Alucinações parte 2 - Sufoco.

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— Eu sei que não está mentindo Lucius, eu tive a impressão de ouvir alguém me chamar também, mas achei que tivesse entendido errado.

— Acha que estamos ficando loucos?

•• Olhei para o espelho, respirando fundo.

— Eu acharia se fossemos humanos, mas Lucius, bruxas existem, vampiros e lobisomens, então, não estamos ficando loucos.

•• Disse ele rindo.

Apenas balancei a cabeça positivamente e caminhei para fora do quarto com os cadernos, fomos até a respectiva sala e adentramos. Não consegui prestar atenção em absolutamente nada, sequer lembrava o nome da aula, e quando o sino tocou, eu saí lentamente.

Caminhei até a porta da sala quando vi Selene me esperando, a encarei e soltei uma risada.

— Oi, o que está fazendo aqui?

•• A encarei

— Te esperando. Vou te levar para conhecer o restante do Instituto, você pode ir se quiser Antony.

Disse ela, sorridente.

— Ah, parece ser mesmo magnífico, mas deixo para a próxima. Eu não fazia nada desde o começo do ano, e já estou exausto, vou para o meu quarto dormir.

Disse ele seguindo seu rumo.

Caminhei até o meu armário, guardei meus livros e começamos a caminhar, primeiro ela me levou até a biblioteca, no qual, prevejo que ficarei várias noites acordado. Fomos andando, ela explicando os lugares até que me questionou.

— Você tá ouvindo alguma coisa do que eu estou dizendo?

Disse ela, brava.

— Ouvindo sim, mas não prestando atenção. Eu to pilhado com um negócio e não estou conseguindo me concentrar.

Respirei fundo.

— Quer me falar?

Disse ela.

— Você acha possível, pessoas mortas aparecerem pra te assombrar?

Disse baixinho, a olhando nos olhos.

— Você é um bruxo Lucius, é óbvio que é possível. Bruxos são parte médiuns, tem conexão com os espíritos e os mundos paralelos.

Disse ela, arrumando o cabelo.

— Mais cedo ouvi alguém dizer, alguma coisa como "ele não quer me soltar, me ajude" e logo vi um bilhete escrito de batom no espelho, eu passei o dedo para me certificar que era real e chamei o Antony, quando ele apareceu, havia sumido, mas a mancha de batom do meu dedo ainda existia.

Respirei fundo, um pouco assustado.

— Eu não sei o que pode ser mas... Você afundou uma cidade que estava prestes a se transformar no inferno da Terra, então, talvez tenha algo haver com isso, não?

Disse ela, com um semblante sério.

— Exatamente! Talvez seja apenas uma peça da minha cabeça ou realmente são pessoas de Lovina. Mas, elas não eram ruins, pelo menos não todas.

Fiquei curioso.

— Lucius, no mundo sobrenatural, não existe "o julgamento final". Quando um sobrenatural morre, ele tem que ser consagrado, e logo, encaminhado. Se a pessoa morreu e não foi consagrada, ela fica vagando pelo mundo intermediário.

Disse ela, assustada.

— O que você acha que eu devo fazer?

A encarei

— Acho que nada, espera pra ver. Se isso persistir, nós vamos até o Clifford.

Disse ela, segurando na minha mão.

A abracei forte, balancei a cabeça positivamente e retornei para o meu quarto. Minha visão estava turva, minha cabeça pesada e meu corpo mole. Nem liguei aos fatos, achei que fosse simplesmente a minha falta de rotina.

Assim que cheguei no mesmo, fechei a porta e me deitei. Me cobri e logo, adormeci.

Tive um sonho sinistro, onde eu estava amarrado com cintos de couro, numa maca. Olhei ao meu redor e pude ver várias pessoas de pé, próximas a mim com os olhos arregalados.

Tentei me soltar, não consegui e logo meu coração disparou. Respirei fundo e soltei um grito.

— O que querem comigo?

Ouvi risadas por todo o quarto, até que uma daquelas pessoas respondeu.

— Nós queremos você Lucius. Queremos que você transforme Lovina Midnight de volta ao que era, caso contrário, nós entraremos na sua mente até você enlouquecer.

A pessoa soltou um riso.

— Eu não vou compactuar com isso, trazer o inferno para a terra! Vocês sabem o que pode acontecer? O inferno tem que ficar onde está!

Disse alto.

— Tic tac, o tempo está passando querido.

Disse Alastor, passando uma de suas facas em meu rosto, deixando um machucado.

Acordei assustado, olhei ao meu redor e não vi nada, mas ao olhar no espelho, vi a marca da faca em meu rosto.

Me levantei, peguei minha toalha e balancei a cabeça.

— Se eu tentar esquecer, talvez seja melhor.

Sai do meu quarto, caminhei até a sauna que havia no subterrâneo, não havia ninguém, então decidi aproveitar.

Adentrei a mesma, me sentei e fechei os olhos, tentando achar uma solução para esse problema. Senti meu corpo queimar devido o calor intenso, passei a mão em meus cabelos que desta vez, estavam ensopados.

Encostei na parede que havia atrás de mim e ouvi alguém chamar meu nome, pensei ser mais uma das alucinações então apenas ignorei.

— Lucius, yuhuuu!

Ouvi alto, desta vez.

Abri meus olhos e pude ver Alastor parado na porta da sauna, o encarei sério, chacoalhei a cabeça várias vezes mas ele realmente estava ali.

— Tic tac.

Disse ele rindo, colocou uma barra de aço nos puxadores da porta, impedindo que eu saísse.

— Você impediu que o inferno viesse a terra, então, vou trazer a o inferno até você.

Ele começou a aumentar a temperatura, avancei contra a porta com força e logo, ele deu um murro no controle da sauna, que ficava na parede, do lado de fora.

Senti meu corpo desidratar, o encarei sério e fiz um movimento com as mãos, tentando explodir as portas.

— Ah é, seus poderes estão neutralizados. Eu te disse pra não mexer comigo. Te vejo no inferno amiguinho!

Disse ele rindo, e logo, sumindo.

Olhei ao redor, comecei a gritar enquanto me escorava na porta, sem muita reação. Estava literalmente um calor do inferno, eu não conseguia respirar direito e meu corpo estava pegando fogo.

Tentei explodir a parede, ou até mesmo explodir os controles mas nada aconteceu.

— SOCORRO! POR FAVOR ALGUÉM ME AJUDA! SOCORRO! ESTOU PRESO NA SAUNA! ALGUÉM TA ME OUVINDO?

Gritei inúmeras vezes mas ninguém me respondeu, respirei fundo sentindo meus olhos se fecharem vagarosamente então me deitei no chão.

— Socorro...

Sussurrei.

Pude ver alguém adentrar a sauna correndo, ele rapidamente foi até os controles mas viu que os mesmos estavam quebrados.

Caminhou até a porta, tirou a barra de ferro e correu até mim, me puxando pra fora da mesma.

Comecei a tossir muito, meus olhos ainda estavam embaçados e logo, desmaiei.

⚜ 𝙰𝚕𝚎𝚖 𝚍𝚊𝚜 𝚖𝚘𝚗𝚝𝚊𝚗𝚑𝚊𝚜 ⚜Onde histórias criam vida. Descubra agora