Capítulo 7

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CATARINA

Abro os olhos, mas os fecho rapidamente, devido a claridade. Decido tentar novamente, só que dessa vez, com mais calma.

Pisco algumas vezes assim que os abro, e franzo a testa ao notar que estou em uma sala toda branca.

Será que o Sr. Mandão finalmente conseguiu me enlouquecer, e me internaram no manicômio?

Sou tirada dos meus devaneios assim que ouço o barulho da porta sendo aberta.

Logo Carol entra e sorri ao olhar em minha direção.

— Como se sente, querida? —olhou preocupada para mim e sentou-se na beirada da cama. — Você nos deu um susto e tanto.

Logo as imagens do que aconteceu surgem em minha mente, e sinto uma enorme vontade de me estapear.

Aonde eu estava com a cabeça em tentar dirigir sem saber?

— Desculpe. —pedi abaixando a cabeça. — É que eu estava irritada demais com o seu filho.

Ela sorriu compreensiva para mim.

— Sentir ciúmes é normal. —fiz uma careta.

Eu não estava com ciúmes do Sr. Mandão, apenas fiquei irritada por ele não honrar nosso falso noivado.

Ela meneou a cabeça e soltou uma pequena risada.

— A propósito quem era aquela garota?

— Era a Amanda, minha sobrinha. Ela está passando um tempo lá em casa. —explicou. — A propósito ela está aqui para te pedir desculpas, ela não fez aquilo por mal.

Ela mal terminou de falar, quando Raul e a tal Amanda adentrou o quarto. Virei a cara para o outro lado totalmente emburrada.

— Bianca, eu sinto muito. —ela disse se aproximando da minha cama, virei o rosto para olhá-la.

— É Catarina. —à corrijo.

— Oh, desculpe. É que lembro do Raul ter dito Bianca.

Fuzilei Raul com o olhar, não acredito que ele errou meu nome logo para essa garota.

— Quero me desculpar por ter te irritada, juro que não fiz por mal. É que eu e Raul sempre fomos grandes amigos e eu estava com saudade dele. —explicou-se.

Todos me olhavam à espera de uma resposta, meu sexto sentido me dizia que ela não estava sendo sincera, mas eu não queria parecer uma maluca mal humorada.

Suspirei pesadamente e dei o sorriso mais falso do mundo para ela.

— Está bem.

Um tempo depois o médico veio até o quarto para me dar alta, ele disse que meu acidente não foi grave, e me receitou alguns analgésicos.

Assim que entramos na casa dos meus sogros de mentira, tudo estava devidamente arrumado, as pessoas de hoje mais cedo já não estavam mais aqui.

Só então me dou conta de que estraguei a festa.

— Eu estraguei tudo não foi, Carol? —olhei envergonhada para ela.

— Ah, não se preocupe com isso, menina. O que importa é que você está bem.

Sorri para ela, Carol era uma boa pessoa, não merecia ser enganada desse modo.

Olhei para o lado e Raul estava de braços cruzados, totalmente sério.

Ele estava estranho, desde que saímos do hospital ele não deu nenhuma palavra.

Me aproximei dele enquanto Carol estava conversando com o que suponho ser a empregada.

— Raul? —ele levantou a cabeça e me olhou meio perdido.

— Hum?

— Você está bem?

— Sim. —assentiu e sem que eu esperasse estendeu a mão para mim. — Vamos, você deve estar cansada.

Olhei assustada para ele, eu nunca o tinha vista assim antes.

Ele estava preocupado comigo?

Isso se tornava um pouco preocupante, totalmente receosa segurei na sua mão, e me despedi rapidamente da Carol.

Quando chegamos no quarto, ele permaneceu calado e pegou um travesseiro e um lençol e arrumou no chão.

— Você realmente está bem? —questionei novamente, ele parou o que estava fazendo e me olhou.

Suspirando fundo ele negou com a cabeça.

— Poderia ter acontecido algo pior com você, e seria minha culpa.

Ele falou tais palavras com pesar, como se realmente estivesse se sentindo culpado.

— Mas não aconteceu. —sorri para ele. — E a culpa foi minha, que idiota dirige sem saber dirigir?

— Quer saber você tem razão, Laís. —deitou-se na "cama" Que fez no chão ficando de costas para mim. — A culpa foi toda sua.

Revirei os olhos e bufei, pelo visto velhas manias nunca mudam.

Me deitei na cama, e por um momento me senti culpada por o Raul ter que dormir no chão, mas não tive muito tempo para pensar em tal coisa, porque logo fui vencida pelo sono.

Algo me diz que amanhã será um longo dia.

Acordo com alguém batendo na porta, me remexo na cama e abro os olhos aos poucos.

— Filho eu posso entrar?!

Sentei rapidamente na cama com os olhos arregalados, à essa altura Raul estava acordado sentado na cama.

— E agora? —perguntei em um sussurro. — Ela vai descobrir que não dormimos juntos!

— Eu vou entrar!

— NÃO! —gritamos em uníssono.

— Por quê?

— A Júlia está pelada! —Raul falou rapidamente me fazendo arregalar os olhos.

— Júlia? —Carol questionou.

— Já estou indo. —ele tirou rapidamente a camisa e jogou os lençóis em cima da cama e foi até a porta e saiu para fora.

Meu rosto estava vermelho de vergonha, ele tinha mesmo que falar aquilo.

— Sabe como é, né mãe, noivos tem a vida sexual bastante ativa. —ouvi ele dizer antes de entrar no quarto.

Cobri meu rosto com a minha mão, dizer que eu estava com vergonha seria eufemismo.

— Por que disse isso?! —esbravejei irritada com ele. — O que sua mãe irá pensar de nós?!

Ele deu de ombros.

— Que temos uma ótima vida amorosa?

Revirei os olhos e suspirei profundamente, discutir com o Sr. Mandão é um caminho sem volta.

— O que sua mãe queria?

— Nós convidar para um passeio no zoológico na cidade. —avisou e foi em direção ao banheiro com a toalha.

E lá vou eu novamente, para o meu segundo dia, do meu falso noivado. Fazia tão pouco tempo que eu estava aqui, mas eu já tinha me metido em muita confusão.

Calma, Catarina só falta agora 13 dias, para o fim do meu tormento.

Então quando tudo isso acabar, eu vou seguir minha vida normalmente, longe do Sr. Mandão.

E eu vou ser muito feliz, tenho certeza disso.

Sr. Mandão [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora