Ta de sacanagem com a minha cara Karine, sai daqui! – Ele diz se levantando e eu o olho sem acreditar.

— Não acredito que você vai ser tão cara de pau a ponto de não assumir seu erro! – Falo sem controlar minhas lágrimas.

— Meu erro? Quem sempre veio atrás de mim foi você mesma, não joga pra cima de você.

— Você é ridículo! – Falo chorando e ele abaixa a cabeça.

— Sai daqui, por favor!

Neguei sem acreditar naquilo tudo que estava acontecendo, me virei e sai sem olhar na cara de ninguém. Mais uma vez eu estou sozinha e com uma criança na barriga.

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Capítulo novo pra vocês e um recadinho, pra avisar que já estou escrevendo os capítulos finais.

Espero que vocês estejam gostando e tem muita pra acontecer ainda, aguardem e não deixem de comentar e votar, isso ajuda muito. ❤️