PRIMEIRO CAPITULO

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Tamlin puxa mais uma vez meu cabelo, seus olhos deixam claro qual é o sentimento que o inunda naquele momento. Raiva.

— Feyre, eu já lhe disse muitas vezes e não sei se estaria pronto para dizer de novo, eu te amo e isso é evidente, mas você passa dos limites. — Ele finalmente me solta, me deixando no chão, perto dos pés dele.

Eu o olho, as lagrimas em meus olhos se tronam tantas que querem escorrer para tirar o ódio que existe dentro de mim, a vontade de mata-lo, de ver ele no chão, em pedaços, assim como eu estou agora.

— Eu sei que me ama, e eu não fiz nada, eu também te amo, mas é você que me machuca, é você que gosta de me ver assim. — Falo com a voz rouca a baixa.

Ele desliza as mãos sobre meus cabelos e se agacha perto de mim, aqueles olhos vibrantes olhando nos meus, aqueles cabelos loiros amarrados como um coque, aquele era, o meu senhor, aquele era o meu homem, aquele era meu carcereiro.

— Eu te amo mais que tudo no mundo, mas as vezes você trona a minha vida tão difícil que é complicado não sentir vontade de ver você ai, no chão, você é desobediente, Feyre, mas você tem que parar de ser assim, sua família paga muito caro por isso.

Meu coração por alguns segundos para meus olhos não se move, eu não consigo se quer respirar, a minha família não, ele não tinha esse direito de tocar neles e de tentar fazer algo ruim com eles, eu não consigo admitir.

— Não, Tamlin, eu te imploro, não faça nada com eles, eu estou aqui por você, somente você, não toque neles por favor. — Abraço ele e ele apenas sorri.

Tamlin não diz nada, ele gosta de me ver assim, aos pés dele, indefesa a ele, mas o que eu poderia fazer? Sair daqui eu não posso ficar com outra pessoa muito menos, se eu fizesse algo que ele não gostasse a minha família estaria morta, eu estaria morta, perderia tudo aquilo que eu julgava ser meu.

Ele as vezes era um bom homem, eu sabia que ele me amava e isso era tão claro, mas eu também sabia o que ele podia fazer e o que ele ia fazer comigo se eu fizesse ele se enjoar de mim, ele me amava do jeito dele, e eu também o amava, mas não o suficiente para não querer mata-lo a cada segundo da minha vida.

— É isso que eu quero Feyre querida, eu quero sua devoção totalmente a mim, você abe que as outras mulheres aqui não me importam a não ser você, meu pequeno pedaço de ouro, você dança e já me dá tanto dinheiro, não quero e não posso perder, sumir com você nunca, então não me deixe com vontade de fazer isso. — Ele diz se levantando.

Ele vai ate a porta de meu quarto, mas antes de sai me diz severamente.

— Falta quinze minutos para você entrar no palco, se prepare. — E ele sai.

Meu coração se aperta, tenho vontade de destruir tudo isso aqui, deixar esse lugar quebrado e fazer com que tudo queime, eu sou mais uma rosa dentro do jardim de Tamlin, apenas uma pequena rosa no seu bar, no seu reino, sou apenas isso aqui na casa de strippers: Éden.

Me sento na minha cama e olho para o teto, todo espelhado, é aquele espelho que mostra a minha verdadeira face, a face de um lobo ferido, de um animal que chora e grita por vingança e justiça, era esse o meu semblante e sempre seria, enxugo as minhas lagrimas e vou me maquiar, é a melhor coisa que eu posso fazer naquele momento.

A música já está bem alta lá embaixo, sinto que vou cair a qualquer momento no chão, como alguma coisa e bebo água, a máscara está ali em cima da cama, o mistério do jardim são as rosas.

Todas as mulheres que dançam tem que utilizar mascara, assim como qualquer um que quer se aventurar na sensualidade do local, cada uma das mulheres tem seis minutos pra conseguir o máximo de dinheiro possível, mas todo esse dinheiro é direcionado a Tamlin, apenas uma pequena parte serve para nós, ele é o dono de tudo e de todas.

betrayal - degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora