Capítulo 1

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- Christian Reynolds, eu disse para assinarmos aquele maldito acordo.- Catherine disse segurando a sua saia, aumentando um pouco do tom de voz.

- Eu não vou perder parte da nossa fronteira só porque Seymour está com pouco território. Não é culpa minha se eles não sabem dividir o campo entre os camponeses.- Christian disse se sentando na cadeira perto da lareira apagada.

- Você sabe que pode causar uma guerra por causa disso, sabe?

- Não exagere, o rei Pietre que tem que aprender a organizar o seu próprio território.

- Você poderia ter pelo menos emprestado 5% da terra, só para que Pietre consiga se organizar melhor.- Christian revirou os olhos.- Mas não, você negou na cara do representante de Seymour.

- É só um acordo.

- Mas você poderia ter ajudado, só dessa vez.

- E se caridoso?- Christian olhou Catherine.- Se eu precisasse dessas terras, você acha que Pietre iria "empresta-las"?- Catherine riu fraco colocando as mãos na cintura.

- Não sei, talvez sim, talvez não, pessoas podem mudar.- Christian olhou para a lareira apagada.- Se queremos um reinado em paz com o povo e os outros reinos, você precisa ser mais caridoso querendo ou não. Mas digo apenas uma coisa, você me lembrou o seu pai agora.- Catherine se virou para a porta.

- Onde você vai?

- Preciso de um tempo.

- Catherine...- a garota abriu a porta.- Catherine Greendale, volte aqui!- ela saiu do quarto e ele não a seguiu.

Catherine não queria mas precisava de um tempo, o dia foi estressante para os dois, e o pedido de Seymour foi a gota d'água da paciência de Catherine.

A garota desceu um andar e foi para o seu segundo quarto, um quarto reserva onde suas armas e roupas de luta ficavam. As suas criadas trouxeram sua camisola e sapatilhas, Catherine as dispensou, iria se trocar sozinha.

Catherine tirou os brincos e o colar que usava, depois lavou o rosto tirando a maquiagem, desabotoou o vestido lilás e o trocou pela sua camisola branca.

Soltos os grampos do coque fazendo seu cabelo cair nas suas costas solto, o único som que ocupava o quarto era os trovões e a chuva forte que caia no reino.

A rainha foi logo para a cama, nem acendeu a lareira. Catherine se cobriu com as cobertas quentes da cama e deitou de lado, de costas para a porta.

A garota ficou olhando a chuva cair na janela e escutou o som dos trovões, quando estava quase caindo no sono, ela escutou o ranger da porta sendo aberta, Catherine fechou os olhos.

A porta foi fechada em um click, o piso era de mármore então Catherine não ouviu os passos da pessoa, mas sentiu a cama afundar.

A pessoa ficou deitada de barriga para cima.

- Desculpa.

- Eu disse que precisava de um tempo.- Catherine abriu os olhos olhando a janela.

- Eu sei, eu vou sair, apenas...- Christian soltou o ar.- Desculpa, eu deveria ter te consultado antes de negar o acordo.

- E o que você vai fazer sobre isso? O representante de Seymour vai ficar no palácio até amanhã de tarde.

- Tá bom, posso emprestar 2% da terra perto da fronteira para Pietre.

- 4%.

- 3%.

- 3% então, vamos dizer que é temporário, ele tem até antes do solstício de inverno para resolver sua organização dos campos.- Catherine virou de barriga para cima, olhando o teto.

- Graças aos deuses não temos esse problema, cada família camponesa tem seu espaço de terra.

- Pietre não é como nós, cada um toma conta do seu reino.- os dois ficaram em silêncio ouvindo a chuva, um relâmpago iluminou o quarto e em seguida um trovão foi escutado.

- Por que você falou aquilo?

- O que?

- Que eu lembrei o meu pai.

- Não sei, por um momento você me lembrou ele, a postura, o egoísmo dele. Henry também tinha suas injustiças com o povo.

- E não gostava de negociar com os outros reinos.- Christian completou.

- Mas você não é ele, apenas...foi um dia difícil e cansativo. Desculpa.

- Tudo bem.- Christian se sentou na cama.

- Se está tudo bem entre nós, você pode dormir aqui.

- E está?- Catherine escutou outro trovão.- Você não precisava de um tempo?

- Ouvir o seu pedido de desculpa era tudo o que eu precisava, já esfriei a cabeça.- Catherine escutou uma risada fraca de Christian.

- Humana perversa.- a garota sorriu, Chirstian se deitou e Catherine o ajudou com as cobertas. A garota apoiou a cabeça no ombro dele e Christian segurou a sua mão, Catherine sentiu um beijo na sua cabeça e depois adormeceu.

A Coroa da RainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora