Darcy

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Outubro de 2014,  literalmente outubro já.

Já até perdi a conta de quantos meses estou realmente em casa, a nossa ou a minha pequena Darcy não parece ser pequena aliás, minha barriga está gigante apesar de ainda faltar um mês e pouco para eu dar a luz.

Não faço a mínima ideia do que o Harry está fazendo, não sei se ele e os meninos ainda estão juntos, nem sequer entro mais direito no Instagram dele. Eu sei que milhões de pessoas vêem os stories dele mas vai que ele ache o meu usuário alí no meio, então realmente estou evitando tudo, ele continua bloqueado em todas as redes e o seu contato eu exclui.

Ela havia escrito uma música chamada Don't let me go solo mas ainda na banda e eu descobri que aquela música era para mim pois ele disse em uma estrevista. Só queria ter uma reação e mandar um agradecimento a ele sobre a música mas não tinha como, talvez fosse isso que ele queria... um posicionamento meu, que eu aparecesse.

Me levantei da cama ao sentir um desconforto e não acreditei no que eu estava vendo.

- Mãe! Mãe pelo amor de Deus, eu estou sangrando! Não, não mãe, isso não pode acontecer! - disse já chorando.

- Calma meu amor, vamos para o hospital. - ela disse calma mas dava para perceber o nervosismo em seu olhar.

- E se... - comecei a falar e ela interrompeu:

- E se nada, não vai acontecer nada! - ela exclamou me guiando e me levando para o carro.

Assim que ela me soltou para abrir a porta do carro eu senti uma dor absurda o que fez eu me contorcer de dor.

- Mãe... - comecei a falar assustada.

- Está descendo, coroando. Como assim? A bolsa não estorou e ainda falta um mês. - disse.

- Talvez ela já esteja se preparando para nascer. A maioria dos casos de partos prematuros ocorre um sangramento antes.
A gente tem que ir para o hospital logo antes que esse sangramento aumente e aconteça algo. - ela disse me ajudando a entrar no carro.

- Está doendo mãe, estou com muito medo. - disse.

Depois se alguns minutos no carro eu senti novamente outra dor terrível como um puxão ou um nó na minha barriga para baixo. Envostei a minha cabeça no banco do carro e soltei um gemido. Fiquei de olhos fechados como se aquilo adiantasse alguma coisa.

- Já estamos chegando, próxima esquina. - minha mãe disse com um tom de voz um pouco mais nervoso por ver tanto sangue no banco.

Assim que chegamos ao hospital eles me levaram para uma sala afastada e sozinha.

Não deixaram a minha mãe entrar por ser um parto de risco, apenas médicos e enfermeiros e pronto.

- Vamos começar a forçar okay? Vou te dar esse pano para te ajudar a fazer força, você fica puxando ele quando sentir dor... vai te ajudar muito para forçar. - uma enfermeira disse me entregando esses panos e erguendo minhas pernas colocando elas em uma barra de ferro para começar o parto.

- Está doendo de uma forma absurda, estou morrendo de medo. - disse.

- Não vai acontecer nada com o seu bebê e nem com você, vai dar certo. - um enfermeiro disse.

- É a minha bebê. - disse tirando um sorriso do rosto ao pensar na minha filha e que provavelmente logo veria ela.

- Então vamos começar a forçar logo para você conhecer logo a sua filha, vai ser mágico quando você finalmente estiver com ela no colo. - o enfermeiro disse.

- AAAAAA! - gritei o sentir outro puxão terrível.

- Agora é a hora de começar a forçar. - a enfermeira disse.

Depois de perder a conta da quantidade de vezes que eu fiz força, me encostei na maca novamente e soltei um suspiro para descansar.

Eu já estava fraca de tanto fazer força e não aguentava mais de dor.

Comecei a pensar no Harry do outro lado do mundo e na minha mãe lá fora, eu precisava tanto do apoio de alguém, nem que fosse para segurar a minha mão e me incentivar... algo mínimo mas que eu precisava.

Comecei a lembrar da voz grossa e roca do Harry dizendo "te amo e não quero ficar longe de você" e ao mesmo tempo aquela voz suave e gostosa de quando ele cantava
para mim, nos shows, para seus fãs.

A voz dele me deu forças para continuar forçando mais, a voz dele me ajudou mesmo sabendo que estávamos muito longe, eu nesse momento dando a luz e ele nem sequer sabendo que eu estava dando a luz a filha dele.

Ao ouvir sua voz em minha mente me deu forças para continuar forçando e então eu ouvi um chorinho fino e ainda baixo, aquela voz que fez eu ver logo a minha filha.

Vi que eles levaram ela longe, talvez para analisar por ser prematura e por ter tido todo o sangramento antes, para ver se aconteceu algo com ela. Espero que não.

No momento que eles levaram Darcy eu comecei a lembrar de tudo e lembrei de quando dormimos juntos, o primeiro beijo, a primeira e última vez ahe fizemos isso... e depois de 9 meses Darcy nasceu.

Jamais imaginava uma reviravolta dessa na minha vida, mas foi uma reviravolta boa.

- Filha, Darcy... oi amor, bem vinda ao mundo! - disse assim que eles colocaram ela entre a minha barriga e o meu colo.

- Hey, eu ainda vou fazer você e o seu pai se conhecerem okay? Não vai ser agora mas vai acontecer, enquanto isso nós vamos manter esse amor em uma fotografia por um tempo... até voltarmos para a casa com ele. Eu sinto que o amor só me machucou até agora, sempre doí... mas essa dor de agora pra finalmente te ver e sentir você, foi a melhor dor que eu já senti na vida mesmo sendo insuportável. Eu te amo minha pequena, agora é nós. - disse a abraçando contra o meu corpo.

- A sua filha é prematura mas ela está ótima, ela está com os peso adequado e todos os órgãos formados... não vai precisar ficar na incubadora. Ela é perfeita, parabéns pela filha linda e pela força. - um dos enfermeiro disse me acordando dos pensamentos.

Secret love! (H.S)Onde histórias criam vida. Descubra agora