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HARRY
Horas de pura angústia se passaram, meu coração se apertava a cada contração que Violet tinha, sua expressão era de pura dor e eu sabia que ela estava no limite. O suor escorria por sua testa enquanto a equipe de enfermeiras cuidavam dela com massagens, frases motivacionais e exercícios para auxiliar no parto e nas contrações. E esse era meu dever, mas eu estava em pânico. A única coisa que eu consegui fazer era segurar sua mão com toda a força que eu conseguia, passando o máximo de conforto possível.
— Eu não aguento mais. — ela murmurou contra meu peito, fraca. A abracei com todo o carinho existente em mim. — Eu não consigo, Harry.
— Nossa menina está quase chegando, ela está quase aqui. Você consegue, você é forte, você é incrível. Você é a melhor mãe que ela poderia ter, você é a melhor para nós. — beijo sua testa, a abraçando. — Eu estarei aqui e não sairei um segundo sequer, tudo bem? — ela assentiu com a cabeça, grunhindo de dor mais uma vez. Suas mãos foram para a cama enquanto suas pernas ainda estavam estendidas, ela balançou seu quadril coberto por uma calcinha algumas vezes, respirando fundo em meio à uma contração.
Minhas mãos foram para sua lombar e eu tentei massagear como consegui, e espero que tenha funcionado, se não, me sentiria péssimo agora.
Um minuto.
Um minuto de pura dor que ela estava passando e eu sentia vontade de chorar. Já se passaram seis horas desde que seu trabalho de parto foi anunciado na maternidade e estávamos em seu quarto todo equipado para a chegar da nossa menina. O relógio marcava sete da noite, a última tarde do ano de dois mil e dezoito.
— Doutora, eu não aguento mais. — Violet disse, se sentando na cama com o rosto molhado. — Eu quero a analgesia.
— Tem certeza?
— Sim, se não me der a analgesia agora, eu não vou conseguir. — ela deitou na cama e respirava fundo. — Eu estou exausta.
— Eu entendo, você precisa descansar ao menos um pouco. Eu vou pegar o equipamento, te darei um pouco agora para ver como você reage e quando essa dor voltar, te darei mais. — Violet assentia de olhos fechados, e eu agarrei sua mão. Pedimos para que esse tempo até que estivesse totalmente dilatada, fosse vivido apenas por nós dois. Digo, eu pedi isso. Acho que estar com dor e com tantas pessoas presentes em um único cômodo não era uma boa ideia.
Além de nós dois e a doutora, uma enfermeira estava no quarto para nos ajudar com as contrações que vinham matando. O quarto estava um pouco escuro e em silêncio, tudo para melhorar o clima para Violet.
