7º Capítulo - Você Está Sedento Por Sangue

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Aos pés da cama eu vejo a silhueta de um homem me encarando avidamente. Pisco algumas vezes acostumando meus olhos a claridade da noite e me apoio nos cotovelos para tentar enxergar quem é. Em um movimento rápido ele puxa os lençóis me deixando completamente descoberta, agarra meus tornozelos com força e me arrasta para o meio da cama.

Minha respiração se intensifica à medida que o rosto do homem ganha forma. Calleb sorri. Malicioso e sedento. Sua boca começa a explorar cada parte da minha pele fazendo parada em bases importantes. Agarro os lençóis. Com delicadeza sua mão afasta minha calcinha para o lado. Fecho os olhos ao sentir o calor de sua respiração entre minhas pernas e solto um gemido intenso quando sua língua finalmente desliza pelo meu clítoris. Arqueio o corpo e pressiono a cabeça contra o colchão quando ele enfia dois dedos dentro de mim e faz movimentos de vai e vem até eu começar a puxar o ar como se estivesse me afogando em seu oceano.

Não demora muito para que eu segure sua cabeça e o puxe para cima, ávida por ter mais que seus dedos dentro de mim. Grudo sua boca na minha e com os olhos fechados sinto meu próprio sabor. Seus dedos saem de minha parte encharcada e começam a esfregar meus mamilos por debaixo da camisola fina. Enrosco minhas pernas em sua cintura e contenho um gemido quase desesperado.

Abro os olhos e não é mais Calleb que está sobre mim, mas Merrick, me encarando de volta com seu par de olhos castanhos sombrios. Sua língua invade minha boca, com força, sem que eu tenha tempo de raciocinar. Retribuo na mesma intensidade enquanto seu membro rijo cria um atrito torturante entre nós. ''Você é minha.''. Sussurra puxando meus cabelos para trás e deixando a lateral de meu pescoço em evidência.

Franzo as sobrancelhas ao ver seus olhos ficarem vermelhos e seu rosto se transfigurar na forma vampira mais pavorosa. Tento tirá-lo de sobre mim no mesmo instante, mas Merrick tampa minha boca para abafar os gritos e segura meus dois braços com sua mão livre. Seus dentes pontiagudos cravam-se em meu pescoço, rasgam a pele com facilidade e sangue começa a escorrer pelo meu ombro enquanto me debato.

Acordo assustada. Meu corpo está para um lado da cama e as cobertas para outro. As janelas da sacada estão abertas e o vento frio causa um choque incomodo em minha pele, pois estou suada. Tento controlar a respiração enquanto percorro os olhos nas extremidades do quarto. Merrick não está velando meu sono como de costume e ainda bem.

Me sento na beirada da cama ficando enjoada. Levanto rapidamente e corro até o banheiro erguendo a tampa do vaso no último segundo. Vomito segurando a parte da frente do cabelo e demoro alguns instantes para conseguir me estabilizar.

Dou descarga assim que me levanto e vou até a pia para jogar uma água no rosto. Os últimos dois dias não foram fáceis. A morte de Miwa e Kato causou um reboliço no comportamento de todos. Mallory está mais agitada do que nunca e tem ocupado seu tempo trabalhando no plano de vingança contra o clã que nos atacou. Acho que esse é seu jeito de não enlouquecer. Jay é o mais equilibrado, mas não nos falamos muito desde a Suíça porque ele traiu minha confiança. Da mesma forma, Merrick e eu não temos nos falado, na verdade eu sequer tenho o visto. Pelos noticiários o número de ataques de animais na região aumentou significativamente, então imagino que ele e seu temperamento tenham algo a ver com isso.

Pego um pouco de enxaguante bucal e coloco na boca para tirar o gosto ruim. Me encaro no espelho ainda me sentindo enjoada. As despedidas, mortes, frustrações e presságios ruins estão acabando comigo. Solto uma longa respiração e aperto os olhos me apoiando na beirada da pia.

— Está tudo bem?

Miro meus olhos em direção a porta do banheiro e vejo Jay do outro lado parado na sacada. Cuspo o enxaguando bucal e depois caminho em direção a cama ao responder:

Filhos das Trevas - A Última NecromanteOnde histórias criam vida. Descubra agora