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Alô, alô, tem alguém aqui? Desculpem a demora, mas hoje entreguei o ultimo trabalho e estouuuu de feríassss (da faculdade). Então vou tentar postar com mais frequência, tá? Beijos, não desistam de mim e espero que goste <3



Duas mortes. A marca negra no céu. Um visitante e uma estudante foram assassinados a sangue frio na visita a Hogsmade. Ambos nascidos trouxas. Foi um jantar mórbido. Sem conversas animadas dos alunos. Sem sorrisos. Com pavor nos olhos de todos. Embora as vestes houvessem sido trocadas, a poeira e o cheiro de sangue pareciam estar impregnados na pele daqueles que presenciaram tal barbárie. 

Todos estavam preocupados. Todos temiam o que poderia acontecer, temiam por suas vidas, pela vida de seus amigos e familiares.

- Alunos e alunas. São tempos sombrios. Mas nós conseguiremos encontrar a luz até mesmo nas mais sombrias noites. Não percamos a esperança de dias melhores. Durmam tranquilos, não existe lugar mais seguro que Hogwarts. – Dumbledore tentou confortar os alunos após a homenagem que prestaram para a aluna assassinada. De imediato, sete alunos foram buscados por seus pais para a segurança de seus lares. Mas as notícias se espalhavam rápido, logo haveriam menos alunos e mais medo. 

Todos caminharam em passos lentos até seus dormitórios. Antes de saírem do salão, Luna apertou o passo para alcançar a amiga ruiva e deu um abraço caloroso em Lilian. Lily conhecia a estudante que fora assassinada. Era dois anos mais nova que ela, mas ela a auxiliou algumas vezes,  a considerava uma amiga.

- Se quiser, temos um espacinho sobrando no nosso quarto. - Luna disse apertando o ombro da ruiva.

O rosto tristonho de Lily pareceu se iluminar. Ela nunca fizera amizade com as colegas de quarto. Talvez hoje seria uma boa noite para infringir leis.

Quando chegaram na aldrava, antes de responderem a charada, Luna sentiu alguém a puxando pelo braço. Ela quase gritou, se não tivesse reconhecido o toque gentil e o tão amado cheiro de carvalho.

- Te esperamos lá dentro. – Romina sorriu fraco, coisa que Luna quase nunca vira acontecer,  e seguiu guiando Lilian para dentro da comunal.

Remus a guiou para um canto afastado da movimentação dos alunos.

- Como você está? – Remus tinha as duas mãos no rosto de Luna, como se observasse cada centímetro do rosto da menina para conferir se não havia mais nenhum hematoma. – Sua perna, o curativo funcionou? Tomou a poção que a Madame Pomfrey te receitou? Eu tenho algumas doses comigo no meu quarto, se precisar eu poss...

Luna puxou o rosto do menino para perto do seu e o beijou. Estava estressada. Nervosa. Apreensiva. Apavorada. Tudo que ela queria era o cafuné de seu tio. Ou ouvir a canção de ninar que a mãe sempre cantava enquanto a embalava... Mas Remus servia. Ele sempre serviria.

- Agora eu estou bem melhor. – ela disse com a testa colada na dele, ficando na ponta dos pés. Ele sorriu e fez um carinho nos cabelos da morena, deixando um beijo demorado em sua testa logo depois. – Seu braço?

- Está bem. Estou acostumado. Foi um feitiço diferente. Nunca tinha visto algo que cortasse como faca antes.

- Acho que me machuquei quando debrucei no chão. Devo ter pressionado minha perna em algum caco de vidro. – ela riu fraco.

Ele a puxou para um abraço aconchegante e firme. Ficaram ali por alguns minutos em um silêncio quase confortável.

- Obrigado por convidarem a Lily. Ela vai ficar mais feliz com vocês. – ele sorriu fraco enquanto fazia carinho nas costas da espanhola. – E... pelo curativo que você fez mais cedo. Você é minha heroína, sabia?! E... diga a Rommy que não estou chateado que ela tenha contado para Lily sobre... Ela merecia saber.

- Lily é uma das melhores pessoas que conheço, Remmy. Ela não vai se afastar de você por isso.

- Isso é decisão dela. – ele deu de ombros e olhou pela janela. Seus olhos brilharam tanto que Luna pensou que ele estava prestes a chorar. - Mas... de qualquer forma, está tudo bem. Tenho que ir para o dormitório. Fiquem bem, ok?!

- Vocês também.

Eles se deram um beijinho casto e começaram a se soltar. Assim que suas mãos deixaram o toque um do outro, Remus começou:

- Eu... – Luna se virou para olhá-lo – Sinto muito não ter sido útil hoje.

- Hein?! – Luna quis rir, mas ele deu de ombros.

- Até amanhã, Lu.

- Até amanhã, Remmy.

Com um sorriso eles se despediram.

***

- Eu não acreditei quando ele disse aquilo. Como acreditaria que ELE não teria envolvimento? – Ava estava com uma caixa de lenços na sua frente. As três corvinas e a grifinória estavam sentadas nos colchões jogados no chão.

- Quem tem envolvimento? – Luna chegou e se sentou ao lado de Lily e Ava.

- Meu irmão, Lu. Estamos comentando sobre... hoje. Ele disse que não sabia de nada, mas eu tenho certeza que os sonserinos sabiam, Lu! Muitos deles não foram a visita hoje com desculpas esfarrapadas.

- Você acha que seu irmão...

- Eu tenho certeza que ele é um projetinho de comensal. – Ava respondeu a Luna com asco.

Todas ficaram em silêncio. Lily fungou.

- Eu também sou nascida trouxa, será que eles...

- Não! Não vão não! – Ava respondeu. – Vão ter que nos matar todos primeiro, Lily. Ninguém vai chegar perto da nossa ruiva bastarda de outra casa.

Ava era bastante protetora com os amigos. Por vezes lembrava muito James. Ambos eram prepotentes, arrogantes, inteligentes e colocavam os amigos a frente de tudo e, coincidentemente, estavam irreversivelmente apaixonados por pessoas que, por hora, não podiam ter.

- É! A gente se saiu bem hoje. – Romina sorriu. – Você tinha que ter visto, Ava! Luna lançou aquele feitiço que aprendemos na penúltima aula de feitiços e Lilian complementou ele. Foi maravilhoso! Vocês foram incríveis!

- Só conseguimos lançar o feitiço porque você nos deu cobertura com aquele feitiço protetor. – Luna cutucou a amiga que deu um risinho envergonhado.

- Vocês todas foram incríveis. – Ava sorriu. – Mas não abaixem a guarda tá?! Mestiços não estão seguros também.

- Tá bom, gente. Eu vou dormir. Minha cabeça ainda tá explodindo e foram muitas notícias ruins por um só dia. – Cris engatinhou até o colchão da ponta e deitou de costas para as amigas. Logo as amigas ouviram um fungar, provavelmente Cris dormira chorando.

Lilian fez uma cara de dúvida, mas as três corvinas só fizeram dar de ombros. Era o jeito que Cristal tinha para lidar com situações estressantes: dormir.



Beijos e até o próximo capítulo que vai ser fofíssimo 🥰

Ran Before The Storm - Remus LupinOnde histórias criam vida. Descubra agora