- Vamos logo – Grita Ester.
Passo pelo espelho do banheiro antes de pegar a minha mala pela alça e fechar a porta as minhas costas, eu tinha saído tarde do escritório o que atrasou a nossa saída de casa, o meu celular toca no bolso e atendo.
- Você está onde? – Ouço Luiz falar, ao fundo escuto som de carros e imagino que ele já deva estar chegado no aeroporto.
- Saindo de casa agora – Digo e escuto ele suspirar ao fundo – Eu me atrasei no trabalho.
- Vamos Eduardo, vamos – Grita mais uma vez Ester segurando a porta do elevador.
- Tudo bem, vem logo antes que Ester resolva te deixar ai sozinho – Ele fala e eu não consigo deixar de imaginar a situação. Entro no elevador e Ester rapidamente pressiona o botão do térreo.
- Chamei o Uber – Fala Ester, eu concordo com a cabeça.
- Vamos pegar o Uber agora, chegaremos ai em poucos minutos.
Acabo de falar e desligo a chamada, o motorista estaciona quando chegamos à entrada do prédio, Ester joga as malas no banco de trás e entra o mais rápido que consegue, em seguida eu me sento ao seu lado, o motorista percebe a nossa presa, então, acelera o veículo.
- Lá está Luiz – Diz Ester quando o motorista para o carro, descemos do carro e quando o meu corpo está para fora que eu vejo Luiz por completo, ele estava parado do lado de fora, com o boné sobre os cabelos olhando em minha direção passando o celular de uma mão para a outra.
- Oi Luiz – Ester fala ao se aproximar dele e os dois se cumprimentam com um beijo no rosto. – Vamos para o Rio. – Ester fala, ela se inclina para procurar alguma coisa na bolsa, olho para Luiz e ele me estende a mão mas eu o o puxo para um abraço apertado.
- Você está lindo – Digo em seu ouvido, ele sorri da de ombros.
- Eu sou lindo. – Ele fala e eu empurro ele para longe de mim rindo.
- Vamos – Digo – Temos um avião para pegar.
Chegamos aos nossos assentos, a Ester se senta na janela, eu no meio e Luiz no corredor. Depois de um tempo, o avião começa a decolar.
- Eu sei que o vôo é rápido – Fala Ester, cobrindo os olhos – Mas eu vou dormir.
Eu olho para Luiz, ele puxa um fone e me passa um lado, vejo quando ele passa o dedo pelo celular inúmeras vezes até parar e clicar na música, o som preenche todo o silêncio do interior do avião , eu deito no ombro dele e como costume nossas mãos se fecham.
- Seus pais sabem que estou indo? – Ele me pergunta ao pé do ouvido, eu aceno que sim com a cabeça, mas mesmo assim levanto os olhos e o encaro.
- Eles sabem que você e a Ester estão indo – Falo, e ele envolve em um abraço, então eu deito a cabeça em seu peito, sentindo o seu perfume, inspiro o máximo de ar que os meus pulmões conseguem suportar soltando devagar pelo nariz, queria manter tudo que vem dele o máximo de tempo que eu conseguisse dentro de mim, com a mão livre ele afaga os meus cabelos e no pé do meu ouvido o escuto dizer que me ama, a sensação de estar a mil pés do chão não se compara em nada com a sensação de estar ao lado do Luiz.
Desembarcamos depois de quase uma hora de voo, a caminho para pegar nossas bagagens na esteira sinto a mão de Luiz na minha, e todo o caminho se tornou mais fácil, por mais que algumas pessoas nos olhassem estranho na medida que avançamos pelo o aeroporto, e como uma atração alegórica as pessoas apontavam, sussurram uma no ouvido da outra, e eu conseguia sentir o ataque pelo olhos, mas mesmo assim, mesmo com o preconceito tão presente eu não me limitei a retirar a minha mão de Luiz, e como um contra ataque eu apertei os seus dedos.
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A Felicidade tem os Seus Olhos
RomanceA Felicidade tem os seus olhos vai contar a história de Eduardo, um jovem advogado que mora longe da família, com uma vida estável e longe de qualquer reviravoltas, porém, em um dia atípico ele acaba trombando o corpo com uma pessoa, e na calçada co...