TERCEIRO CAPITULO

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Acordo com a cabeça doendo, sei que não é de ressaca, muito menos de alguma doença desconhecida, isso aqui é de nervoso, de algo chamado dentro de mim chamado: vontade de matar todos que vivem aqui.

Eu acho que eu queria que a vida fosse apenas de noite, que não existisse dia, pois o dia é algo tão demorado de acabar, é algo tão ruim, não tenho lugar para ficar a não ser dentro do jardim ou andar por esses corredores com luzes coloridas.

Uma batida na porta me faz pular de susto, vejo o papel em minha mão, devo ter passado a noite inteira com ele em minhas mãos depois que peguei com os olhos vermelhos e cansados de tanto sentir que eu poderia chorar, era a raiva dentro de mim era aqueles pesadelos em minha mente.

Me levanto e decido respirar fundo, não quero que ninguém entre aqui e fale comigo, não quero ver niguem aqui dentro do meu quarto dizendo se eu errei em alguma coisa naquela noite, eu queria esquecer aquela noite passada, eu queria esquecer Rhysand.

Mais uma vez a pessoa bate na porta, não deve ser Tamlin, ele já teria entrado e se eu estivesse dormindo, ele já teria me acordado, é Lucien.

— Feyre. — Ele diz com a voz calma. — Feyre, fale comigo por favor.

Abro a porta e saio de perto sentando-me na cama.

— O que foi, Lucien, o que você quer?

Ele se senta em um banco perto de uma planta artificial dentro do meu quarto, ele esta com a cabeça baixa, sei que ele esta com medo de eu dizer alguma coisa, esta com medo do que eu posso falar para as pessoas o que eu vi na noite passada.

— Olha... eu, eu não sei o que você viu, mas eu queria dizer que nós dois estávamos bêbados, o calor subiu e eu queria, bem... eu não se eu queria, mas foi de repente é que...

Eu reviro os olhos.

— Não precisa me dar explicações, Lucien, eu não tenho nada a ver com aquilo que você e Azriel fizeram no meio do corredor aonde varias pessoas podem passar.

Lucien sorri para mim e fala com sinceridade.

— É que...

— Chega, Lucien, eu já disse que eu não me importo com quem você passa a noite, ou deixa de passar, isso é uma coisa sua, eu não vou falar para Tamlin sobre você, e se ele descobrisse ele não ia ligar, é a sua vida não a dele.

Lucien da uma gargalhada, eu sei o que ele vai dizer.

— A minha vida é do Tamlin, todos aqui são dele e morreremos assim, essa é a brincadeira aqui no jardim Feyre, nós somos as rosas e ele é o cuidador, ele escolhe quando nos rega e quando nos retira. Se ele descobrir ele vai me retirar, para sempre.

Saimos do quarto, sei para aonde vou, para o jardim, Tamlin raramente vai para la quando eu estou olhando as rosas, ele diz que quando estou la é meu momento particular, meu momento de paz, mal sabe ele que toda a vez que eu vou la, é para pensar em como vou mata-lo quando tiver chance.

Deixo Lucien la com as meninas na sala aonde todas estão comendo, pego apenas um pao e caminho para a estufa.

Esta frio la dentro, o que raramente eu achava que não acontecia, me cubro com uma manta e olho para aquela rosas, tão bonitas, tão artificiais, era como aquele local se formava, de cosas artificiais, de pessoas e de situações provavelmente de mentira.

Tamlin fazia isso, era como se ele fosse a nossa propia mentira, como se ele fosse quem fizesse a gente ser assim, porque na verdade, quando se vive muito tempo na mentira, como é que a pessoa vai conseguir falar a verdade?

Fecho os meus olhos e respiro fundo, sera que meu pai esta bem? Nestha continua daquele jeito de sempre, sendo tão fria e injusta varias vezes, e Elain que esta com aquela doença? Era por eles que eu estava aqui, era pela merda que meu pai havia feito, era pelas minhas irmãs que eu continuava viva.

Mas Tamlin não estava nem ai, ele apenas gostava de ver o caos, me ver indefesa para que ele pudesse cuidar, me lembro exatamente do que ele disse assim que cheguei:

— Você é a rosa mais preciosa do meu jardim, niguem se compara a você, minha doce Feyre, você sera sempre minha, e eu sempre serei seu até que a morte nos separe.

Mas a gente não havia casado, ele nunca faria isso, jamais em toda a vida dele era faria tamanha loucura, ele gostava de me ver livre, sem ter um anel no meu dedo, era melhor ver eeu sendo livre, mas pertencendo a ele do que ser a mulher dele.

Isso seria demais para um homem fraco como aquele ser que eu tinha que chamar de meu amor.

Comeco então andar por entre as fileiras de flores, aquele perfume exalando em meu nariz.

Então me lembro da carta que coloquei entre meus seios antes de sair do quarto, a carta que Rhysand me deixou, provavelmente foi quando Azriel sumiu, mas acho que ele estava ocupado demais pegando o Lucien de jeito.

Pego o papel em minha mão, na frente da carta esta escrito o seu nome e três estrelas estampado em formato de triangulo.

Então eu li o que estava escrito:

"Querida Feyre;

Espero que goste de estrelas, acho que elas são as minhas coisas favoritas de todo o mundo, enfim, espero conseguir te ver de novo sem que seja com os olhares de seu senhor em você como um lobo a te cercar.

Mas saiba, existe amores venenosos minha querida, saiba identifica-los.

Com carinho

Rhysand."

Respiro fundo e olho para as rosas, sei o que fazer, sei com quem falar, Lucien, ele sabe o que fazer.



OIIII

Hoje temos mais um capitulo, agora a historia vai começar a andar, espero que vocês estejam gostando de como a historia ta se seguindo.

Não se esqueça de curtir e comentar, um abraço.

Kaique Araujo.

betrayal - degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora