Capítulo 03

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Tony cerrou os olhos ajustundo os últimos detalhes de sua criação,aquela última coisinha,aquele toque final,o que vem antes do suspiro de alívio e orgulho. Mas Peter não parecia estar bebendo o Milk Shake no mesmo ritmo que ele,ou talvez Tony fosse muito chato. - Garoto dá para parar de fazer barulho no meu cangote?! - Ele pediu se virando.

Peter o fitou confuso,ainda com o canudo na boca. Ele estava realmente tão concentrado na comida que nem ouviu o que o bilionário disse. Mas ele havia gritado,e não era de felicidade... - Ah,mas o que que é isso? - Tony cobrou.

Peter balançou o copo de plástico. - Raspadinha de melancia e limão. - Ergueu o copo. - Quer?

Tony puxou o copo do garoto e o jogou no lixeiro mais próximo. - Ou! - Peter reclamou.

- Tô começando a me arrepender de ter autorizado a sua entrada. - O bilionário resmunga,se virando outra vez.

- Tá nada,se não tivesse autorizado a minha entrada estaria aqui,sozinho e carente. Se afogando num poço de solidão e abandono. - Peter dramatizou,se arrependendo de não ter topado entrar na última peça da escola.

Tony o olhou cético. - É que eu soube que teve uma briga e agora todo mundo te odeia. - Peter deu de ombros.

- Olha aqui,pra começar nem todo mundo me odeia. - Tony negou. - Só... Umas quatro pessoas.

- Mas elas te odeiam a ponto de te matar então... - Peter ergueu as sobrancelhas,Tony o ignorou.

- E eu não me sinto sozinho. - O bilionário fez uma careta. - Nunca me sinto sozinho. - Negou.

- Mas isso é independência emocional ou bloqueio? - Peter inclinou o corpo. - Porque você pode estar acomodado com as inteligências artificiais mas... Devia socializar mais. - Gesticula. - Com gente normal. - Ele sussurra.

Sem ofensas mas Tony era estranho e ficar o dia todo com robôs não ajudava.

- E você é o que agora? Psicólogo? - Tony perguntou ofendido.

- Só tô tentando ser agradável e uma boa companhia. - Peter nega.

- Pois está sendo chato,e está me atrapalhando e está tirando a minha atenção! - Tony reclama.

- E o que você está fazendo? - Peter fitou o computador do mais velho,que tinha uma planta azulada de um brocelete. Brocelete esse que Tony estava montando na mesa.

- Um protótipo. - Tony resmungou.

- De que? - Peter perguntou rápido.

- De uma lança teias. - Tony respondeu entediado.

- Pra que? - Peter perguntou antes mesmo de entender o que havia sido dito.

- Pra explorar melhor as suas teias. - Tony disse já se estressando.

- Ohnn. Você fez um protótipo pra mim. - Peter soou risonho quando quis ser irritante.

- Não fiz um protótipo pra você. Fiz um pra mim. - Tony nega e Peter ergue as sobrancelhas. - Consegui uma coisa com a mesma força de tenção da sua teia e é incrível. Mas não serve de nada se ficar em um pote então... - Ele se vira na cadeira. - Eu estou fazendo um esquema.

- Se inspirou em mim. - Peter afirma.

- Não me inspirei em você. - Tony diz ofendido.

- Genialidade é um por cento de inspiração e outros noventa e nove de transpiração. - Peter recita recebendo a atenção de Tony. - Você. - Aponta. - Ainda se inspirou em mim. - Afirma cumprimindo os lábios e erguendo os ombros.

Cumplicidade [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora