Cumplicidade [✓]

Capítulo 17

Que Pepper tinha um amor pelos números não era segredo. Muitíssimo diferente de inúmeros outros,a sua relação para com a matemática era de puro amor. Longe do ódio passivo agressivo. Bem longe. Como uma boa viciada em trabalho Pepper adorava o que fazia,amava a forma como a matemática era sempre exata,a forma como tudo sempre se encaixava. Era exato,certeiro e único.

Talvez a mulher fosse meio controladora...

Também existia a possibilidade de que fosse por isso que seu relacionamento com Tony tivesse demorado tanto tempo para sair.

Pepper detestava não saber das coisas,não ter as rédeas da situação,não saber onde estava se metendo,pisar em ovos. A sensação de estar perdida não combinava nada,nada com ela,e por mais que ela conhecesse,convivesse e trabalhasse com Tony tempo o suficiente para saber que ele já não quebraria o seu coração em caquinhos,ou tudo e todos ao seu redor a tratassem como um casinho,ou uma interesseira,ainda haviam muitas questões envolvidas.

Ah,a vida adulta e capitalista,por que tão difícil?

Uma coisa daquelas não poderia ser explicada,os sentimentos de Pepper nas últimas semanas também não.

De troca de olhares,flertes entre brigas e uma relação muitíssimo proficional ao mesmo tempo que infantil,se transformando em algo romântico era distante. Bem distante. Então era de se esperar que depois do beijo no escritório as coisas ficassem meio tortuosas,certo? Sim. Obviamente aliás,na humilde opinião de Pepper. Mas na de Tony...

Que a relação de Tony e Pepper já havia passado por muitas coisas todos sabiam,em cada momento Pepper continuava acima do salto, inabalável ou extremamente proficional como sempre era. Mas seus últimos momentos realmente não eram banais,como Pepper estava os tratando,e o ego de Tony se sentiu ferido. No fundo de si ele sabia que Pepper gostava de se afundar no trabalho e coisas fixas para pensar com clareza,cada um com suas estranhices... Mas outras parte de si,que ele particularmente culpava serem o cérebro e coração apaixonados e estúpidos,exigiam uma resposta ou,ao menos uma reação,que Tony buscou procurar logo. De maneira menos sutil possível inclusive. Ele conseguia ser tão gentil como as mentiras do próprio Pinóquio. Era deprimente.

Ainda assim,ele o fez. Parou Pepper em seu pleno horário de trabalho,alguns dias depois do acontecido,para cobrar algo. Tentando ao máximo não parecer perdido. Ele se perguntava o porquê de já ter estado com tantas pessoas mas não ter o mínimo preparo para lidar com Pepper,que tinha listas infinitas e confusas que o deixavam mais perdido ainda.

Pepper pensava em seu círculo de amigos,e em como eles dividiam o mesmo ambiente de trabalho e lazer,e como aquelas pessoas seriam afetadas com seu quase,provável,futuro,talvez relacionamento. Pensava mais matirizadamente ainda em Peter. E na forma como aquilo era importante,ela não era uma pessoa sozinha,tinha um filho e,mesmo que Tony tivesse a melhor das relações com ele,Peter tinha seus dezesseis anos e a conversa deles seria longa. Muito longa.

Pepper se lembrava de ter brincado com Peter meses antes,os dois comparavam suas vidas amorosas,Pepper choramingando desastrada enquanto Peter se saia melhor que ela. Peter havia destacado algumas muitas vezes que apoiava a mãe a encontrar alguém legal,para depositar um pouco da sua legalzisse como ele gostava de dizer. Ela estava ciente que era uma brincadeira,mas sabia que o filho queria o melhor para ela em qualquer circunstância,Peter era sua Monalisa e ele realmente não decepcionava. Porém,isso não mudava o fato da teoria ser diferente da prática. E; conversas sobre relacionamentos,e entrar em relacionamentos,era bem diferente.