Uma simples babá

Capítulo 6

Henry Balmontt

Porque eu fiz aquilo? Dava pra ver o quanto elas estava assustada com o meu contato e os meus gritos. Eu nunca fui de bater em mulher, sinceramente quem bate não é nem homem de verdade.

Eu fiz aquilo por impulso e eu juro pra mim mesmo nunca mais encostar em Clara daquele jeito. Mas o jeito que ela falou que eu sou um mau pai me machucou muito, pois era o mesmo jeito em que Kiara falava, e quando eu falo o mesmo jeito era exatamente isso, até a voz delas são parecidas.

Depois daquilo eu fui pro meu quarto e tomei um banho, coloquei apenas uma calça e fiquei sem camisa. Já se passava das duas da manhã e eu não consegui pregar o olho, fiquei o tempo todo pensando em como Clara está. Decidi ir na cozinha Pegar um copo d'água, e na hora que estava voltando  para o meu quarto, escutei gritos e alguém pedindo socorro. Saí correndo e percebi que os gritos estavam vindo do quarto da babá

Entrei no mesmo é ela estava se debatendo e gritando

- PARA POR FAVOR PARA- ela chorava e se debatia mais ainda

- Clara, Clara por favor acorda- sentei na sua cama e tentei toca-la

- NÃO FAZ ISSO, EU NÃO QUERO- eu já estou ficando com medo do jeito que ela está- ME SOLTA, POR FAVOR

- CLARAAA- não queria ter gritado com ela, mas foi só assim que ela acordou

Ela começou a passar a mão no rosto e quando me viu no quarto me olhou assustada.

- O que faz aqui?- me perguntou com a voz muito baixa

- Eu escutei você gritar e vim ver o que estava acontecendo- passei a mão sobre a sua cabeça

- Pensei que ele tinha voltado- falou mais parece que se arrependeu logo em seguida- desculpa tinha quase um ano que eu estava sem ter esses pesadelos.- falou me olhando

- Ele quem?- ela abaixou a cabeça, ali eu percebi que ela não queria falar sobre isso- Ta bom, não precisa falar agora. Isso foi por conta do que aconteceu ontem? Digo, os pesadelos?

- Eu não sei, mas acho que sim. Você gritou comigo do jeito que alguém do meu passado gritava e isso me fez lembrar de muita coisa, que se um dia eu confiar em você irei te contar, porém no momento não dá

- Eu te entendo, eu só queria te pedir desculpas pelo que eu fiz, nunca tinha feito aquilo com ninguém é que você bateu no meu ponto fraco, odeio que falem que eu sou um mau pai, eu lutei muito pela minha filha e fiz muita coisa por ela e escutar alguém dizer que eu não sou o suficiente sendo pai me machuca muito. Mas nada justifica o que eu fiz, me desculpa mesmo de coração, nunca mais te tratarei assim.

Ela ainda estava chorando

- Eu te deculpo Senhor Balmontt, mas por favor não faça mais isso- disse com a voz calma e me olhou com aqueles olhos azuis, eu ainda não tinha reparado o quanto ela é linda, uma morena maravilhosa eu diria

- Me chame apenas de Henry, por favor. Nunca mais faço isso- disse a abrançando, não sei o por que fiz isso porém eu queria que ela se senti-se segura nos meus braços

- Obrigada Henry- deu um sorriso que eu queria pegar pra mim, pera aí o que eu estou falando? Eu não estou bem hoje, estou falando muita merda

- Eu já vou indo dormir por que tenho que acordar daqui a 4 horas, boa noite Clara- disse me levantando e indo em direção a porta do quarto

- Boa noite Henry, obrigada!

Fui pro meu quarto deitei e dormi logo em seguida, sem um peso nas minhas costas foi mais fácil pro sono vir.

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Claro Johnson

Depois que Henry saiu do quarto, é meio estranho porém eu posso dizer que me senti segura com a sua presença.

6:30 da manhã

Acordei e fui direto para o banheiro, me olhei no espelho e quase caí pra trás, eu estou horrível cheia de olheiras. Meu Deus o Henry me viu assim?

Ontem eu percebi que não adiantou nada anos e mais anos de terapia, por conta de um aperto no braço e um grito, voltou tudo novamente. Já tinha quase um ano que eu não tinha esses pesadelos com o meu passado e são sempre os mesmos, Annie sempre falou que eu ficava gritando e chorando quando tinha esses negócios.

Acabei de me arrumar, coloquei uma roupa fresquinha já que o tempo amanheceu com um sol lindo.

Saí do quarto e fui para o de Aurora, ela estava tão fofa dormindo que eu fiquei com pena de acorda-lá agora. Depois eu me entendo com Henry, desci pois lembrei que talvez ele ainda não tenha saído para trabalhar.

Ele estava sentado a mesa, tomando café e com o habitual terno preto. O homem lindo, cacete.

- Bom dia senhor Balmontt- disse entrando na sala de jantar e ficando ao seu lado

- Bom dia Clara, ja te falei que pode me chamar apenas de Henry- falou me lançando um sorriso, e que sorriso- sente-se e tome café comigo

- Eu sou apenas uma empregada Henry, não devo me sentar na mesa com os meus patrões, certo?- o olhei e dei uma risadinha

- É sério Clara? É apenas um pedido de desculpas pelo que aconteceu ontem, por favor- me olhou com uma cara de cachorro que caiu da mudança- sente-se é apenas um café

- Ta bom Henry, apenas essa vez em- lhe lançei um sorriso e me sentei do lado direito da mesa, e ele estava na ponta da mesa, é claro.

Estava terminando de tomar café e engatada em uma conversa sobre coisas da empresa com Henry, quando do nada Maria aparece branca do nosso lado

- Senhor Balmontt?

- Sim Maria, o que aconteceu?

- Mirela está lá no portão fazendo um barraco querendo falar com o senhor

- Mirela é a ex babá de Aurora? A que bateu nela?- perguntei com uma raiva já me subindo, como esaa mulher tem coragem?

- Mande ela entrar Maria, vou falar com ela na sala. Vamos ver o que ela quer

- Ta bom menino- falou e saiu da sala de jantar

- Eu vou subir e acordar Aurora, com licença senh... Henry- troquei a palavra assim que ele me olhou com uma cara nada boa

Subi e fui direto para o quarto da minha princesa. Sim, minha princesa estou aqui a 1 dia e meio, mas já me apeguei no jeitinho de Aurora