03 - Muita sede sente

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O sol está de matar. Não é à toa que este lugar se chama Ilhas Escaldadas. A temperatura alta faz Luz suar sem parar.

Uma menina meio esquisita, do nada, aparece.

— Oi! Você parece morta de sede! Quer uma ajudinha?

— Valeu. Quem é você, hein?

— Hã... Como assim?

— Afe! Qual é o seu nome?

— Willow...

— Prazer, Willow. Luz.

— O prazer é todo meu!

— Você tem água? Tipo, água potável?

— Não, mas lá na Hexside, sim.

— Lá na "Hex" o quê?!

— Na escola, boba! — Willow dá uma risadinha. — Escola de Magia e Ocultismo de Hexside, caso queira saber o nome completo.

— Ai, não acredito! Droga! Achei que você tivesse água com você. Como diabos eu vou entrar na sua escola para beber água? É capaz de me espancarem lá.

— Que isso, Luz?! Não tá com sede mais?

— Ai, garota, me leva pra essa sua escola logo. Saco.

As duas caminham para a Hexside em silêncio; o trajeto dura quase dez minutos. Nos corredores da escola, encontram um garotinho, que se aproxima sorrindo.

— Oi, Willow! Ué, quem é essa daí? É da Glandus?

— Da o quê? — Luz levanta uma sobrancelha.

— Ah, então é da Santa Epidérmia.

— São os nomes das escolas das Ilhas Escaldadas, Luz. Relaxa — Willow envolve o braço nos ombros de Luz. — Gus, essa aqui é a Luz. Ela tá meio perdida e veio aqui pra tomar um golinho d'água.

Gus grita, ecoando, o que assusta as duas meninas.

— É uma humana!!!

— O quê?! — Willow se afasta da garota, aflita.

— Olha a orelha dela! Olha a orelha dela!

— Para com isso, seu otário! Você tá sendo preconceituoso! Eu vou cancelar você no X e...

— Não! Não tô não! Fique sabendo que sou presidente da Associação de Humanos.

— Da associação de... humanos?!

— Eu... — Gus começa a chorar e funga. — Eu nem acredito que eu tô vendo um ser humano bem na minha frente!!!

— Mas como isso é possível??? E-eu nem tinha notado! Como você veio parar do outro lado da cerca?

— É uma longa história...

— Eu amo histórias! — Gus, com os olhos brilhando, se agarra no braço de Luz e a sacode. — Me conta, vai!!!

— Me solta, garoto! Quando alguém diz que é uma longa história, é porque não quer contar! Burro!

— Aaah... Conta pra mim, por favor! — Os olhos do garoto brilham como os de um cachorrinho pidão.

Luz enfia seus dedos indicador e médio nos olhos de Gus, o que o faz gritar de dor. A humana sai correndo, enquanto olha para trás.

— Malucos! Preciso dar o fora deste lugar!

De repente, Luz bate a sua testa na testa de outra menina. As duas caem no chão dramaticamente.

— Porra! Vagabunda!

Do Outro Lado (A Casa Coruja - The Owl House)Onde histórias criam vida. Descubra agora