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Na arte da capa temos a divina Ava 💛 espero que gostem!

Ava MacMillan estava alguns quilos mais magra. Não era difícil de notar que algo estava acontecendo. Ela sempre fugia das perguntas das amigas, mas naquele dia em especial, ela não conseguiu, estava cansada de fugir e omitir as coisas das amigas.

- Não aguento mais! – Ela entrou no quarto vendo as amigas lendo em suas camas. Tinha seus grandes olhos amendoados lacrimejando, acabara de passar por mais uma sessão de humilhações vindas de seu irmão - Eu realmente preciso conversar com vocês.

- Oh, finalmente! – Luna puxou a amiga pelos pulsos até se sentarem na cama de Romina, o ponto oficial de encontro das quatro.

Era o início do segundo mês de aulas. Era a quarta vez que Ava voltava para o quarto com o rosto inchado.

- Meus pais estão falidos. – Ava disse sem cerimônia. Sustentou seu olhar para os pés e respirou fundo. – No primeiro ano eles já começaram a... prever que isso aconteceria. Mas minha mãe não queria cortar os luxos. Meu pai tentou manter tudo em ordem, mas... não adiantou. Estamos falidos. E... mamãe teme que isso sujará nosso nome. – Ava fungou – Eu tenho andado tão estressada... mamãe me culpa por isso. Ela diz que... Ela diz....

Manter o padrão da família era algo que os MacMillan prezavam. Ava era acostumada com o luxo e as facilidades de sua vida. Ela prendeu o choro mais uma vez.

- Nada tira da cabeça de minha mãe que meu envolvimento com... pessoas que não têm o sangue puro esteja piorando as coisas e ajudando a afundar o nome da família. Eu sei que isso é ridículo... mas... Por favor! Me desculpem! Eu não queria me afastar de nenhuma de vocês... – Ela soluçou – Eu não queria que ela fizesse algo de ruim contra vocês. Ela... ela não é uma pessoa muito... equilibrada. Por isso eu comecei a andar com os sonserinos puros-sangues.... eu... eu sinto muitíssimo mesmo.

- Ei, Ava! Não tem o que se preocupar! É sério! – Cristal iniciou um carinho no dorso da mão da amiga.

- É! A gente super entende... quer dizer, a gente entende você. Não sua mãe. – Romina apertou o ombro de Ava como consolo.

- E... além do mais, você sempre terá a gente... Nós vamos te ajudar. Você vai ver! – Luna sorriu docemente para amiga que tentou retribuir o sorriso.

- Essa... não é a pior parte. Eu... eu estou apaixonada. De verdade.

- O QUE?! – Romina abriu a boca. – Isso não é bom?!

- Por favor... por favor, é que... – Ava respirou fundo. – O nome dela é Amanda. E... a gente prometeu guardar segredo, mas...

- Ela? – Cristal ergueu as sobrancelhas. – Então você...?

- Oh! Isso é belíssimo! Eu li um romance entre duas mulheres uma vez. Era tão apaixonante e elas eram de famílias rivais, elas tiveram que...  – Luna recebeu um olhar repreensivo de Cristal e parou.
– Oh, me desculpe... por favor, continue, Ava!

- Bem... eu a conheci antes de vir para cá, no primeiro ano... nós, trocávamos cartas as vezes, mas... não havia nada, sabem? No ano passado, começamos a perceber que era algo além de amizade e resolvemos nos encontrar. Juramos manter tudo em segredo, por isso nunca contei nada a ninguém. Nessas férias nós nos encontramos e... eu me senti tão... sabem? – Seu semblante já estava mais suave, seus olhos tinham um brilho além das lágrimas.

Era engraçado ver Ava daquela forma.
Romina sempre a vira como alguém inabalável. Ela sempre dava foras em todos os garotos que se aproximavam e não eram se deu interesse, e nunca lhe faltou coragem para chamar aqueles que ela queria para sair. A ver daquela forma tão... enrolada com as palavras e sentimentos a fez sorrir. Achava o amor a coisa mais linda do mundo e torcia para encontrar logo sua alma gêmea para poderem ser felizes por muitos e muitos anos.

- Almas gêmeas! – Luna tinha as duas mãos embaixo do queixo. – Oh, isso é tão lindo, Ava! Quando vamos conhecê-la?

- Bem... essa é a parte ruim... Ela é trouxa. Sequer sabe que sou uma bruxa. Acredita que minha coruja foi domesticada para trazer e levar as cartas – ela riu fraco – mas nessas férias, minha mãe... ela leu uma das cartas que ela me mandou.

- Oh... – Cristal já podia imaginar o que estava por vir. Ela nunca havia conhecido pessoas... assim. Que gostavam de outras iguais. Seus pais sempre a explicaram que tudo deve seguir a ordem natural das coisas e, embora para ela isso não tivesse nada de natural, Ava ainda era sua amiga e ela ainda se preocupava com ela.

- Ela... – Ava desabou em lagrimas e soluços. Romina a abraçou de lado e Luna foi correndo até o banheiro pegar alguns lenços para a amiga. Após algum tempo, Ava se recompôs e continuou. – Ela enlouqueceu. Disse que era uma vergonha. Que não bastava ela ser uma mulher, que tinha que ser trouxa e infinitos outros insultos. Disse que não tenho maturidade para saber o que é estar apaixonada e... Ela quer me casar. Um casamento arranjado com aquele... aquele Seagal!

Nenhuma das meninas conseguia formular alguma palavra de conforto para a amiga. A negra acabara de completar seus dezesseis anos e estava de casamento marcado. Em silêncio, as amigas tentaram confortar Ava. Em silêncio, cada uma tentava pensar uma estratégia, algum plano mirabolante para livrar a amiga desse fardo. Naquela noite, todas jogaram seus colchões no chão e dormiram juntas.

Ran Before The Storm - Remus LupinOnde histórias criam vida. Descubra agora