I'm mad at Disney

Chapter 05

-Quem é "ela"? — Perguntei e o garoto que antes me abraçava,agora havia se soltado e afastou-se de mim.

-Me desculpe,noona. — Haruto disse e saiu dali se trancando em seu quarto.

-Ele não vai sair de lá tão cedo. — Junkyu que dividia quarto com o mesmo suspirou se jogando no sofá.

-O que estão escondendo de mim? — Perguntei com expressão séria.

-Não podemos te contar. Haruto deve criar coragem e dizer isso. — Jihoon se pronunciou e eu suspirei frustrada.

-É um assunto delicado de se lidar. — Yoshi disse desviando o olhar.

-Vocês não frequentam psicólogo? — Perguntei e todos negaram.

-Já frequentamos no programa que fizemos, mas hoje em dia não. — Mashiho respondeu dessa vez.

-O que eu devo fazer com vocês? — Respirei fundo e me levantei indo em direção a porta.

-Onde vai? — Hyunsuk perguntou vindo atrás.

-Na empresa,não saiam de casa enquanto eu não estiver aqui. — Disse e todos assentiram desconfiados.

Fiz meu caminho até a empresa pensando em Haruto e em como suas mentes devem ser perturbadas. Ao chegar,fui direto a sala de minha tia que assinava alguns papéis. Assim que levou sua visão a mim,abriu um imenso sorriso colocando os papéis de lado.

-O que aconteceu com o Haruto? — Perguntei séria e a mesma que sorria,agora tinha uma expressão preocupada.

-Os pesadelos voltaram? — Assenti. -Ele não te contou o que aconteceu?

-Não. Quando eu disse que queria ajudar, ele citou que "ela" também queria ajudar. — A mulher suspirou tirando os óculos.

-Eu quero que você descubra isso sozinha,eu apenas irei dar suporte. — Fiquei indignada com sua fala.

-Como posso ajudá-lo se ao menos sei o que se passa na cabeça dele?

-Ele irá te dizer quando se sentir confiante.

-Isso significa antes de morrer. — Disse irônica.

-O tempo que ele precisar. — Ela rebateu.

-E quanto a saúde mental deles? Eles precisam de um psicólogo ou psiquiatra para deixarem a cabeça em ordem. — Disse lembrando da fala de Mashiho.

-E quanto a sua? Você frequenta algo para deixar sua cabeça em ordem?

-O assunto não sou eu.

-Certo. A nossa parceria é com o hospital psiquiátrico OK. Eles teriam consultas lá.

-Por que não em casa? Acha que sou idiota?

-Eles não trabalham em domicílio. Enfim,você escolhe se vai cuidar ou não da saúde mental deles. — A mais velha pôs o óculos novamente. -Se terminou de falar,pode se retirar.

-Com licença. — Mesmo fervendo de raiva,eu apenas me curvei e saí dali.

***

Havia acabado de buscar Junghwan na escola, o mais novo vinha contando todo o seu dia animado. Infelizmente,minha cabeça ainda estava na situação de Haruto e não escutei praticamente nada do que o garoto falou. Quando chegamos em casa,o clima continuava pesado,Haruto ainda estava trancado e não tinha comido nada.

Dali até a hora que coloquei todos para dormir por conta do horário,tudo continuou da mesma forma. Junkyu foi dormir no quarto de Junghwan por conta de Haruto não ter se destrancado. Após todos dormirem, eu me sentei encostada na porta do quarto do mesmo depois de ver as luzes acesas.

