Capítulo 55 - Batimentos pulsando em meus ouvidos

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Namjoon ajeitou o lenço no pescoço e encarou demoradamente a fachada do palácio.

Estava nervoso. Muito nervoso.

Marcara uma reunião com o duque para, enfim, expressar suas reais intenções com Adelyn e pedir a permissão para cortejá-la apropriadamente. Só que imaginava ficar naquele estado de nervos somente em pensar no que aconteceria ao estar frente a frente com o futuro sogro.

Suas mãos transpiravam, sua respiração estava agitada.

Conseguia lidar com enfermidades e ferimentos que a maioria sequer cogitaria em lidar, sem ficar abalado ou tenso, e acreditou que conseguiria fazer o mesmo naquela ocasião. Em suas divagações solitárias pareceu tão simples. Precisava apenas falar. Evidenciar seu interesse.

Contudo, embora estivesse acostumado com as visitas na casa dos Bamborough desde a adolescência, àquela em questão lhe trazia certa insegurança. Afinal, não estava ali para mais uma consulta ou como a figura de um médico, estava ali como um homem. Disposto a demonstrar seus verdadeiros sentimentos para convencer o duque de aceitar o noivado.

Escrevera para Adelyn alguns dias antes, em um dos tantos bilhetes que trocavam às escondidas, declarando que conversaria com Hugh e proporia o casório. Não podia e nem queria mais esperar. A necessidade de tomá-la como esposa crescia desenfreada dentro de seu coração, consumia dia após dia sua alma. Ela retribuía intensamente seus sentimentos.

Se amavam.

Logo, não haviam razões que pudessem ser contrárias ao pedido, e decidiu agir.

Ao contrário de Jung Hoseok, felizmente, ele tinha essa opção.

Respirando profundamente, Namjoon puxou as bordas da casaca para num impulso de determinação, e subiu os poucos degraus até a entrada. Uma criada lhe recepcionou e tratou de avisar ao duque de sua chegada. O nervosismo apertou novamente seu estômago, porém, ignorou e seguiu em direção ao escritório quando foi informado de que Hugh aguardava.

Deu dois toques firmes na porta e moveu a maçaneta assim que ouviu "entre".

— Namjoon, meu rapaz, venha sentar. — dissera Hugh, como sempre cordial, mas o jovem médico notou que ele estava com uma expressão cansada — Gostaria de beber alguma coisa?

— Oh, não. Obrigado senhor.

Acomodou-se na poltrona que fora indicada e colocou a cartola de lado. Em geral, costumava ser bastante direto, algo inerente de sua personalidade e que se fortaleceu graças à profissão, mas, fosse pela ansiedade do momento ou respeito, preferiu que o outro tomasse a dianteira.

— A que devo sua visita? — indagou o duque, recostando-se — É sobre os gêmeos?

— Bem, senhor... Na verdade, eu não vim como médico hoje, e sim como homem.

Hugh franziu o cenho, intrigado, e fez um gesto para que continuasse:

— Sei que disse muitas vezes ao senhor que não pensava em casamento, que não seria capaz de dar atenção a uma esposa, sendo que preciso estudar e cuidar de diversos pacientes. Mas... — raspou de leve as unhas no estofado da poltrona — Eu vim falar exatamente sobre isso.

— Essa é uma notícia bastante agradável. — apesar da aparência exaurida, um pequeno sorriso repuxou os lábios levemente enrugados — Quer dizer que você aceitará aquela proposta?

— Na realidade, sim e não, senhor.

— Pois bem. Explique, por favor.

— Aceitarei a proposta de casar com sua filha. Mas não com lady Queeny.

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