-Haruto... — O chamei e como esperado,não obtive resposta. -Você já ouviu a história do menino que se alimentava de pesadelos? — Ouvi o mais novo se levantar da cama,mas não abriu a porta. Provavelmente se sentou da mesma forma que eu. -O menino acordou de outro pesadelo horrível. Lembranças ruins do passado, que ele queria apagar, eram repetidas nos sonhos dele todas as noites e o assombravam sem parar. O menino morria de medo de dormir. Certo dia, ele foi até a bruxa e implorou: "Por favor, apague minhas lembranças ruins para que eu pare de ter pesadelos. Farei qualquer coisa que você me pedir." Anos se passaram, e o menino virou adulto. Ele não tinha mais pesadelos. Mas, por algum motivo, ele não era feliz. Certa noite, uma lua de sangue iluminou o céu, e a bruxa finalmente apareceu de novo para pegar o que ela havia prometido em troca do desejo. Ele gritou com ela, muito ressentido: "Todas as minhas lembranças ruins sumiram, mas porque... Por que não consigo ser feliz?"
Então a bruxa levou a alma dele, como foi acordado, e disse uma coisa a ele: " Lembranças muito dolorosas. Lembranças de arrependimentos. Lembranças de machucar e ser machucado. Lembranças de ser abandonado. Somente aqueles com essas lembranças enterradas no coração podem se tornar mais fortes, apaixonados e emocionalmente flexíveis. E só essas pessoas podem alcançar a felicidade." Nunca se esqueça de hoje. Não se esqueça de nada. Lembre-se de tudo e supere. Se não superar, sempre será uma criança cuja alma nunca floresce. — Encerrei a história e pude ouvir o mesmo fungar. -Haruto,um trauma não deve ser mitigado por trás e sim encarado pela frente.

-Noona... eu não sou forte o suficiente para enfrentar isso sozinho. — Sua voz chorosa partiu meu coração.

-Você não só é forte como também não está sozinho. — Ouvi o garoto destrancar a porta e me levantei,logo foi aberta me dando visão do seu rosto inchado. Ele me deu um forte abraço que foi retribuído rapidamente.

-Noona,eu estou com medo... — Senti o mesmo voltar a chorar.

-Está tudo bem em ter medo... — Disse e o guiei até sua cama onde nos sentamos.

-Nossa antiga manager,ela cuidou da gente desde o final do YGTB. Ela ganhou nossa confiança e mesmo assim,eu percebia que ela me olhava de uma forma diferente e também fazia perguntas estranhas... essa mulher ficou com a gente até que fizéssemos nosso debut. Na primeira noite que conseguimos dormir aqui no dormitório durante as promoções, ela apareceu e... — Ele travou deixando mais lágrimas fluírem.

-Está tudo bem. — Acariciei o topo de sua cabeça.

-Os mais velhos não estavam,haviam saído para beber e os mais novos dormiam. Ela abusou de mim,mesmo que eu não quisesse, ela continuou... antes que os outros chegassem, ela escapou e desapareceu. Não podíamos levar isso ao público no nosso começo de carreira, a investigação segue secreta. Mas, mesmo sabendo que estão a procura dela,eu também sei que ela está a solta... ela me assombra nos sonhos e nem dormir com a luz apagada,eu sou capaz. Eu passei a odiar borboletas por conta do broche que ela usava... eu me sinto infantil.

-Está tudo bem ter medo ou odiar algo... pra falar a verdade,eu também não durmo com as luzes apagadas faz tempo. — Passei a mão por seus fios com um sorriso fraco.

-Por que?

-Apenas porque. Só durmo se estiver bêbada. — Ri e o mesmo me encarou preocupado. -Eu vou te ajudar a superar esse trauma e quando eu achar essa "borboleta", irei mata-lá por se meter com você. — Ele finalmente havia sorrido.

-Obrigada. — Sorri.

-Deite para dormir,eu estarei aqui cuidando de você.

-Promete? — Assenti e o mesmo se deitou abrindo um espaço para que eu deitasse.

-Quer que eu durma com você? — Perguntei e ele apenas me puxou passando a segurar minha mão.

-Não saia daqui... — Disse sonolento.

-Eu vou estar aqui com você.

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O que acharam do capítulo? Gostaram? Espero que sim! Até o próximo!
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